Absolver Galileu, e deixar Afastar Este Cálice, pode ser certo, ou Questão de Filosofia?
Na última Quinta Feira, dia 28 de Maio do ano da graça de 2008 obtive a satisfação de presenciar num País onde a escravidão fora a sua marca registrada, até depois da Lei Áurea, pelo fato de as Entradas e as Bandeiras com os seus conquistadores não terem trazido consigo mulheres mantinham indistintamente a conjunção carnal com as nativas, e sem falar da destruição das nossas Florestas pelas queimadas, cobiça imoral de madeira raras, minerais, aves, e plantas com princípios ativos medicinais entregues, inescrupulosamente, aos exploradores internacionais, cujos produtos são patenteados como se pertencessem ao seu bio sistema, sem derramar lágrimas pela exploração sexual contra crianças, impedir ao exercício regular do direito universal ao lazer, saúde, e educação, em razão de cotidianamente, cada ser preciso matar o leviatã, que ontem matou Sócrates, condenou Jesus , filho de Maria, morte truculenta de cruz, condenou Galileu a calar-se sob a fogueira da inquisição, e Giordano Bruno (1548 — Roma, 17 de fevereiro de 1600) foi um teólogo e filósofo italiano; condenado por heresia pela Igreja Católica, também – O Príncipe da língua Portuguesa – Padre Antonio Vieira fora submetido a Inquisição pelo fato de pensar.
Os donos da Revolução Redentora exilaram e baniram as maiores inteligências destes País, com a deposição do Governo Constitucional de João Goulart, em 31 de Março de 1964, e a morte pelo Pau de Arara do direito de pensar, sem ritual algum, pois de tanta angustia Chico Buarque chega a dizer num verdadeiro como lamento do Profeta Geremias, ou então Jesus, em agonia no Horto:
Cálice
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil
Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...(2x)
Vivemos numa sociedade formada por classes sociais, cuja classe dominante é composta de parte da burguesia medíocre, e julga normal deixar com os ácaros a solução das deficiências humanas, tantos as acidentais, como as intencionais, causadoras de enormes males à existência da família, especialmente quando se tratam de enfermidades impeditivas do exercício de ir, vir, e ficar, sejam de natureza congênitas, genéticas, vítimas de sinistros, ou adquiridas pela omissão do Estado, que no caso se pode ter referenciadas as doenças tropicais, e mais grave o vibrião do cólera, dengue, e a hepatite., nas formais mais letais.
A pátria é uma situação de fato para poucos, especialmente os controladores da opinião pública, que se utiliza de correntes de pensamento superadas com a finalidade de justificar suas atrocidades, especialmente, quando se trata de racismo, preconceito, e discriminação contra pessoa com qualquer limitação física, mental, e sensorial, e ainda pelo fato ser idoso, mulher prostituta, índio, e negro.
No Brasil é tudo paz e amor, eles fingem que fazem, e a gente finge que acredita, pois não existe outra forma de combater o despotismo dos setores conservadores e reacionários da sociedade, especialmente, aquele que tem a obrigação de operar o Direito. O Direito, em regra se apegam na letra fria da lei para justificar a injustiça.
Cotidianamente, diante dos fatos e atos cruéis, horrendos, aplicados pelos Vândalos (povos invasores de cidades, que matava homens, estupravam as mulheres, e pilhavam os bens materiais e intelectuais do povo, por isso nesta época os livros antigos, e documentos históricos foram escondidos nos mosteiros pelos monges), ou então pelos bárbaros (considera-se aqui, o povo que não tinha o conhecimento do pensamento grego), e sem falar do gentio (povos não Romanos, mas também era usado este étimo pelos Judeus e Gregos, em vista de a Judéia e a Grécia ter sido Províncias do Império Romano). Caso queira retirar a dúvida faça uma leitura atenta das Cartas do Apóstolo Paulo, e poderá verificar que o mesmo fora o Apóstolo dos Gentios.
Os atos acontecem na nossa vida por força do hábito, segundo se lê na Ética a Nicomaco, Aristóteles, e adotado por São Tomás de Aquino.
A prática de atos inadequados ao convívio humano pode levar o homem à incerteza, pois a certeza se funda na ciência do conhecimento do intelecto, na virtude, e na virtude da prudência, pois para ter a certeza preciso me amparar na equação, especialmente na lógica, geometria do limite entre um ponto e outro, e saber acima de tudo, que em cada ação, existirá a reação, e que o fim do ato certo ou falso - falir - (enganoso) terá efeito, pois se uso tabaco, posso estimular meu fator de risco genético, contraindo um câncer pulmonar, pois se libero o libido com uma mulher, certamente, o resultado pode ser a prole, e ainda, no caso de tirar a vida de um ser humano, o Estado retributivo me aplicará a pena compatível como atribuição essencial, e necessária para manter a harmonia, o controle social, e a paz entre cada cidadão.
Nada é graciosa, somente a graça de Deus, quando se tiver a procura dela.
Ainda pode ser percebido por ocasião da falência de algum empreendimento industrial ou mercantil a afirmação de que:
- Eu fali (quebrei) porque não deu certo.
Neste caso, a falência, falsidade (engano) ocorre pelo fato de na maioria dos casos o novo rico, embriagado pela fortuna, consome seus bens na aquisição de veículos importados, adquire muitos apartamentos para brindas as suas namoradas, sobrevive de aparência e na opulência, em regra não é um ser dotado de conhecimento filosófico, especialmente, imagina que o dinheiro vem sempre, sendo um saco sem fundos, e que a sua epopéia invejosa e esnobe não fenecerá jamais, pois nesse mesmo pensamento agem os nossos políticos, e os seus agentes, quando se imaginam imortais e donos do poder, como se o poder não pertencesse ao povo, que se deve servir como sacerdócio.
Epicuro nos seus Fragmentos sentencia assim:
Encontro-me cheio de prazer corpóreo quando vivo a pão e água e cuspo sobre os prazeres da luxúria, não por si próprios, mas pelos inconvenientes que os acompanham.
A quem não basta pouco, nada basta.
Quem menos sente necessidade do amanhã, mas alegremente se prepara para o amanhã.
A vida do insensato é ingrata, encontra-se em constante agitação e está sempre dirigida para o futuro.
Não se deve interpretar com a citação de Epicuro, que o homem não deve procurar a prosperidade, ou o sucesso, mas é preciso compreender a prosperidade, e o sucesso como se dá na v ida de cada ser, pois se a felicidade é o exercício da virtude. Logo na se pode pretender aquilo que de fato e de direito não nos devido pela conquista digna do labor. Peço, igualmente, não confundir com distribuição de renda, coisa comum no Brasil.
As relações humanas no presente momento da humanidade são demais efêmeras, especialmente quando se tratar da relação conjugal entre homem e mulher. Em primeiro lugar, pelo fato de a paixão queimar, não perseverar ao longo dos íngremes caminhos reservados pela conta de água, energia, escola, transporte, assistência médica hospitalar, e a educação da prole, pois ao chegar à conta no final do mês à paixão desvanecera no portão, onde seu cão ficou latindo, depois começa o casal a brigar pela posse do garfo, pela responsabilidade do pagamento da água e da luz, e amada de ontem agora deseja dormir na casa vizinha, pelo fato de desejar trocar a de quarenta, por uma com menor quilometragem e de menor prazo de validade, afinal as pessoas não se sentem responsáveis pelos seus atos, imaginam como ensina Hegel que tudo se funda no sentimento, e quando o sentimento não mais faz arder o coração, e nem estimula as glândulas responsáveis pela Endorfina, Serotonina, Dopamina, Noradrenalida, e os demais hormônios, certamente, os passarinhos procurarão outro ninho, em razão de o macho e a fêmea não fundarem a sua relação na afeição, pois a afeição cria vínculos de amizade, solidariedade, o mais nobre de todos – Um grande amor. Não pode existir a virtude do amor sem afeto, e quando for perguntado por que a sua relação terminou assim, eles dizem sem rodeio algum:
- Não deu certo!
E, então, deve-se perguntar aos hoje desafetos. Ontem era meu bem, hoje são sós meus bens:
- Não deu certo, por quê?
O que o certo? O falso? O Errado?
Objetivamente, certa é a minha ou sua opinião.
A opinião não se baseia na ciência, mas apenas numa suposição, ou tese, mas tese tem a antítese, que forma a síntese, e daí esta relação se torna dialética, mas para ser é preciso pensar, e pensar pressupõe tempo, movimento, e espaço, como condição a liberdade de pensamento.
Platão, na sua obra – A República, págs. 122, 134, Editora Martin Claret Ltda., assim se refere sobre a ciência:
- Ora, pois, essa mesma qualidade, a ponderação, é evidente que é uma espécie de ciência. Efetivamente, não é pela ignorância, mas pela ciência, que se delibera bem.
E segue:
- E agora quanto às ciências? Não é da mesma maneira? A ciência em si é ciência do conhecimento, ou do objeto a dar-lhe, seja qual for. Mas a ciência determinada é ciência de objeto específico.. Exemplifico; desde que surgiu a ciência de construir uma casa,, não foi ela separada das outras ciências, para ser denominada arquitetura?
Platão rejeita a hipótese de se poder considerar a opinião como fonte de ciência, pois segundo descreve o sábio se convence com a opinião, mas tão-só com a ciência.
A premissa de que homem é um animal racional, porém o gênero humano se encontra enunciado na magistral descrição de São Tomás de Aquino, Suma Teológica, Questão L, ART II, nºs 1, 2, 3, quando ensina:
1. Pois, todo contido em algum gênero é composto de gênero e diferença, a qual, acrescentada ao genro constitui a espécie. Ora, o gênero provem da matéria, e a diferença da forma, como se vê em Aristóteles. Logo tudo que esta em um gênero é composto de matéria e forma. Ora, o anjo está no gênero da substância. Logo é composto de matéria e forma.
2. Demais – Onde existe a propriedade da matéria existe esta. Onde a propriedade da matéria são receber e substar; por onde diz Boécio que a forma simples não pode ser sujeito. Ora, tal se dá com o anjo. Logo, este é composto de matéria e forma.
3. Demais - A forma é ato. Ora, o que só é forma é ato puro. Mas o anjo não é ato puro, pois só Deus o é. Logo, não é somente forma, mas tem esta, na matéria.
Deduz-se do pensamento Aquinante, que o ser humano, seja feminino ou masculino são da mesma matéria, pertence ao mesmo genro, e com forma diversa, e também com singularidade específica, daí se pode depreender, que as contradições entre ambos os sexos não são em relação ao gênero, mas unicamente a forma, que diz respeito tão-só à espécie, pois é verdade que o homem e a mulher são gêneros, do mesmo pó, e a matéria não pode ter contradição consigo, nem conflitos, disputas, ou vinganças, pois toda a diferença está na espécie, e deve se excluir a alma, pelo fato de alma ser matéria (átomo), sendo quem intelige interativamente com os iguais, sendo capaz de realizar o ato espiritual de criar o avião, o telefone, o aparelho de surdes, o tomográfico, ultra-soam, óculos, veículo, software de computador, a aspirina, a vacina contra a poliomielite. Enfim fazer aquele prato de comida delicioso, bordar a sua colcha, construir amigos, ser bom, justo e amar o próximo e a pátria, pois quem não ama a sua pátria pode encontrar dificuldade em amar o próximo.
Daí se infere ser a alma o pensamento, matéria pura, quando deixa a matéria inservível do corpo, interrompido o circuito de ter calor, e como um sopro, podendo ser conduzida onde teve sua origem, por isso o homem se assemelha a Deus, sendo igual ao anjo, a diferença é que o anjo é imortal, e homem tem prazo de validade em relação a matéria, sendo assim, quando perde a percepção e a sensibilidade, dá-se a morte.
Neste caso o homem racional é inteligente, pois a razão, como a fé são atributos da ciência do pensamento, sendo o sentimento da paixão incompatível com a razão, pois a razão não opina, sempre se funda na sabedoria prática, experiência, e na equação da premissa maior, sobrepondo-se a menor, na razão a premissa sempre predica com o sujeito em relação ao objeto, daí resultar a verdade baseada na realidade. Pois a verdade não pode ser a opinião, mas a demonstração eqüitativa da relação entre o pensamento e o seu objeto, que no caso pode ser a ação, ou a omissão, sendo assim só há razão no juízo de valor suficiente, dentro da virtude preliminar da prudência, e depois da justiça, no sentido de se dá o seu.
Novamente, o que é dá certo?
Crê-se que se pode construir uma edificação sem tijolos, ou uma massa com a quantidade exata de cimento, e também a sustentação das vigas com ferro nas polegadas adequadas, ou que se pode fazer a casa igual ao passarinho João de barro;
Ainda se crê na possibilidade de se constituir uma família sem projeto de vida, sem profissão para garantir o sustento da prole, sem moradia, escola, e saúde, ou ausência da virtude da humildade, tolerância, temperança, fortaleza, prudência, e amor, pois existe muitos a imaginar ilusoriamente, a possibilidade de fazer uma inclusão social no programa bolsa família com a grana da conta mensal, quiçá debaixo da ponte, ou então sobreviver dos restos caído de alguma mesa de um rico opulento.
No reino animal, segundo Aristóteles na sua Obra a ética a Nicomaco, afirma que o animal tem dois prazeres, que compõe sua natureza, os apetites – o prazer de se alimentar, e fazer sexo.
Entretanto, as relações humanas não se sedimentam somente neste matiz, pois é preciso se relacionar no plano da alma, no centro da natureza, onde o aperto de um abraço se encontra o espírito, e o espírito é do amor, pois é como um quadro de Picasso, ou também a mais bela canção de Noel Rosa, Cartola, Caetano Veloso, Chiquinha Gonzaga, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Neruda, e Fernando Pessoa, e assim o espírito de Deus pairava sobre as águas, e criou todas as coisas em seis dias, e sétimo o espírito repousou serenamente, vendo que tudo era bom.
Assim diz Epicuro nos Fragmentos sobre a opinião:
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros são naturais e não necessários; outros nem naturais, e nem necessários, mas nascidos apenas de uma vã opinião.
A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.
O justo é sumamente sereno, o injusto é cheio da maior perturbação.
Assim o certo se funda na razoabilidade, e na formulação reta do conceito sobre a manifestação do livre pensar, ou pensar corretamente, saber pensar no dizer de Kant, no sentido de construir obras úteis, necessárias, eficientes, e funcionais; ver o ser na pessoa do outro como se fosse a si mesmo, julgar sempre com a serenidade do céu azul, cujo juízo se forma na razão, que é eleita pelo intelecto, mas usual – entendimento (entendimento aqui é um atributo divino), pois o homem antes precisa compreender o fato e o ato lato senso, ou estrito senso (compreender quer dizer aqui compartilhar, interativamente, como é que o julgador faria se estivesse no lugar do ser diverso).
Parece fácil criar posição e teoria contrária á ciência, ou então trucidar o sábio, especialmente os iniciados na filosofia, pois pretender afirmar a data que começa a vida é o mesmo que pretender descobrir que nasceu primeiro se foi o ovo ou galinha, e como eu não sei disso, já que não fui ovíparo e nem galináceo, e como me reconheço mamífero e ter nascido da mulher, mãe de todos os homens, deste a primeira bactéria nos oceanos, de forma inegável, o gênero humano não veio do nada, nem do vácuo, pois seu processo de evolução fora evidente, pois depois de ter aprendido a cozinhar os alimentos, e criado a escrita o homem consegue transmitir seu pensamento a posteridade. Claro, que o invento da roda, motor em cavalos, escova dentes, e a penicilina de forma real foram o seu maior avanço.
Neste caso, todos os filósofos são unânimes nas seguintes premissas quanto à existência humana:
a) O homem é animal mamífero;
b) A fecundação se dá no período em que a fêmea se encontra fértil, com a capacidade de procriar;
c) A fêmea escolhe o macho, instintivamente, ou pela convenção, e no caso é sempre o mais apito, segundo o critério da qualidade da prole, não sendo a escolha pela virtude, mas pelo arquétipo criado ao longo da história da humanidade, pois o belo, no caso deve existir o quesito da capacidade de gerar filhos, e em alguns caso, depois de ter os filhos a fêmea esquece o parceiro. Logo, ainda não há o afeto;
d) O mamífero para chegar à condição de ser precisa da placenta da mulher, não existe forma de se dá à vida sem o útero feminino, pois no tubo de ensaio se pode apenas fecundar, e até se chegar à condição de embrião, mas não conseguirá evoluir, naturalmente, a fim de ter a potencialidade de nascer com vida, pois neste caso, em razão do congelamento pelo prazo superior a três anos, os embriões ficaram emprestáveis serão todos descartados, e jogados no aterro sanitário, ou então na fossa, que o étimo em Hebraico fora um dos sinônimos de inferno, debaixo da terra, ínfero;
e) A concepção do embrião não é garantia de que o mesmo obterá a vida em regime de congelamento, pois a alma não ingressa naquelas condições, já que precisa de no mínimo seis semanas de evolução no útero da mulher, e a criação das células cerebrais, coisa que não acontece. Logo, não existe possibilidade de ferir a fé ou tradição, mas pode ferir a ética, cujo controle deve ser feito pelos órgãos responsáveis no controle das pesquisas;
f) Não se pode jogar sobre o cientista o estigma de Hitler, e afirmar que o povo Alemão não é bom. O povo Alemão é bom, e Hitler fora um louco. Assim como, outros na humanidade fizeram atrocidades em nome de Deus. Por esta razão, a causa da pesquisa é justa, digna, e nobre, pois só se pode construir uma nação, quando a pesquisa científica, com fins nobres e pacíficos for o objeto do conhecimento, pois o conhecimento é bem universal, e gratuito, cabe apenas o Estado é o Mecena garantir o sustento da pesquisa e o pesquisador, através de um tratamento com carreira, e vida com dignidade, pois isso é o mínimo que se pode oferecer para procurar meios para salivar a vida, e retirar o sofrimento;
g) O embrião congelado em nitrogênio não tem alma, pois segundo descreve São Tomás de Aquino, citado por Voltaire, no seu Dicionário Filosófico, págs. 17, 19, Editora Martin Claret Ltda., 2006, ao se referir sobre a alma, magistralmente se expressa:
Os donos da Revolução Redentora exilaram e baniram as maiores inteligências destes País, com a deposição do Governo Constitucional de João Goulart, em 31 de Março de 1964, e a morte pelo Pau de Arara do direito de pensar, sem ritual algum, pois de tanta angustia Chico Buarque chega a dizer num verdadeiro como lamento do Profeta Geremias, ou então Jesus, em agonia no Horto:
Cálice
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil
Pai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cálicePai! Afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue...(2x)
Vivemos numa sociedade formada por classes sociais, cuja classe dominante é composta de parte da burguesia medíocre, e julga normal deixar com os ácaros a solução das deficiências humanas, tantos as acidentais, como as intencionais, causadoras de enormes males à existência da família, especialmente quando se tratam de enfermidades impeditivas do exercício de ir, vir, e ficar, sejam de natureza congênitas, genéticas, vítimas de sinistros, ou adquiridas pela omissão do Estado, que no caso se pode ter referenciadas as doenças tropicais, e mais grave o vibrião do cólera, dengue, e a hepatite., nas formais mais letais.
A pátria é uma situação de fato para poucos, especialmente os controladores da opinião pública, que se utiliza de correntes de pensamento superadas com a finalidade de justificar suas atrocidades, especialmente, quando se trata de racismo, preconceito, e discriminação contra pessoa com qualquer limitação física, mental, e sensorial, e ainda pelo fato ser idoso, mulher prostituta, índio, e negro.
No Brasil é tudo paz e amor, eles fingem que fazem, e a gente finge que acredita, pois não existe outra forma de combater o despotismo dos setores conservadores e reacionários da sociedade, especialmente, aquele que tem a obrigação de operar o Direito. O Direito, em regra se apegam na letra fria da lei para justificar a injustiça.
Cotidianamente, diante dos fatos e atos cruéis, horrendos, aplicados pelos Vândalos (povos invasores de cidades, que matava homens, estupravam as mulheres, e pilhavam os bens materiais e intelectuais do povo, por isso nesta época os livros antigos, e documentos históricos foram escondidos nos mosteiros pelos monges), ou então pelos bárbaros (considera-se aqui, o povo que não tinha o conhecimento do pensamento grego), e sem falar do gentio (povos não Romanos, mas também era usado este étimo pelos Judeus e Gregos, em vista de a Judéia e a Grécia ter sido Províncias do Império Romano). Caso queira retirar a dúvida faça uma leitura atenta das Cartas do Apóstolo Paulo, e poderá verificar que o mesmo fora o Apóstolo dos Gentios.
Os atos acontecem na nossa vida por força do hábito, segundo se lê na Ética a Nicomaco, Aristóteles, e adotado por São Tomás de Aquino.
A prática de atos inadequados ao convívio humano pode levar o homem à incerteza, pois a certeza se funda na ciência do conhecimento do intelecto, na virtude, e na virtude da prudência, pois para ter a certeza preciso me amparar na equação, especialmente na lógica, geometria do limite entre um ponto e outro, e saber acima de tudo, que em cada ação, existirá a reação, e que o fim do ato certo ou falso - falir - (enganoso) terá efeito, pois se uso tabaco, posso estimular meu fator de risco genético, contraindo um câncer pulmonar, pois se libero o libido com uma mulher, certamente, o resultado pode ser a prole, e ainda, no caso de tirar a vida de um ser humano, o Estado retributivo me aplicará a pena compatível como atribuição essencial, e necessária para manter a harmonia, o controle social, e a paz entre cada cidadão.
Nada é graciosa, somente a graça de Deus, quando se tiver a procura dela.
Ainda pode ser percebido por ocasião da falência de algum empreendimento industrial ou mercantil a afirmação de que:
- Eu fali (quebrei) porque não deu certo.
Neste caso, a falência, falsidade (engano) ocorre pelo fato de na maioria dos casos o novo rico, embriagado pela fortuna, consome seus bens na aquisição de veículos importados, adquire muitos apartamentos para brindas as suas namoradas, sobrevive de aparência e na opulência, em regra não é um ser dotado de conhecimento filosófico, especialmente, imagina que o dinheiro vem sempre, sendo um saco sem fundos, e que a sua epopéia invejosa e esnobe não fenecerá jamais, pois nesse mesmo pensamento agem os nossos políticos, e os seus agentes, quando se imaginam imortais e donos do poder, como se o poder não pertencesse ao povo, que se deve servir como sacerdócio.
Epicuro nos seus Fragmentos sentencia assim:
Encontro-me cheio de prazer corpóreo quando vivo a pão e água e cuspo sobre os prazeres da luxúria, não por si próprios, mas pelos inconvenientes que os acompanham.
A quem não basta pouco, nada basta.
Quem menos sente necessidade do amanhã, mas alegremente se prepara para o amanhã.
A vida do insensato é ingrata, encontra-se em constante agitação e está sempre dirigida para o futuro.
Não se deve interpretar com a citação de Epicuro, que o homem não deve procurar a prosperidade, ou o sucesso, mas é preciso compreender a prosperidade, e o sucesso como se dá na v ida de cada ser, pois se a felicidade é o exercício da virtude. Logo na se pode pretender aquilo que de fato e de direito não nos devido pela conquista digna do labor. Peço, igualmente, não confundir com distribuição de renda, coisa comum no Brasil.
As relações humanas no presente momento da humanidade são demais efêmeras, especialmente quando se tratar da relação conjugal entre homem e mulher. Em primeiro lugar, pelo fato de a paixão queimar, não perseverar ao longo dos íngremes caminhos reservados pela conta de água, energia, escola, transporte, assistência médica hospitalar, e a educação da prole, pois ao chegar à conta no final do mês à paixão desvanecera no portão, onde seu cão ficou latindo, depois começa o casal a brigar pela posse do garfo, pela responsabilidade do pagamento da água e da luz, e amada de ontem agora deseja dormir na casa vizinha, pelo fato de desejar trocar a de quarenta, por uma com menor quilometragem e de menor prazo de validade, afinal as pessoas não se sentem responsáveis pelos seus atos, imaginam como ensina Hegel que tudo se funda no sentimento, e quando o sentimento não mais faz arder o coração, e nem estimula as glândulas responsáveis pela Endorfina, Serotonina, Dopamina, Noradrenalida, e os demais hormônios, certamente, os passarinhos procurarão outro ninho, em razão de o macho e a fêmea não fundarem a sua relação na afeição, pois a afeição cria vínculos de amizade, solidariedade, o mais nobre de todos – Um grande amor. Não pode existir a virtude do amor sem afeto, e quando for perguntado por que a sua relação terminou assim, eles dizem sem rodeio algum:
- Não deu certo!
E, então, deve-se perguntar aos hoje desafetos. Ontem era meu bem, hoje são sós meus bens:
- Não deu certo, por quê?
O que o certo? O falso? O Errado?
Objetivamente, certa é a minha ou sua opinião.
A opinião não se baseia na ciência, mas apenas numa suposição, ou tese, mas tese tem a antítese, que forma a síntese, e daí esta relação se torna dialética, mas para ser é preciso pensar, e pensar pressupõe tempo, movimento, e espaço, como condição a liberdade de pensamento.
Platão, na sua obra – A República, págs. 122, 134, Editora Martin Claret Ltda., assim se refere sobre a ciência:
- Ora, pois, essa mesma qualidade, a ponderação, é evidente que é uma espécie de ciência. Efetivamente, não é pela ignorância, mas pela ciência, que se delibera bem.
E segue:
- E agora quanto às ciências? Não é da mesma maneira? A ciência em si é ciência do conhecimento, ou do objeto a dar-lhe, seja qual for. Mas a ciência determinada é ciência de objeto específico.. Exemplifico; desde que surgiu a ciência de construir uma casa,, não foi ela separada das outras ciências, para ser denominada arquitetura?
Platão rejeita a hipótese de se poder considerar a opinião como fonte de ciência, pois segundo descreve o sábio se convence com a opinião, mas tão-só com a ciência.
A premissa de que homem é um animal racional, porém o gênero humano se encontra enunciado na magistral descrição de São Tomás de Aquino, Suma Teológica, Questão L, ART II, nºs 1, 2, 3, quando ensina:
1. Pois, todo contido em algum gênero é composto de gênero e diferença, a qual, acrescentada ao genro constitui a espécie. Ora, o gênero provem da matéria, e a diferença da forma, como se vê em Aristóteles. Logo tudo que esta em um gênero é composto de matéria e forma. Ora, o anjo está no gênero da substância. Logo é composto de matéria e forma.
2. Demais – Onde existe a propriedade da matéria existe esta. Onde a propriedade da matéria são receber e substar; por onde diz Boécio que a forma simples não pode ser sujeito. Ora, tal se dá com o anjo. Logo, este é composto de matéria e forma.
3. Demais - A forma é ato. Ora, o que só é forma é ato puro. Mas o anjo não é ato puro, pois só Deus o é. Logo, não é somente forma, mas tem esta, na matéria.
Deduz-se do pensamento Aquinante, que o ser humano, seja feminino ou masculino são da mesma matéria, pertence ao mesmo genro, e com forma diversa, e também com singularidade específica, daí se pode depreender, que as contradições entre ambos os sexos não são em relação ao gênero, mas unicamente a forma, que diz respeito tão-só à espécie, pois é verdade que o homem e a mulher são gêneros, do mesmo pó, e a matéria não pode ter contradição consigo, nem conflitos, disputas, ou vinganças, pois toda a diferença está na espécie, e deve se excluir a alma, pelo fato de alma ser matéria (átomo), sendo quem intelige interativamente com os iguais, sendo capaz de realizar o ato espiritual de criar o avião, o telefone, o aparelho de surdes, o tomográfico, ultra-soam, óculos, veículo, software de computador, a aspirina, a vacina contra a poliomielite. Enfim fazer aquele prato de comida delicioso, bordar a sua colcha, construir amigos, ser bom, justo e amar o próximo e a pátria, pois quem não ama a sua pátria pode encontrar dificuldade em amar o próximo.
Daí se infere ser a alma o pensamento, matéria pura, quando deixa a matéria inservível do corpo, interrompido o circuito de ter calor, e como um sopro, podendo ser conduzida onde teve sua origem, por isso o homem se assemelha a Deus, sendo igual ao anjo, a diferença é que o anjo é imortal, e homem tem prazo de validade em relação a matéria, sendo assim, quando perde a percepção e a sensibilidade, dá-se a morte.
Neste caso o homem racional é inteligente, pois a razão, como a fé são atributos da ciência do pensamento, sendo o sentimento da paixão incompatível com a razão, pois a razão não opina, sempre se funda na sabedoria prática, experiência, e na equação da premissa maior, sobrepondo-se a menor, na razão a premissa sempre predica com o sujeito em relação ao objeto, daí resultar a verdade baseada na realidade. Pois a verdade não pode ser a opinião, mas a demonstração eqüitativa da relação entre o pensamento e o seu objeto, que no caso pode ser a ação, ou a omissão, sendo assim só há razão no juízo de valor suficiente, dentro da virtude preliminar da prudência, e depois da justiça, no sentido de se dá o seu.
Novamente, o que é dá certo?
Crê-se que se pode construir uma edificação sem tijolos, ou uma massa com a quantidade exata de cimento, e também a sustentação das vigas com ferro nas polegadas adequadas, ou que se pode fazer a casa igual ao passarinho João de barro;
Ainda se crê na possibilidade de se constituir uma família sem projeto de vida, sem profissão para garantir o sustento da prole, sem moradia, escola, e saúde, ou ausência da virtude da humildade, tolerância, temperança, fortaleza, prudência, e amor, pois existe muitos a imaginar ilusoriamente, a possibilidade de fazer uma inclusão social no programa bolsa família com a grana da conta mensal, quiçá debaixo da ponte, ou então sobreviver dos restos caído de alguma mesa de um rico opulento.
No reino animal, segundo Aristóteles na sua Obra a ética a Nicomaco, afirma que o animal tem dois prazeres, que compõe sua natureza, os apetites – o prazer de se alimentar, e fazer sexo.
Entretanto, as relações humanas não se sedimentam somente neste matiz, pois é preciso se relacionar no plano da alma, no centro da natureza, onde o aperto de um abraço se encontra o espírito, e o espírito é do amor, pois é como um quadro de Picasso, ou também a mais bela canção de Noel Rosa, Cartola, Caetano Veloso, Chiquinha Gonzaga, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Neruda, e Fernando Pessoa, e assim o espírito de Deus pairava sobre as águas, e criou todas as coisas em seis dias, e sétimo o espírito repousou serenamente, vendo que tudo era bom.
Assim diz Epicuro nos Fragmentos sobre a opinião:
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros são naturais e não necessários; outros nem naturais, e nem necessários, mas nascidos apenas de uma vã opinião.
A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.
O justo é sumamente sereno, o injusto é cheio da maior perturbação.
Assim o certo se funda na razoabilidade, e na formulação reta do conceito sobre a manifestação do livre pensar, ou pensar corretamente, saber pensar no dizer de Kant, no sentido de construir obras úteis, necessárias, eficientes, e funcionais; ver o ser na pessoa do outro como se fosse a si mesmo, julgar sempre com a serenidade do céu azul, cujo juízo se forma na razão, que é eleita pelo intelecto, mas usual – entendimento (entendimento aqui é um atributo divino), pois o homem antes precisa compreender o fato e o ato lato senso, ou estrito senso (compreender quer dizer aqui compartilhar, interativamente, como é que o julgador faria se estivesse no lugar do ser diverso).
Parece fácil criar posição e teoria contrária á ciência, ou então trucidar o sábio, especialmente os iniciados na filosofia, pois pretender afirmar a data que começa a vida é o mesmo que pretender descobrir que nasceu primeiro se foi o ovo ou galinha, e como eu não sei disso, já que não fui ovíparo e nem galináceo, e como me reconheço mamífero e ter nascido da mulher, mãe de todos os homens, deste a primeira bactéria nos oceanos, de forma inegável, o gênero humano não veio do nada, nem do vácuo, pois seu processo de evolução fora evidente, pois depois de ter aprendido a cozinhar os alimentos, e criado a escrita o homem consegue transmitir seu pensamento a posteridade. Claro, que o invento da roda, motor em cavalos, escova dentes, e a penicilina de forma real foram o seu maior avanço.
Neste caso, todos os filósofos são unânimes nas seguintes premissas quanto à existência humana:
a) O homem é animal mamífero;
b) A fecundação se dá no período em que a fêmea se encontra fértil, com a capacidade de procriar;
c) A fêmea escolhe o macho, instintivamente, ou pela convenção, e no caso é sempre o mais apito, segundo o critério da qualidade da prole, não sendo a escolha pela virtude, mas pelo arquétipo criado ao longo da história da humanidade, pois o belo, no caso deve existir o quesito da capacidade de gerar filhos, e em alguns caso, depois de ter os filhos a fêmea esquece o parceiro. Logo, ainda não há o afeto;
d) O mamífero para chegar à condição de ser precisa da placenta da mulher, não existe forma de se dá à vida sem o útero feminino, pois no tubo de ensaio se pode apenas fecundar, e até se chegar à condição de embrião, mas não conseguirá evoluir, naturalmente, a fim de ter a potencialidade de nascer com vida, pois neste caso, em razão do congelamento pelo prazo superior a três anos, os embriões ficaram emprestáveis serão todos descartados, e jogados no aterro sanitário, ou então na fossa, que o étimo em Hebraico fora um dos sinônimos de inferno, debaixo da terra, ínfero;
e) A concepção do embrião não é garantia de que o mesmo obterá a vida em regime de congelamento, pois a alma não ingressa naquelas condições, já que precisa de no mínimo seis semanas de evolução no útero da mulher, e a criação das células cerebrais, coisa que não acontece. Logo, não existe possibilidade de ferir a fé ou tradição, mas pode ferir a ética, cujo controle deve ser feito pelos órgãos responsáveis no controle das pesquisas;
f) Não se pode jogar sobre o cientista o estigma de Hitler, e afirmar que o povo Alemão não é bom. O povo Alemão é bom, e Hitler fora um louco. Assim como, outros na humanidade fizeram atrocidades em nome de Deus. Por esta razão, a causa da pesquisa é justa, digna, e nobre, pois só se pode construir uma nação, quando a pesquisa científica, com fins nobres e pacíficos for o objeto do conhecimento, pois o conhecimento é bem universal, e gratuito, cabe apenas o Estado é o Mecena garantir o sustento da pesquisa e o pesquisador, através de um tratamento com carreira, e vida com dignidade, pois isso é o mínimo que se pode oferecer para procurar meios para salivar a vida, e retirar o sofrimento;
g) O embrião congelado em nitrogênio não tem alma, pois segundo descreve São Tomás de Aquino, citado por Voltaire, no seu Dicionário Filosófico, págs. 17, 19, Editora Martin Claret Ltda., 2006, ao se referir sobre a alma, magistralmente se expressa:
ALMA
Seria maravilhoso ver a própria alma. Conhece-te a ti mesmo (1) é excelente preceito, mas só a Deus é dado pô-lo em prática. Quem mais pode conhecer a própria essência?
Relanceemos os interessantes sistemas arquitetados pela tua filosofia em torno dessas almas. Um diz que a alma humana é parte da substância do próprio Deus. Outro que é parte do todo infinito. Terceiro que foi criada ab eterno. Quarto que foi feita e não criada. Outros afirmam que Deus as fabrica à proporção necessária, e que chegam no instante da cópula. Alojam-se nos animálculos seminais, exclama este. Não, diz aquele, vão habitar as trompas de Fallopio. Todos vós estais errados, intervêm aqueloutro: a alma espera seis semanas até que esteja formado o feto; então se acomoda na glândula pineal; se, porém, encontra um germe maligno, volta, a espera de melhor ocasião. A última opinião é que sua morada é no corpo caloso. É o local que lhe atribui La Peyronie. Era preciso ser primeiro cirurgião do rei de França para dispor assim do alojamento da alma. Pena é que o corpo caloso do ar. La Peyronie não tenha tido a mesma fortuna que o dono. Diz Santo Tomás (questão septuagésima quinta e subseqüentes) que a alma é uma forma subsistante per se. Que está em todas as coisas. Que sua essência difere de sua potência. Que há três almas vegetativas: nutritiva, aumentativa, generativa. Que a memória das coisas espirituais é espiritual. Que a memória das coisas corporais é corporal. Que a alma racional é uma forma imaterial quanto às operações e material quanto ao ser. Sto. Tomás escreveu duas mil páginas dessa força e dessa clareza. É o pai da escola. Não é menor o número de sistemas forjados sobre a maneira de sentir da alma depois de desertar do corpo por meio de que sente. Como ouvirá sem ouvidos. Como olfatará sem nariz. Como tocará sem mãos. Que corpo retomará de futuro: o que tinha aos doze ou aos oitenta anos? Como o eu, a identidade da mesma pessoa subsistirá. Como a alma de um indivíduo tornado cretino à idade de quinze anos e que cretino tenha morrido aos setenta anos retomará o fio das idéias interrompido na puberdade. Por que milagre uma alma que haja perdido uma perna na Europa e um braço na América reencontrará essa perna e esse braço. (Que, tendo se transformado em legumes, terão virado sangue de algum outro animal).
Como se pode observar detidamente em relação aquilo que é certo, e aquilo que é errado, o moral e o ético (moral é ética são étimos distintos, não confundir uma coisa com a outra, pois a moral trata dos costumes, hábitos, e a ética trata da relação entre ofícios, ou para ser mais simples é um código disciplinar de boas maneiras).
É triste perceber a insensibilidade, falta de nobreza de algumas pessoas, que defendem teses contrárias ao interesse de milhões seres doentes, e com limitações, que a pesquisa e o empenho dos homens e mulheres, que perdem a suas vidas, a fim de conseguir o feito de salvar vidas, cuja missão destes homens de ciência são angelicais, e se colocam a serviço da humanidade, numa sociedade omissa, e incapaz de dá o lugar no ônibus para o idoso, que nega matrícula compulsória prevista em lei para o portador de deficiência, que um tetraplégico precisa pagar IPTU, e comprar o seu remédio, vítima de um Estado ausente, e da parcela da sociedade medíocre. Dizer o que? Eles fizeram uma execução fiscal de um morto.
Devemos acabar com o idioma do juridiguês, e obrigar e obrigar estes homens a escrever para o povo, assim como pensava Sócrates. Que tudo seja escrito de forma clara e objetiva.
Éh.. Meu caro amigo, o Filósofo Caetano Veludoso, no seu Dom de Iludir, onde diz que cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é neste caso encontra-se coberto de razão, pois veja:
Dom de Iludir
Seria maravilhoso ver a própria alma. Conhece-te a ti mesmo (1) é excelente preceito, mas só a Deus é dado pô-lo em prática. Quem mais pode conhecer a própria essência?
Relanceemos os interessantes sistemas arquitetados pela tua filosofia em torno dessas almas. Um diz que a alma humana é parte da substância do próprio Deus. Outro que é parte do todo infinito. Terceiro que foi criada ab eterno. Quarto que foi feita e não criada. Outros afirmam que Deus as fabrica à proporção necessária, e que chegam no instante da cópula. Alojam-se nos animálculos seminais, exclama este. Não, diz aquele, vão habitar as trompas de Fallopio. Todos vós estais errados, intervêm aqueloutro: a alma espera seis semanas até que esteja formado o feto; então se acomoda na glândula pineal; se, porém, encontra um germe maligno, volta, a espera de melhor ocasião. A última opinião é que sua morada é no corpo caloso. É o local que lhe atribui La Peyronie. Era preciso ser primeiro cirurgião do rei de França para dispor assim do alojamento da alma. Pena é que o corpo caloso do ar. La Peyronie não tenha tido a mesma fortuna que o dono. Diz Santo Tomás (questão septuagésima quinta e subseqüentes) que a alma é uma forma subsistante per se. Que está em todas as coisas. Que sua essência difere de sua potência. Que há três almas vegetativas: nutritiva, aumentativa, generativa. Que a memória das coisas espirituais é espiritual. Que a memória das coisas corporais é corporal. Que a alma racional é uma forma imaterial quanto às operações e material quanto ao ser. Sto. Tomás escreveu duas mil páginas dessa força e dessa clareza. É o pai da escola. Não é menor o número de sistemas forjados sobre a maneira de sentir da alma depois de desertar do corpo por meio de que sente. Como ouvirá sem ouvidos. Como olfatará sem nariz. Como tocará sem mãos. Que corpo retomará de futuro: o que tinha aos doze ou aos oitenta anos? Como o eu, a identidade da mesma pessoa subsistirá. Como a alma de um indivíduo tornado cretino à idade de quinze anos e que cretino tenha morrido aos setenta anos retomará o fio das idéias interrompido na puberdade. Por que milagre uma alma que haja perdido uma perna na Europa e um braço na América reencontrará essa perna e esse braço. (Que, tendo se transformado em legumes, terão virado sangue de algum outro animal).
Como se pode observar detidamente em relação aquilo que é certo, e aquilo que é errado, o moral e o ético (moral é ética são étimos distintos, não confundir uma coisa com a outra, pois a moral trata dos costumes, hábitos, e a ética trata da relação entre ofícios, ou para ser mais simples é um código disciplinar de boas maneiras).
É triste perceber a insensibilidade, falta de nobreza de algumas pessoas, que defendem teses contrárias ao interesse de milhões seres doentes, e com limitações, que a pesquisa e o empenho dos homens e mulheres, que perdem a suas vidas, a fim de conseguir o feito de salvar vidas, cuja missão destes homens de ciência são angelicais, e se colocam a serviço da humanidade, numa sociedade omissa, e incapaz de dá o lugar no ônibus para o idoso, que nega matrícula compulsória prevista em lei para o portador de deficiência, que um tetraplégico precisa pagar IPTU, e comprar o seu remédio, vítima de um Estado ausente, e da parcela da sociedade medíocre. Dizer o que? Eles fizeram uma execução fiscal de um morto.
Devemos acabar com o idioma do juridiguês, e obrigar e obrigar estes homens a escrever para o povo, assim como pensava Sócrates. Que tudo seja escrito de forma clara e objetiva.
Éh.. Meu caro amigo, o Filósofo Caetano Veludoso, no seu Dom de Iludir, onde diz que cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é neste caso encontra-se coberto de razão, pois veja:
Dom de Iludir
Caetano Veloso
Composição: Indisponível
Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delíciaDe ser o que é... Não me olhe
Como se a políciaAndasse atrás de mim
Cale a bôca
E não cale na bôca
Notícia ruim...
Você sabe explicar
Você sabe
Entender tudo bem
Você está Você é
Você faz Você quer
Você tem...
Você diz a verdade
A verdade é o seu dom
De iludir Como pode querer
Que a mulher
Vá viver sem mentir...
Para concluir, na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal – STF, ADIN referente a pesquisa sobre a constitucionalidade do art. 5º, da Lei de Bio Segurança, que trata da utilização de embriões congelados a mais três anos, com a finalidade de pesquisa como célula troco.
Uma decisão de natureza filosófica, e não jurídica, pois a humanidade só evolui no momento em que se livrar do tecnicismo positivista, que tem condenado tantos inocentes a pagar por aquilo que jamais cometeram, sem uma justiça rápida, e com efeito retributivo.
Por isto, a decisão do STF deve ser comemorada pela maioria da sociedade Brasileira, pois pela primeira vez na história da humanidade Galileu não foi para fogueira, e nem Giordano Bruno queimado em praça pública pela sentenaça dos Tribunais de Inquisição. A ciência foi exitosa para o Brasil e o Mundo, sendo vitória robusta da da filosofia, mesmo com um placar apertado (6 x 5) dos Senhores Ministros.
A filosofia pela primeira vez no Brasil demonstrou ao mundo que não somos uma nação fora do contexto do gênero humano, e da ciência, sem descuidar é claro dos limites impostos pelo respeito a dignidade humana, e a ética no uso da pesquisa genética.
Mas salvar vidas, e diminuir a dor de tantos seres, penso ser a maior prioridade, e a Justiça Brasileira merece um voto de louvor.
Certamente, Vicente Torquemada deve ter tido uma diarréia no sepulcro, quando percebeu que a Suprema Corte de Justiça do Brasil absolveu de fato Galileu, dando valor legal a justiça moral que Sua SantidadePapa João Paulo IIº, ao ter pedido perdão, humildemente, a Galileu em nome dos Cristãos., pois João Paulo dissera na sua Encíclica – Fé e Razão não existir incongruência entre a fé a razão, em outras palavras, entre ciència é fé, quando o objeto for nobre, justo e digno.
Discutir sexo dos anjos é uma inutilidade, pois o errado de ontem pode ser o certo de hoje, e e certo de hoje pode ser o erado de amanhã, mas nunca em relação a convicção de que um ser doente e limitado merece uma oportunidade de cura com os recursos da ciência e da tecnologia.
O certo e o errado é uma questão de interpretação, veja como diz Voltaire, Dicionário Filosófico, pags. 92, 93, Editora Martin Claret Ltda, 2006, onde se reporta em relação o certo e a certeza desta forma:
CERTO, CERTEZA
Que idade tem vosso amigo Cristóvão? Vinte e oito anos. Vi sua certidão de casamento e de batismo, conheço-o desde criança. Tem vinte e oito anos, tenho certeza, estou certo. Mal acabo de ouvir a resposta desse homem tão seguro do que diz e de vinte outros que o corroboram, venho a saber que, por motivos secretos e singular engenho, se antedatou a certidão de batismo de Cristóvão. Aqueles com quem falei nada sabem ainda. No entanto, sempre tiveram certeza do que não é. Se perguntásseis a todos os homens antes de Copérnico: — O sol levantou-se hoje? O sol se pôs? — Temos absoluta certeza – responder-vos-iam à uma Tinham certeza, e no entanto estavam errados. Sortilégios, adivinhações, obsessões foram durante longo tempo as coisas mais certas do mundo aos olhos de todos os povos. Quanta gente presa dessas ilusões não estava certa do que presumia ver! Hoje acha-se menos em voga essa certeza. Vem visitar-me um jovem estudante de geometria. Principiante, ainda se acha às voltas com a definição dos triângulos. — Não é certo – pergunto-lhe – que os três ângulos de um triângulo são iguais a dois ângulos retos? — Não só não tenho certeza – responde-me – como nem sequer compreendo claramente essa proposição. Demonstro-lha. Certifica-se, e para o resto da vida. Eis aí uma certeza muito diferente das anteriores. Aquelas não eram mais que probabilidades que, examinadas, revelaram-se erros. A certeza matemática, porém, é imutável e eterna. Existo. Penso. Sinto. Será isso tão certo quanto uma verdade geométrica? Sim. Por que? Porque as verdades se provam pelo princípio de que nada pode ser e não ser ao mesmo tempo. Não Posso existir e simultaneamente não existir, sentir e não sentir. Um triângulo não pode ter cento e oitenta graus – a soma de dois ângulos retos – e ao mesmo tempo não os ter. De mesmo valor são pois a certeza física de que existo, de que sinto e a certeza matemática, embora de gêneros diversos. O mesmo não acontece com a certeza que se funda em aparências ou testemunhos unânimes dos homens. — Ora essa! Então não estais certo de que Pequim existe? Não tendes em casa estofos de Pequim! Indivíduos dos mais diversos países e opiniões, que escreveram violentamente uns contra os outros pregando a verdade em Pequim, não vos asseveraram a existência dessa cidade? — Acho muitíssimo provável ter existido tal cidade. Mas não apostaria a vida em como exista, se bem não hesite em apostá-la em como os três ângulos de um triângulo perfazem dois retos. Estampou-se no Dictionnaire Encyclopédique uma coisa jovialíssima. Sustenta-se lá que, se mo dissesse toda Paris, eu deveria estar tão seguro, tão certo de que o marechal de Saxe ressuscitou, como o estou de que ele venceu a batalha de Fontenoy, quando toda Paris mo assevera. O raciocínio é admirável: Creio em Paris quando toda ela me diz coisa moralmente possível; portanto não devo cre-la quando me diz coisa moral e fisicamente impossível. Parece que o autor queria rir, e que o outro autor que se extasia ao fim desse artigo escrito contra si próprio também o queria.
Por isto, como dissera Fernando Pessoa, que se a alma for pequena, nada vale a pena, e a ciência é assim, às vezes se conquista a energia atômica, e o homem faz a bomba, e também, se inventa o avião, e fora usado para a guerra, e os autores das duas fórmulas morreram de depressão.
A vida é sempre risco, pois só um foi agradecer Jesus pela cura, aqui tudo é breve, pois é só passagem.
Pense!
A ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA – ACF pode ajudar a pensar.
Para concluir, na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal – STF, ADIN referente a pesquisa sobre a constitucionalidade do art. 5º, da Lei de Bio Segurança, que trata da utilização de embriões congelados a mais três anos, com a finalidade de pesquisa como célula troco.
Uma decisão de natureza filosófica, e não jurídica, pois a humanidade só evolui no momento em que se livrar do tecnicismo positivista, que tem condenado tantos inocentes a pagar por aquilo que jamais cometeram, sem uma justiça rápida, e com efeito retributivo.
Por isto, a decisão do STF deve ser comemorada pela maioria da sociedade Brasileira, pois pela primeira vez na história da humanidade Galileu não foi para fogueira, e nem Giordano Bruno queimado em praça pública pela sentenaça dos Tribunais de Inquisição. A ciência foi exitosa para o Brasil e o Mundo, sendo vitória robusta da da filosofia, mesmo com um placar apertado (6 x 5) dos Senhores Ministros.
A filosofia pela primeira vez no Brasil demonstrou ao mundo que não somos uma nação fora do contexto do gênero humano, e da ciência, sem descuidar é claro dos limites impostos pelo respeito a dignidade humana, e a ética no uso da pesquisa genética.
Mas salvar vidas, e diminuir a dor de tantos seres, penso ser a maior prioridade, e a Justiça Brasileira merece um voto de louvor.
Certamente, Vicente Torquemada deve ter tido uma diarréia no sepulcro, quando percebeu que a Suprema Corte de Justiça do Brasil absolveu de fato Galileu, dando valor legal a justiça moral que Sua SantidadePapa João Paulo IIº, ao ter pedido perdão, humildemente, a Galileu em nome dos Cristãos., pois João Paulo dissera na sua Encíclica – Fé e Razão não existir incongruência entre a fé a razão, em outras palavras, entre ciència é fé, quando o objeto for nobre, justo e digno.
Discutir sexo dos anjos é uma inutilidade, pois o errado de ontem pode ser o certo de hoje, e e certo de hoje pode ser o erado de amanhã, mas nunca em relação a convicção de que um ser doente e limitado merece uma oportunidade de cura com os recursos da ciência e da tecnologia.
O certo e o errado é uma questão de interpretação, veja como diz Voltaire, Dicionário Filosófico, pags. 92, 93, Editora Martin Claret Ltda, 2006, onde se reporta em relação o certo e a certeza desta forma:
CERTO, CERTEZA
Que idade tem vosso amigo Cristóvão? Vinte e oito anos. Vi sua certidão de casamento e de batismo, conheço-o desde criança. Tem vinte e oito anos, tenho certeza, estou certo. Mal acabo de ouvir a resposta desse homem tão seguro do que diz e de vinte outros que o corroboram, venho a saber que, por motivos secretos e singular engenho, se antedatou a certidão de batismo de Cristóvão. Aqueles com quem falei nada sabem ainda. No entanto, sempre tiveram certeza do que não é. Se perguntásseis a todos os homens antes de Copérnico: — O sol levantou-se hoje? O sol se pôs? — Temos absoluta certeza – responder-vos-iam à uma Tinham certeza, e no entanto estavam errados. Sortilégios, adivinhações, obsessões foram durante longo tempo as coisas mais certas do mundo aos olhos de todos os povos. Quanta gente presa dessas ilusões não estava certa do que presumia ver! Hoje acha-se menos em voga essa certeza. Vem visitar-me um jovem estudante de geometria. Principiante, ainda se acha às voltas com a definição dos triângulos. — Não é certo – pergunto-lhe – que os três ângulos de um triângulo são iguais a dois ângulos retos? — Não só não tenho certeza – responde-me – como nem sequer compreendo claramente essa proposição. Demonstro-lha. Certifica-se, e para o resto da vida. Eis aí uma certeza muito diferente das anteriores. Aquelas não eram mais que probabilidades que, examinadas, revelaram-se erros. A certeza matemática, porém, é imutável e eterna. Existo. Penso. Sinto. Será isso tão certo quanto uma verdade geométrica? Sim. Por que? Porque as verdades se provam pelo princípio de que nada pode ser e não ser ao mesmo tempo. Não Posso existir e simultaneamente não existir, sentir e não sentir. Um triângulo não pode ter cento e oitenta graus – a soma de dois ângulos retos – e ao mesmo tempo não os ter. De mesmo valor são pois a certeza física de que existo, de que sinto e a certeza matemática, embora de gêneros diversos. O mesmo não acontece com a certeza que se funda em aparências ou testemunhos unânimes dos homens. — Ora essa! Então não estais certo de que Pequim existe? Não tendes em casa estofos de Pequim! Indivíduos dos mais diversos países e opiniões, que escreveram violentamente uns contra os outros pregando a verdade em Pequim, não vos asseveraram a existência dessa cidade? — Acho muitíssimo provável ter existido tal cidade. Mas não apostaria a vida em como exista, se bem não hesite em apostá-la em como os três ângulos de um triângulo perfazem dois retos. Estampou-se no Dictionnaire Encyclopédique uma coisa jovialíssima. Sustenta-se lá que, se mo dissesse toda Paris, eu deveria estar tão seguro, tão certo de que o marechal de Saxe ressuscitou, como o estou de que ele venceu a batalha de Fontenoy, quando toda Paris mo assevera. O raciocínio é admirável: Creio em Paris quando toda ela me diz coisa moralmente possível; portanto não devo cre-la quando me diz coisa moral e fisicamente impossível. Parece que o autor queria rir, e que o outro autor que se extasia ao fim desse artigo escrito contra si próprio também o queria.
Por isto, como dissera Fernando Pessoa, que se a alma for pequena, nada vale a pena, e a ciência é assim, às vezes se conquista a energia atômica, e o homem faz a bomba, e também, se inventa o avião, e fora usado para a guerra, e os autores das duas fórmulas morreram de depressão.
A vida é sempre risco, pois só um foi agradecer Jesus pela cura, aqui tudo é breve, pois é só passagem.
Pense!
A ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA – ACF pode ajudar a pensar.
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