Samba do Crioulo Doido, Uma questão de Filosofia?

Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta autor do Samba do Crioulo Doido conhecia as contradições existentes no Brasil,, quer na distribuição dos bens da civilização, especialmente, conhecimento, através da educação, e da dimunuição do estado de miserabilidade, que vivem estratos em percentuais críticos da sociedade brasileira.

O Autor desta letra era Filho de Américo Pereira da Silva Porto e de D. Dulce Julieta Rangel Porto, Sérgio Marcos Rangel Porto, um cidadão acima de qualquer desfeita, nasceu no Rio de Janeiro em pleno verão, no dia 11 de janeiro de 1923, e ficou famoso anos depois sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, emprestado à Oswald de Andrade (vide Memórias de Serafim Ponte Grande). Foi casado com Dirce Pimentel de Araújo, com quem teve três filhas: Gisela, Ângela e Solange.

Nesta terra é necessário se fazário se faz a comparação entre fatos, ou as pessoas para não se morrer de tédio, pois o mesmo - Era um mestre das comparações enfáticas:

"Mais inchada do que cabeça de botafoguense"
"Mais assanhado do que bode velho no cercado das cabritas"
"Mais suado do que o marcador de Pelé"
"Mais duro do que nádega de estátua"
"Mais feia do que mudança de pobre"
"Mais murcho do que boca de velha"

Traçou, em 12 palavras, o retrato de uma época , os tais anos dourados nada permissivos, quando o preconceito prevalecia, principalmente em matéria de sexo:

"Se peito de moça fosse buzina, ninguém dormia nos arredores daquela praça". Antes da liberação sexual, as praças e outros cantinhos escuros eram, então, um buzinaço.

Nada mudou na nossa terra, pois mudar é difícil, já que a mudança exige a destruição de velhos vícios, e os vícios são inerentes ao patrulhamento ideológico operado pelas várias ditaduras, instaladas no Brasil depois da proclamação da República, onde se estabeleceu que Tiradentes – Joaquim José da Silva Xavier seria herói republicano, dentro da concepção positivista de poder institucional.

No final do século XVIII, surgiu o Movimento dos Inconfidentes, com foco nas idéias da Revolução Francesa, e especialmente dos pensadores iluministas, cujo movimento fora abortado através de uma traição, a fim de obter o perdão das suas dívidas, como se pode observar na narrativa a seguir: - O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à República, com o que ganhariam à imediata adesão da população.

Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados em 1789. Avisado, Tiradentes escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, mas foi descoberto por Joaquim Silvério dos Reis, que o acompanhara em sua fuga a mando de Barbacena. Anos depois, por sua delação e outros serviços prestados à Coroa, dos Reis receberia o título de Fidalgo.

A corrupção e o tráfico de influência foram vícios existentes no período colonial, herdados pelos agentes políticos atuais, cuja finalidade tem por objeto o enriquecimento fácil, privilégios outorgados através de favores nas licitações, com o superfaturamento de obras públicas aos afilhados políticos, cargos públicos pela forma de comissionados, ou pelos laranjas (laranjas quer dizer fraude, ser uma coisa, e dá o nome de outra), fato comum no contexto da administração pública, especialmente nos Municípios Brasileiros,

O nosso estado de empobrecimento se encontra relacionado com a falta de um projeto de Estado, fundado no princípio da razão, onde o bem comum devesse ser a regra e não a exceção, igualdade fosse à igualdade entre os iguais, e os desiguais fossem iguais entre os seus desiguais, e onde meio termo fosse à lei universal, dentro da sabedoria, e da solidariedade, onde efetivamente fosse construída a pátria, cuja bandeira não se erguesse no mastro, ou se colocasse sobre os ombros apenas nos jogos da seleção de futebol, numa Copa do Mundo, sem deixar de admitir a correção de Nelson Rodrigues, referia-se ao Brasil como uma pátria de chuteiras.
Igualmente, não se pode fazer como os golpistas da República, que fizeram o Tiradentes assemelhado com Jesus Cristo, de barbas longas, e de cabelos cumpridos, a fim de passar ao povo a idéia de mártir da causa republicana, pois Tiradentes – Joaquim José da Silva Xavier só foi condenado pelo fato de não ter sido homem rico, e se tratar de simples Alferes, sem posse de bens capaz de comprometer a opinião pública da época com a causa revolucionária, mas certamente, a independência se tivesse prosperado alcançaria tão-só a província das Minas Gerais, quiçá o Rio de Janeiro, pois tal movimento não havia atingido São Paulo de Piratininga, ou as regiões depois de Laguna, depois do marco do Tratado de Tordesilhas.

Basta observar pela descrição dos atributos e predicados de Tiradentes, as razões práticas, que o levaram a se tornar o único a ser condenado a pena capital, e não os demais inconfidentes, a seguir: - Tiradentes Esquartejado, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, (Fazenda do Pombal, (batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político brasileiro). No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico e herói nacional.

Nascido num sítio no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, nas Minas Gerais, da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos sete filhos. Em 1755, após o falecimento da mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas.

Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do Caminho Novo, estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da província ao Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

Dona Maria Iª exarou a sentença de morte contra Tiradentes pelo fato de sentir que o alferes poderia comprometer o poder Português na região, e pelo fato de não admitir perder receita oriunda da mineração, e outras fontes de receita, que a coroa não poderia abrir mão naquele momento.

É evidente que as idéias de Rousseau, Montesquieu, e igualmente o pensamento do racionlismo de Kant se encontravam na cabeça dos inconfidentes, pois como é sabido alguns dos inconfidentes já tiveram conhecimento da Independência Americana, e da Revolução Francesa, pois muitos deles estudaram em França.
Diante disto pode se concluir esta reflexão, que dizer não sei, não vi, não é comigo, o meu entendimento, usar a figura de linguagem do eufemismo para negar a aplicação do direito universal, e contrariar o racional é parte da cultura colonial e tupiniquim do Brasil.

Assim como transformaram o modesto alferes e herói cívico, também, a princesa se casar com Tiradentes, transformaram Leopoldina transformou num Trem, e Dom Pedro II, numa estação também, conforme descreve o grande escritor Sérgio Porto, com a letra seguir:

Composição: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)

Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar

Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta

Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também

O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou

Como no Brasil é uma questão de Filosofia atrasar o tudo, pois não tem escola, não tem saude, até morto pode ser processado sem explicação.

O Brasil tem jeito?

Um país com enorme riqueza natural, e ainda há pobres, afinal socializar a pobreza é a cultura da classe dominante, pois tudo deve ser em nome da oligarquia demonante., que reparte com o povo apenas as migalhas, somente o seu resto.

Pense!

O sol é de todos, mas alguns pensam que, somente pode brilhar para eles.

Será que saimos de samba do crioulo doido, ou ficaremos noa país de alice do país das maravilhas?

A ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA – ACF pode ajudar a pensar.

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