Eu não tenho Cartão Corporativo. Ter ou ser, eis a questão?

O Império Romano chegou ao fim pelo fato de ter existido a corrupção das bases institucionais do Estado imperial.

Na verdade, quando Agostinho de Hipona, Bispo, Filósofo, e Jurista dos mais renomados daquela época, tendo começado a perceber a necessidade do estabelecimento de outra concepção de vida para o Estado de então, especialmente na busca de uma filosofia para o Estado fundada nos princípios dos Cristianismo.

O fato da Doutrina do Cristianismo ter passado da Catacumba, cujo símbolo primitivo era o peixe, à condição de doutrina subversiva e secreta, ao status de agente de Estado, e Político iria encontrar fortes obstáculos à efetivação do Reino (topos, lugar) terrestre dentro do conceito Cristão de: Ama o próximo como se fosse você mesmo.

Agostinho traz o pensamento de Platão para ocidente, depois de ter passado por várias concepções filosóficas, especialmente a de Manes, dos primeiros séculos dos Cristianismo, onde nasceu o Maniqueísmo, pois na sua base ou é o bem, ou é o mal.

O pensamento de Platão trazido por Agostinho tem sua base na idéia, não na ilusão, ou no sonho vago dos atos e dos fatos, mesmo na ilusão das realidades, mas na capacidade de materializar a idéia, com a possibilidade de converter a idéia num produto, disponível no mercado de consumo, de ontem e de hoje.

O exemplo contundente pode ser encontrado nos dias atuais:
- O direito autoral, a propriedade industrial, uma obra de arte, e os livros, ou ainda uma invenção científica.

Todos os bens podem se encontrar no campo da idéia, conforme ensina Platão.

A idéia executada pelo conhecimento pode ser transformada em produto de compra e venda, podendo ser colocado no mercado à disposição do consumidor, e a idéia pode ser objeto de inveja, luta pelo poder, ciúmes, e outras paixões próprias do gênero humano.

A corrupção existente, especialmente no Brasil tem sua origem na deformação do comportamento, em razão da ausência da virtude, pois o ranço cultural pode ser inerente ao homem.

Platão se diferencia de Aristóteles, exatamente no seguinte:
Platão afirma que tudo se funda na idéia, e Aristóteles ao contrário, diz que tudo se funda no pensamento, pensamento para o Estagirita quer dizer: - Virtude.

Santo Tomás de Aquino, na Suma Teológica, Questão XX., escreveu assim:

A VIRTUDE DA COISA SE JULGA PELOS SEUS EFEITOS ESSENCIAIS E NÃO PELOS ACIDENTAIS.. A VIRTUDE TORNA BOM O HOMEM E A SUA OBRA COMO DIZ ARISTÓTELES.

A concupiscência (apetite), a força do cupidez (amor pelo poder e dinheiro)) leva o homem a traficar influência, a fim de obter favores com a finalidade de aumentar o seu patrimônio, e dos seus amigos e correligionários, em detrimento do cidadão que vota em cima das promessas, e paga impostos, sem recebe o devido em serviços pelos impostos que pagou no supermercado, na farmácia, água, luz, enfim em cada suspiro que o homem fizer terá a pilhagem do Estado.

Recolher impostos é correto, mas o Estado precisa ser retributivo e atos e obras, e confiável ao cidadão, cujo povo é exercido em seu nome, e não em nome de uma casta, ou de algum espertalhão. O servidor do Estado é servo do povo, não tem nenhuma escolha, ele deve servir à sociedade, que o paga, religiosamente.

Platão ensina que o ato de Governar é para os homens mais sábios, mas o que se observa nos jornais e na TV, podendo ser atribuídos àqueles que estiverem mais aptos na esperteza, sacanagem, que melhor fraudar o processo licitatório das últimas compras, para aquisição de remédios ou merenda escolar na terra onde os canalhas recebem a condecoração de ter honrado a pátria mãe, e ainda dizem assim: - Pode fazer... Que eu garanto. E ainda dizem: - Ele rouba, mas faz.

O Cartão Corporativo, e a aquisição da lixeira para alojar o papel higiênico, fruto do escoamento dos restos intestinais das Autoridades com direito ao uso e fruição, do respectivo recipiente, pelo valor insignificante de novecentos reais pela unidade, demonstra o acerto da lição do cínico (cachorro) Diógenes ao sentenciar, que é melhor comer lentilha, do que ter de adular o Rei, a fim de conseguir favores, ou um cartão.

O mais grave, depois do AI 5, e dos tempos de chumbo do Regime Militar é ter de agüentar os autoritários e déspotas decidindo sobre a sua vida, liberdade, ou o valor do seu vencimento, salário, soldo, e outras tantas mazelas de um País, que ainda não foi descoberto pelo seu povo.

O Brasil não consegue se livrar dos autoritários e dos depostas, pelo fato de estas pessoas se encontrarem sempre a serviço da classe dominante, especialmente das oligarquias econômicas e partidárias, e da burguesia medíocre, que ficam rodeando os gabinetes, os hospitais, e cartórios, e sempre conseguem a primeira fila, e inclusiva o passaporte para o céu, mas como Deus não facilita a imigração, certamente serão deportados para os infernos.

A burguesia medíocre é aquela que vai para escola, e aprende as formas de oprimir os mais fragilizados, através dos apontamentos do seu caderno de anotação, seguem a risca a fórmula do receituário da classe dominante, especialmente, o desejo de ficar rico, preferencialmente, sem trabalhar.

Por isso, que ninguém viu, nem vê, e nem sabe da prisão da menina de quinze anos no Pará, numa prisão com vinte machos, e depois é ter de dizer como Drumonnd: E, agora José? A festa acabou, e a fonte secou...

Tudo por culpa da idéia de fazer do dinheiro do povo o que quiser, onde o cidadão não tem o direito de sonhar com a justiça.

Não há justiça.

Não há virtude da justiça, e se pedir não leva, viu?

Diga como Kant, se quiser saber o que é educar

- Ensinar a pensar.

Então, tente!

A Academia Criciumense de Filosofia, ajuda a pensar.