Agostinho de Hipona – A Filosofia da África no Século XXI



Trabalho realizado para a Academia Criciumense de Filosofia
Em, 6 de Novembro de 2007.




01 – Considerações Preliminares sobre o Pensamento de Agostinho e o Marco Contextual Contemporâneo:

Inicialmente, pretendo demonstrar pelaas evidências a a inixistência de possibilidade para reflexão sobre o contexto contemporâneio, especialmente sob a égide da globalização, onde todas os fatos econômicos e sociais são resolvidos nas metroploles imperais, e cujas metropoles fazem patrulhamento ideológico sobre as nações, e os povos subdesenvolvidos, e não menos exercem igual domínio sobre as nações denominadas - em desenvolvimento.

Neste caso o detentor do trabalho (mão de obra) pode observar a questão do subisídio agrícola ofertados aos produtores das Nações ricas – G8, das guerras criadas com a finalidade de obter o dmínio das reservas de petrólio, especialmente na região do Golfo Pérsico, acompanhdada da escasses das reservas de água para o consumo humano, a péssima distribuição de renda pelo transferência do lucro (mais valia) às corporações multinacionais ou transnacinais, em vista da delapidação dos recursos naturais sob todos os matizes, dando origem ao efeito desastroso do aquecimento global (a detruição do homem pelo homem jamais foi novidade na humanidade, as notícias do dilívio, a a destruição de Tróia, Atlântida, e outros povos, ou civilizações não não pode ser tratada como novidade, superstição ou ilusão, e nem com estranheza, mesmo que que considerem como impossível, cuja finalidade de justificar sua maledidicência com a huminadade, pois neste contexto sempre esteve em jogo o poder e a vantagem do lucro fácil)

Não há como deixar de trazer para o contexto atual o pensamento do homem africano sintonizado nos primórdios do Cristianismo, mas que possuia a ousadia de pensar para o homem do século XXI, pois além de ser homem e jamais negar o gosto pela estética, pela retórica, pela Direito, pela filosofia, e desmitificar a sensualidade pelo ardor do seu libido, especialmente no tratamento dispensado à beleza da mulhe, pelo fato de ter amado a mulher intensamente como o ardor do Autor da Divina Comédia, pela sua Beatrix Portinari, ou então pela poseia de Vinicius de Moraes, que chegou a afimr assim: - As feias que me descupem, pois a beleza também é fundamental;

Jurisconsulto reconhecido na Corte Imperial, pois em 395 d. C Agostinho e sagrado (ordenado) Bispo de Hipona. Constantino no ano de 313 d. C, promulgara o Edito de Milão, em que tornara o Cristianismo a Religão Oficial do Império Romano, e nesta caso ser Bispo importava em acumular várias atribuições inerentes a administração do Estado, hoje denominado laico, porém na Diocese de Hipona a função de Pastor de almas, e de Govenrnador, juiz, e provedor das necessidades dos mais fragilizados coube ao Cartaginês púnico Agostinho, na seguinte descrição de Huberto Rohden, a seguir:

Nestes tempos e lugares, ser bispo era também ser governador, e juiz e toda circunscrição da diocese. Inumeras alusões nos escritos de Agostinho provam o quanto ele estava familiarizadocom todos os probmeas de caráter administrativo, agrícola, comercial, e industrial, etc. Conhecia afundo a legislação Civil e Criminal do Ipério, estava a par de todo o complicado labirinto dos processos, da jurisprudência e das questões forenses in (Rohden, Huberto, Agostinho, Pág.185, Editora Alavorada e livraria Ltada, 5ª Ed)

Agostinho certamnte fora profundo conehcedor dos quatro livros das Instituições de Gaio, que viveu no século II da Era Cristã, quando fora Impeador Adriano e Antonio Pio. Porém, o Gaio dos tempos de Adriano, certamente não era um dos Autores do Disgesto do século I, que no mesmo texto está o nome de : - Gaio Atélio Pacúvio, que com Paulus, Ulpiano, certamente construiram a monumental obra de Direito presente nas nossas vidas, autualmente. Isto demonstra o domínio do Pensador Afriacano das coisas do Direito e da Filosofia.

Não há filosofia sem Direito, e não pode haver Direito sem a filosofia, pois uma não existe sem a outra. Não pode ser confundida aqui, com a ideologia, pois a ideologia nasce no século XIX, com a finalidade de fazer se sobrerepor a idéia a ação com a finalidade de derrotar o capitalismo, fato que não prosperou no pensamento do século XX, e no começo do século XXI, pois a União Soviética desapareceu, e o Muro de Berlim fora destruido, e as duas Alemanhas reunificadas sob a mesma bandeira, pois a ideologia é coisa da: - Da esquerda porra louca, como disserra cronista e escritor Nelosn Rodrigues, e não era a preocupação de Agostinho, e posteriormente a de Tomás de Aquino.

Agostinho não deseja ser sacerdote, e nem bispo, pois o que Agostinho tinha era uma comunidade que denomiava de Cerebrita, onde o seu propósito era o ato de pensar soluções práticas para humanidade, e vendeu todos os seus bens recebidos como herança paterna e distribuira aos pobres de Tagaste, e ficara tão-só com o local onde funcionava o seu monstério, em Tagaste, onde o mesmo se reunia com as pessoas desejosas de pensar as crises do homem de sua época, sem descartá-las da convivência humana, pois as crises jamais estiveram fora da agenda do homem dos últimos milênios, especialmente no começo do século XXI.

Agostinho fora poeta, e possuia enorme erudição, cujo primeiro livro a ler fora Hortencius de Cícero, e mais tarde teve contato com o pensamento de Platão (através de Plotino, e Porfírio – Se bem que estes Autores não se afinavam com gênio de Agostinho), onde a partir de Platão começou a operar verdadeira revolução no conceito de vida dos nossos dias, e posteriormente sintetizado no pensamento do Boi Mudo – Santo Tomás de Aquino.

Agostinho muda o conceito de civilização e da religião a partir de então:
a) Estabelece como regra obrigatória o banho para os adéptos (adéptos se tratava daqueles que não eram iniciados, mas tinha conhecimento redumentar dos mistérios e da filosofia), ou neófitos (neófitos eram os não inciados na filosofia, e a na ciência dos mistérios, e que ingressavam naquilo que se denominou de catecumenato) a vida monástica, pois havia um hábito entre os eremitas (eremita- monge, tratando-se daqueles que se retiravam do meio social, despojavam-se dos bens, a fim de refletir sobre o homem, e seus mistérios), que quanto menos banho fizesse durante a vida, mas o o monge se tornaria próximo de Deus - Santo;
b) Agostinho era vegetariano por opção, e só admitia o uso da carnes no caso da doença no paciente, certamente pelo fato de carnes possuirem proteinas, e igualmente ministrava vinho ao doente, como bebida terapeutica e medicianal;
c) Igualmente, afirma claramente, baseado no pensamento de Platão ser a alma divina, e o corpo matéria sujetio ao processo da evolução, pois dizia ser preciso o homem passar por vários estágioos, a fim de chegar o homem da razão, pois o homem segundo Agostinho esqueceu do passado por opção dele. Nisto vem a tese do pecado original, não criada por Agostinho, mas através de muitas concepções, a fim de justificar a capacidade finita do homem enquanto matéria, pois o alma, espírito é o próprio Deus. Pois o Afriacano se antecipou a teoria de Charles Robert Darwin - Shrewsbury, 12 de Fevereiro de 1809 — Downe, Kent, 19 de Abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado o paradigma central para explicação de diversos fenômenos na Biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859;
d) Quanto a justiça o mesmo dissera ser a virtude fundamento da construção da sociedade in (Cidade de Deus, Capítulos 20 e 23), pois basta obsevar na sua obra Cidade de Deus, manifesta esta preocupação com a construção do Estado justo, pois no século IV e V o Imperio Romano vivia a sua degradação moral, o Estado fragilizado pela corrupção, pois dentro do Império existia várias seitas religiosas, mesmo dentro da estrutura do Estado, onde cada um procura satisfazer o seu interesse particular, coisa não afeito ao espírito revolucionário de Agostinho, que sabia como ninguém, que o espírito e forrte, mas a carne é fraca;
e) Na sua vida privada o mesmo fez a escolha pessoal de se manter longe da vida oferecida pelas festas e orgias da decadência do Império Roanano, especialmente pelo fato de conhecer a fragilidade do libido, ardor e fogo com que arde nas entranas do ser pelo amor ao objeto amado, como diz Camões, pois neste particular o Africano, também, antecipou-se ao judeu Freud do século XX, ao afirmar na sua obra considerar o homem ser do pessado, e tudo se justifica através do libido, pois são os desejos impulsionadores do homem para conquistar outros espaços dentro do tempo, sem exceção, veja Marcuse, na sua Obra o Heros e a Civilização, onde demonstra com muita propriedade a luta humana pelo Heros (prazer) em detrimento do Tânatos (morte).

Agostinho era Afriacano, e como Cartago, e Hipona eram provincia situada na Africa fazia parte do Imperio Romano em decadência, também, o nascimento da hegemonia do Cristianimso como norma oficial, dentro das suas divisões paradoxais trazidas por Manes, Pelágio, e Ário, sem com isso ter deixado de ser pagão (o étimo pagão, quer dizer cmaponês, como os que não aceitaram o Edito de Milão de 313, acabaram indo para clandestinidade nos campos, e por isso, quem não aderira a religião oficial do Império fora denominado de pagão, pelo fato de ter ido para os pagos, paganus - subversivo), amado a sensualidade feminina, e ter a humilidade de rever seu pensamento no momento em que a prática se tornasse incongurente e incoerente com a realidade do momento presente. O Africano presava a objtividade e a prática, não aceitava a incongurência, e a incoerência entre a teoria e a prática, discurso e ação, pois aí reside a eternidade da genialidade daquele homem de Tagaste

Agostinho fundamenta seu pensamento em Platão, e basicamente no Neo-Platonismo, sendo o primeiro Pensador a colocar Platão (Politéia – Traduzido erroneamente como República) como fonte da teologia Cristã, e fora sem dúvida o homem que trouxera o pensamento Grego para Ocidente, sendo essencial na formação das cocepções filosóficas da Idade Média, onde depois de quase novecentos anos Santo Tomás de Aquilo na formação do seu pensamento leva em consideração a herança de Aurélio Agostinho, mas coloca o théos na prática, quando compatibiliza com o pensamento do Cristianismo escolástico a Política, e o Livro a Nicômaco de Aristóteles. Daí em diante começa a fazer a diferença (o pensamento de Santo Tomás de Aquino deve ser tratado como o divisor dos tempos, pois Tomás deu o conceito para toodos denoômenos da vida humana, e imaginem se o Boi Mudo falasse tudo o que soube e sabia sobre o homem, pois, certamente teria muitas fogueiras para este homem a esperar na praça).

2. A vida e obra de Agostinho de Hipona:

Aurélio Agostinho (do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um bispo católico, teólogo e filósofo que nasceu em 13 de Novembro de 354 em Tagaste (hoje Souk-Ahras, na Argélia); morreu em 28 de Agosto de 430, em Hipona (hoje Annaba, na Argélia). É considerado pelos católicos santo e Doutor da Igreja.

Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi professor de retórica em Milão em 383. Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de 350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu combate à heresia do Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que (...) a Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24)

Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucessão em caso de morte do bispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu mosteiro, mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu mosteiro que o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que vivem sob uma regra monástica.

Agostinho morreu em 430 durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo, que Agostinho considerava uma heresia.

Agostinho tinha profundo apego a sua mãe Mônica, que certamente na sua conversão pesou enormente a presença da sua mãe. Sua mãe morreu na cidade de Óstia Tiberina, na Foz do Tibre, ano de 387, quando Agostinho, e o irmão Navigius, a mãe, e seu filho Adeodatus retornavam à Tagaste - África.

Mônica faleceu com 56 anos de idade, e como sua últiam vontade disse aos filhos: - Sepultai vossa mãe aqui...

O Filósofo conviveu com uma mulher Cartaginesa, de quem nascera o filho Adeodatus, quase 10 anos, sem fazer referência ao nome da mãe de seu filho, nem por outros biogáfos, que mantiveram o nome da mesma encoberto, mas por algumas fontes se pode chegar ao nome da mulheer que fora o grande amor de Agostinho, cujo nome era: -Melânia, vide in (Rohden, Huberto, Agostinho, pág. 59, Alvorada Editora e Livraria Ltda),


3. Agostinho e os Judeus:

Agostinho escreveu no Livro 18, Capítulo 46, da Cidade de Deus, "Os Judeus que O assassinaram, e não criam ele, porque coube a Ele morrer e viver novamente, foram ainda mais miseravelmente assolados pelos romanos, e completamente expulsos de seu reino, onde estrangeiros já tinham dominado sobre eles, e foram dispersos pelas terras (tanto que não há lugar onde eles não esteja), e são assim, por suas próprias Escrituras, um testemunho para nós de que não forjamos as profecias a respeito de Cristo." 1. Escreveu também uma das principais obras que apóia a crença na Trindade.

Agostinho considerou a dispersão importante porque ele acreditava que isto era um cumprimento de certas profecias, provando assim que Jesus era o Messias. Isto se deve ao fato de Agostinho crer que os judeus que foram dispersados eram inimigos da Igreja Cristã. Ele também cita parte da mesma profecia que diz "Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder". Algumas pessoas usaram as palavras de Agostinho para atacar os judeus, enquanto outros as usaram para atacar cristãos.

Na verdade Agostinho interpreta a dispersão dos Judeus pelo mundo nos 70 d. C, quando era Imperador Tito, e a segunda dispersão no século II, quando Imperador Adriano, não se refere aqui na dispersão feita pelo Rei Nabucodonosor da Babilônia, onde Judeus se espalharam por várias partes do mundo, especialmente na peníssola Ibérica, nas Regiões do atual Portugal, e na Espnha, nos tempos de Julio César denominava-se de Bética, e o atual Portugal se denominava de Lusitânia (lugar da luz), mais tarde dividida nos Reinos de Castela e Aragão.

Devido ao fato da Doutrina do Nazareno, mais tarde denominada de Cristã ter sido considerada como cladestina pela Religião oficial do Estado Judeu, em vista de se tratar de uma Doutrina secreta, pois a revelação dos mistérios, e sua filosofia importava para o seu locutor o martírio – perda da vida. Isto é uma questão prática para Agostinho, pois o fato de tonrar a Religão oficial do Estado Imperial coloca os Judeus na rota de colisão da religião oficial com a legitimação de algumas práticas pagãs, e adota o ritual greco-romano nas suas manifestações públicas, em relação ao povo. Pois nos primerios séculos do Cristianismo as práticas eram Judia, concepção avançada herdada dos cabalistas, como Apóstolo João Evagelista (Apocalipse), e dos essênios, especialmente do pensamento estoico e platônico como descrito por Paulo de Tarso.

Evidente, que dentro deste contexto Agostinho não poderia pensar diferente, pois aquilo que fora o seguimento secreto do judaismo, consegue se transformar na Religião oficial do Império. Evidente, que não combina a crença no Cristo – Messias com o poder temporal, não combina com visão judaica. A reação contra o povo Judeu começoou com a conjugação entre a fé e o poder, pois no contexto de então a dispersão dos judeus era fato notório, a fim de sobreviver o poder do clero oficial, pois segundo Agostinho os Judeus pagaram caro pelo ato de ter levado a morte o Nazareno, pelo fato de ter destruido seu Reino.

O Império Roamano através de Constantino tomou a decisão de tornar o Cristianismo como a Religião Oficial do Império não pelo fato de acreditar no Jesus Nazareno como o messias, ou pelo fato de que fazer caridade, e de seguir a norma básica do cristianimso: - Ama o próximo como a si mesmo. O Império Romano agiu dentro da necidade como afirma Hegel, pois como a seita das Catacumbas ganham muitos adéptos e martíres, e aplicava o socialismo prático, pois basta observar nos textos desta época: - Que tudo entre os Cristãos era em comum.

Logo o Imperio Roamano fez aquilo que Maquiavel ensinou na sua obra – O Princípe – No caso de não ter como dominar o inimigo, faça uma aliança como o inimigo, pois é mais fácil cooptar o inimigo pelos favores e vantagens, que tê-lo como inimigo, quando o inimigo possui o poder da opinião pública, como se denominava as práticas Cristãs anteriores ao Edito de de Milão de 313 d. C. O Constantino só veio a se batizar dias antes de sua morte, e ainda era Ariano, porque acreditava que o batismo lavaria sua alma de todos os seus pecados cometidos anteriores ao batismo, mesmo as suas brutalidades. Então, nesse quadro como ficaria um Pensador como Agostinho diante da construção do reino espiritual e temporal, pois o homem é produto do meio, nada pode ser transformado a curto prazo, quando a cultura se encontra impregnada dentro dos estratos da sociedade.

4. A Influência do Teólogo e Pensador:

Agostinho de Hipona na história do pensamento ocidental, influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino. Agostinho foi importante para o batismo do pensamento grego e sua entrada na tradição cristã, e posteriormente na tradição intelectual européia. Também importantes foram seus adiantados escritos influenciadores sobre a vontade humana, um tópico central na ética, e que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho).

É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original, e a Igreja Católica sustenta que batismo e ordenações feitos fora dela podem ser válidos (a Igreja Católica Romana reconhece ordenações feitas na Igreja Ortodoxa Oriental e Ocidental, mas não nas igrejas protestantes, e reconhece batismos de quase todas as igrejas cristãs). Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado.

Cabe aqui uma explicação e não justificação: - A tese do pecado original foi concebida baseada concepção de platão, que ensinava ser alma imutável, e o corpo ser porduto da materia, logo finito, e esta tese ganhou corpo sem a existência de dógima pelo fato de ter o corpo fora uma escolha do homem, ao escolher o conhecimento, que importava na pena da morte do corpo. Não se trata de justificação filosófica, e nem teológica, pois esta não é minha funçao fazer no presente momento, e nem faria no presente caso, pois não é este o objeto do presente trabalho, mas sim pelo fato de se trtar da evolução do pensamento dentro do mundo Cristão, e especialmente para chegar em Tomás de Aquino, Kant, e Hegel.

O pensamento de Agostinho foi também basilar em orientar a visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha a restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do gênesis como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico", vão influenciar fortemente a Igreja medieval, que terá uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados (a razão decaida do homem, significa ser Agostinho racionalista, pois o ser racional é a base da diferença entre o animal homem, e o animal das demais espécies, pois o ato de pensar no caso faz a diferença entre um e outro, embora possuam a vida).

Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento Grego e Cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen. O Calvinismo se desenvolveu como parte da teologia da Reforma, enquanto que o Jansenismo foi um movimento dentro da Igreja Católica; alguns jansenistas entraram em divisão e formaram sua própria igreja (Igreja aqui não é assembléia de homens, nem o corpo de Cristo, conforme ensinou o Vaticano II, que recuperou em parte a tradição das Catacumbas, nos seus documentos, mas Igreja no caso se trata do Estado e a Fé, pois naquela oportunidade um se confundia no outro).

Agostinho foi canonizado por reconhecimento popular e reconhecido como um Doutor da Igreja. Seu dia é 28 de agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele é considerado o santo padroeiro dos cervejeiros, impressores, teólogos, e de um grande número de cidades e dioceses.

6. O Maniqueísmo:

Filosofia religiosa sincrética e dualística ensinada pelo profeta persa Mani (ou Manes), combinando elementos do Zoroastrismo, Cristianismo e Gnosticismo, condenado pelo governo do Império Romano, filósofos neoplatonistas e cristãos ortodoxos.

Filosofia dualística que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

A igreja cristã de Mani era estruturada a partir dos diversos graus do desenvolvimento interior. Ele mesmo a encabeçava como apóstolo de Jesus Cristo. Junto a ele eram mantidos doze instrutores ou filhos da misericórdia. Seis filhos iluminados pelo sol do conhecimento assistiam a cada um deles. Esses "epíscopos" (bispos) eram auxiliados por seis presbíteros ou filhos da inteligência. O quarto círculo compreendia inúmeros eleitos chamados de filhos e filhas da verdade ou dos mistérios. Sua tarefa era pregar, cantar, escrever e traduzir. O quinto círculo era formado pelos auditores ou filhos e filhas da compreensão. Para esse último grupo, as exigências eram menores.


Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:

Não adorar nenhum ídolo;
Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;
Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;
Venerar as mensagens divinas;
Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual durante os jejuns;
Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;
Evitar os falsos profetas;
Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;
Não roubar nem cometer fraude;
Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria.

É bom ficar atento, pois o maniqueismo ´praticado pelos políticos Brasileiros na forma pervertida, pois no Brasil só é bom o amigo do Rei, ou então aquele que fizer parte do esquema, aliás no serviço público se diz: Quem tiver padrinho não morrerá pagão.

Observe o comportamento dos políticos e verrá que se trata de caudilhismo maniqueista. Os maniqueistas chamavam de caudilho os chefes da seita.

7. O Donatismo:

O Donatismo foi uma doutrina religiosa cristã, considerada herética pelo catolicismo. Persistiu na África romanizada nos séculos IV e V. O seu nome advém de dois bispos com o mesmo nome: Donato de Casa Nigra, bispo da Numídia; e Donato, o Grande, bispo de Cartago.

Os donatistas defendiam que os sacramentos só eram válidos se quem os ministrava era digno. Na religião católica, porém, crê-se que os sacramentos valem por si, seja o ministrante (geralmente um sacerdote) um indivíduo corrupto ou não.

Os autores que mais influenciaram os donatistas, em termos de doutrina religiosa, foram São Cipriano, Montano e Tertuliano.

O bispo de Hipona, Santo Agostinho, fez campanhas contra esta crença e foi principalmente graças aos seus esforços que a Igreja católica acabou por vencer a controvérsia. Com a ocupação vândala do norte de África, o donatismo voltou a ter, aí, alguma preponderância, o que continuou a acontecer depois da reconquista bizantina destes territórios por Justiniano. Desconhece-se quanto tempo persistiu depois da conquista muçulmana.

8 . O Arianismo:

O Arianismo foi uma visão Cristológica sustentada pelos seguidores de Arius nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualasse, fazendo do Cristo pré-existente uma criatura, embora a primeira e mais excelsa de todas,que encarnara em Jesus de Nazaré. Jesus então, seria subordinado a Deus, e não o próprio Deus. Segundo Ário só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio.

Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura consegueria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar a si mesmo. Com esta linha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou em seu livro The Arian Controversy (A Disputa Ariana): "O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério[1]

O Concílio de Niceia (325 d.C.) condenou esta doutrina após uma grande controvérsia e declarou-a herética. No entanto, visões semelhantes e em alguns casos revivificação do nome, ocorreram desde então.

Uma carta de Auxentius, um bispo de Milão do século IV, referindo-se ao missionário Ulfila, apresentou uma descrição clara da teologia ariana sobre a Divindade: Deus, o Pai, nascido antes do tempo e Criador do mundo era separado de um Deus menor, o Logos, Filho único de Deus(Cristo) criado pelo Pai. Este, trabalhando com o Filho, criou o Espírito Santo, que era subordinado ao Filho e, tal como o Filho, era subordinado do Pai. Segundo outros autores, para Ário o Espírito Santo seria uma criatura do Logos (Filho).

O conflito entre Arianismo e o Trinitarismo, que se tornou dominante desde então, foi a primeira dificuldade doutrinal importante na Igreja Católica, após a legalização do Cristianismo pelo imperador Constantino I e a sua elevação a religião oficial do Império Romano. Vendo que as disputas entre os cristãos poderiam causar uma ruptura interna no Império, Constantino determinou que o arianismo estava errado, que este era uma heresia, julgando assim contribuir para manter a coesão política do império, embora mais tarde viesse a aderir a ele, tendo sido baptizado por um bispo ariano antes de morrer.

A um certo ponto do conflito, o Arianismo teve influência na família do imperador e nobreza imperial, e porque Ulfila, (missionário enviado pelo Imperador Romano do Oriente) foi o apóstolo dos Godos,convertendo-os ao cristianismo sob a forma ariana. Os Ostrogodos e Visigodos chegaram à Europa ocidental já cristianizados, mas arianos.

O nome Arianos, foi usado na Polónia para referir a seita Cristã Unitária, a irmandade polaca (Frater Polonorum). Eles inventaram teorias sociais radicais e foram precursores do Iluminismo.

"Arianismo" tem sido um nome aplicado a outros grupos não-trinitários, desde então.

Por exemplo, muitas vezes tem-se dito que as Testemunhas de Jeová, estariam seguindo uma forma de arianismo, visto que também não crêem na Trindade, e consideram Jesus como O Filho de Deus. Mas elas discordam deste ponto de vista, afirmando que suas crenças não se originam dos ensinamentos de Ário, e que, não adoram o “Deus desconhecido” de Ário.

9. O Pelagianismo:

Monge bretão 360 - 425. Estabeleceu-se em Roma em 384, depois do Egito, após o saque de Roma por Alarico em 410, e finalmente na Palestina.

Sua doutrina a respeito da graça foi combatida por Agostinho de Hipona e considerada herética. O bispo da Gália, Germmanus Castus, articulou a censura papal, a excomunhão e por fim a execução de Pelágio.

O pelagianismo sustenta basicamente que todo homem nasce moralmente neutro, e que é capaz, por si mesmo, sem qualquer influência externa, de converter-se a Deus e obedecer à sua vontade, quando assim o deseje. Uma das grandes disputas durante a Reforma protestante versou sobre a natureza e a extensão do pecado original.

No século V Pelágio havia debatido ferozmente com Agostinho sobre este assunto. Agostinho mantinha que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro lado, Pelágio insistia que a queda de Adão afetara apenas a Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, Ele também dá a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou mais adiante que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse a obediência.

Agostinho foi um autor prolífico em muitos gêneros - tratados teológicos, sermões, comentários da escritura, e autobiografia. Suas Confissões são geralmente consideradas como a primeira autobiografia; Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até sua então (com cerca de cinqüenta anos) relação com Deus, e termina com um longo excurso sobre o livro de Gênesis, no qual ele demonstra como interpretar a escritura. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.

No fim de sua vida (426-428?) Agostinho revisitou seus trabalhos anteriores em ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retrações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e seus pensamentos finais, além de se arrepender de ter utilizado demais de filósofos pagãos. assim disse o louco izair

10. Considerações Finais:

Agostinho foi homem sem nunca ter querido ser Deus. Um admirador da beleza, poeta, e primava pela estética, filósofo inigualável no seu tempo, e para o tempo atual.

Agostinho prece Hegel, quando diz:

O que devemos representar ao espírito é atividade do pensamento livre; devemos representar a história do mundo no pensameento, o processo do seu nascimento e a produção. As manifestações destes processos são as filosofias, e as séries das descobertas, de que o pasamento se vale para se descobrir, constituem trabalho de dois mil e quinhentos anos in (Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, Intrrodução a História da Filosofia, pág. 323, Os Pensadores, Editor Victor Civita, 1980)

Agostinho é um pensador atual pelo fato de no tempo presente de nossa vida, especialmente no Brasil onde existe a carência da construção da sociedade sustentada pela virtude, e o reconhecimento da miséria humana, especialmente quando as nossas Autoridades não se preocupam com o ato de construir o ser, antes do ter os bens adquiridos pelo dinheiro, ou com o tráfico de infulência, em detrimento do valor virtude da justiça. O homem digno luta pelas causas nobres, e o homem atual luta para adquirir o conhecimento com a finalidade de oprimir o seu igual, não se vislumbra o princípio do bem geral e comum, pois o Estado no Brasil é egoista, corrupto, e igual ao Estado Roamano dos tempos de Agostinho, pois aqui todo asno tem o privilégio de ter dado certo, e os nossos políticos de plantão procuram o cargo e sua fatia nos benefícios do Estado, pois aqui a democracia não é o governo do povo, mas tão-só o governos de alguns amigos do Imperador, pois o sistema no Brasil é imperial, e os partidos não passam funebres oligarquias tribais. As heresias continuam as mesmas, só mudou o nome, e o dono da caneta.

O homem que admitia ser normal por sentir seu libido vivo, admite a evolução da matéria do corpo, e fez a escolha pela vida austera, embora admitisse humildemente a sua devassidão pessoal. Agostinho fora um ser autêntico e sincero conisgo mesmo, e por issso teve humildade para reconhecer as suas limitações como homem.

Agostonho prova que gostar de mulher bela, também é capaz de fazer um Santo homem, pois afinal como dissera o Santo Luiz Gonzaga: - Um santo triste, é um triste santo.

A diferença de Agostinho para os homens de últimos tempos era a ousadia, o pensamento do filósofo, e acima de tudo humildade, prudência, eo amor que detinha à causa que hipotecava a sua razão. Em resumo; O conhecimento e a educação em Madaura, e especialmente a influência de Mônica, sua mãe o levara a atear fogo no mundo.

Não podemos compreender as mazelas, mediocridade, e as deformações culturais dos nossos dias sem o dever de observar o mundo do Filósofo Africano, pois a humanidade segue a sua dialeticidade própria e partticular, pois como afirma Aristóteles a revolução se faz com dois passos de vanguarda, e um na retaguarda, postulado utlizado por Lenin, na Revolução Russa de 1917, e outro postualdo de Aristóteles também usado por Lenin, e práticado por Agostinho sem ter conhecido o Pensador de Estagira era: - A prática é o critério da verdade.

Agostinho foi um homem de ação, e acima de tudo um grande pensador e político dos últimos dois mil anos. Agostinho não era branco, precisa ficar claro para não esbranquiçar o Bispo de Hipona..

Na cidade de Deus, Agostinho diz:

Onde não existe a justiça pela qual um Deus supremo conduz à uma cidade obediente à Sua amável vontade, não existe uma sociedade de pessoas unidas no sentido de direito comum e comunidade de interesses. E onde ela não exista, não existe a pessoa e nem o estado, porque não há pessoas não há comunidade (Cidade de Deus, capítulo 23)

A paz do corpo e da alma vem de vida ordenada e saudáveol. A paz entre seres humanos vem de um acordo ordenado em viver juntos. A paz entre Deus e homem vem da obediência fiel a ordem eterna e à Lei. A paz da cidade celeste é uma unidade perfeitamente ordenada e harmoniosa de cada um de nós na alegria de Deus. A paz de todas as coisas conserva-se na qualidade essencial da ordem, pois a ordem assegura que tudo, seja grande ou pequeno, estabeleça a sua relação prórpia com todos o resto (cidade de Deus).

A caminhada humana se faz no aprender com a experiência do outro, e com a vida em comum. Não se pode pensar melhorar as estruturas injustas se não existir a ação justa, dentro da solidariedade, pois a educação como ato de pensar não é mercadoria disponível no mercado como pretendem os operadores destas ações, e nem o Diploma não deve ser o passaporte para oprimir as minorias fragilizadas pela desigualdade, discriminação, preconeito, e o olho na potência do poder, pois Hegel diz assim:

Assim, a sua compreensão pensante é, ao mesmo tempo, a do progresso realizado da tototal atuliidade evoluida, e que não percorre o pensamento dum inviduo nem se manifesta numa única consciência, mas aprece como espírito universal que se apresenta na na história universal em toda riqueza das suas formas in (Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, Intrrodução a História da Filosofia, pág.342/343, Os Pensadores, Editor Victor Civita, 1980)

Assim pela construção do pensamento fica evidente não ter sido Agostinho diferente dos pensadores atuais, pois basta observar como constroem as evidências no contexto atual, a fim de não deixar nenhuma dívida, quanto a informação trazida por Agostinho.

No século IV e V a ansidedade do homem não foi desigual do homem dos nossos tempos, pois no Brasil a história de ontem não é a de hoje, e os princípios mudam pelo prazer do questor, sem a menor segurança do ato, pois o autoritaismo de ontem não diferente do autoritárismo arbitrário de hoje, pois os jovens déspotas possuem orgasmo em usar o conhecimento para descumprir os princípios consagrados pela humanidade.

Eu desejo que façam bom uso deste texto, e sirva para pensar..


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