O Senadinho da Praça


Gilson Gomes

Advogado

 

O Senadinho da Praça e o Senado  na história. Senador e senado vêm do latim - Sen, senex, que quer dizer  - velho, idoso -  e,  presumivelmente, mais respeitável.

Observe também, outras palavras da língua Portuguesa, possuindo sua origem em sen, senex: - senil, senilidade, sênior, senhor.

 O senado romano (em latim: senatus) é a mais remota assembleia política da Roma antiga, com origem nos Conselhos de Anciãos da Antiguidade oriental (surgidos após o ano 4000 a.C.). Daí a origem de seu nome, de senex,  - velho -,  - idoso. Tratava-se de  uma assembleia de notáveis - o conselho dos patres (pais) ou chefes das famílias patrícias - que provinha já dos tempos da monarquia romana. Rigorosamente hierarquizado, constituía, sob a república (509 a.C.-27 a.C.), a magistratura suprema, que foi mantida sob o império (27 a.C.-476 d.C.).

O Senado de Roma em regra era constituído de  homens velhos. Claro, que quando Sócrates  vivia quem mandava na Grécia eram os  - trinta tiranos -, já no tempo de Jesus de Nazaré existia um conselho  religioso  com fins políticos totalmente  controlado pelo Governador de Roma, que na época era Pôncio Pilatos, entre os sacerdotes chefes existia o nepotismo, entre o sogro e o genro. É certo que todas as ações se relacionavam na corrupção, levar vantagem, inclusive o próprio Judas entrou nessa.

José (descobridor de coisas ocultas) do Egito, que estudara a cultura Egípcia, e  se casara com a filha de um sacerdote, e depois, pelo fato de ter interpretado o sonho do Faraó foi elevado ao cargo de Adon do Egisto,  sendo no caso o chanceler ou ministro, governador do Faraó. Ocorre que na época existia uma guerra entre o baixo Egito e o alto Egito, controlada pelo Faraó Taá IIº. As  terras do baixo Egito eram férteis, e como se sabe a beligerância não cessou até que José morresse e pedisse para ser sepultado em Canaã. Dizem alguns que as terras do Oriente Médio eram controladas pelo baixo Egito.

 José ofereceu aos irmãos que o venderam as melhores terras do Egito, sendo que a escravidão só veio posteriormente, e êxodo se deu com Moisés.

Hoje, nada é diferente de ontem.

 Pois retiraram o monumento em homenagem ao – Mineiro – de nossa Praça. Não há mais o viveiro de passarinhos no canto da praça. Árvores centenárias são cortadas com a benção da Ecologia. O monumento ao Mineiro foi substituído pelo Chafariz, sem água, sem as moedinhas dos enamorados.  O rio corre debaixo da cidade, como se fosse o nosso depósito de esgotos, quiçá o Nilo de hoje. Retiraram nossa Estação de trem e agora só  existe o Terminal.  Derrubaram a casa do Agente, ninguém disse quem mandou  derrubá-la, mas depois fora reconstruída.  Na Praça do Trabalhador, ontem era uma estrada de ferro, antes uma galeria, e um lavador de carvão. A Mina 11, a Rua Amazonas, que  agora  é o Parque das Nações.  E o  lago  desaparecido  da Praça da Chaminé. É o desenvolvimento da cidade.

 Porém é preciso recuperar velhas tradições, especialmente o Teatro Amador Próspera,  com   as Mãos de Eurídice,  é uma peça teatral brasileira, escrita por Pedro Bloch, sendo  considerado o primeiro monólogo interpretado no Brasil. Parabéns aos pioneiros,  por  ter ido a luta em tempos tão difíceis,  colocado em cena o Monologo naqueles dias.

E, o Corte, onde se carregava os vagões de carvão  nos Trens com a sua locomotiva Maria Fumaça,  bem na entrada  da Próspera, que   era a extrema entre o povo de sangue patrício  e o plebeu. Se  tratava da uma linha divisória entre os bem  e o mal.

 Pois estávamos lá, e sabemos como era, os dias duros. Era no trilho nosso caminho. E o velho  Órgão tocado na missa  da  Igreja.   Depois da reza  o canto do coral do Arlindo aqui  ao lado da a Praça,  as belas moças transitavam ao redor, sem calçadão  – só para  paquerar – ao som do velho Sir James Paul McCartney,  que na época  estava com a Banda The Beatles, sem esquecer  de Roberto Carlos, e sua turma,  nas tardes de domingo.

 Nostalgia e lirismo, é certo. Uma reflexão do passado, e uma filosofia para o presente.

Os namorados não usam mais a praça para contemplar o luar, se bem que a lua não mais dos namorados, e sim da NASA, nem se ouve a música popular  de Noel Rosa – com que roupa que eu vou. Mas, ali se recebe noticias de  todos os acontecimentos do dia a dia, bons e ruins, pode até se quebrar o sigilo telefônico e invadir as ondas de rádio e televisão., mas o senadinho funciona.

Os velhinhos aposentados se reúnem no banco, tem  ex  prefeito e vereador, médico, advogado, todos  com a  cartola,  como se estivesse no Ginásio de Academo de Platão.

O Senadinho de hoje e o correio eletrônico mais eficiente da cidade. Ali se sabe antecipadamente quem será o vencedor da eleição, então, quem dilatou sicrano ou fulano, quantos votos fora  comprado pelo vencedor do conclave com carbono. Nada é fofoca, tudo pode ser verdade, só depende da fonte. Pode ser a boca maldita como a bendita, depende da temperatura, e a vítima.

Eles podem decretar a morte de Cartago fizera o velho Catão, como podem sancionar a sátira de Juvenal – dê pão e circo – que o povo fica feliz.   O que dizer...

O velhinho depois do setenta que não comparece ao senadinho poderá ter morte precoce. A praça é sinônimo  de tradição, o melhor turismo que se pode fazer no sábado pela manhã, também, no final da tarde. É só passar e  ver a olho  nu.

É  pena que na praça não se restaura o monumento ao Mineiro, e ao redor dela, não seja contada as verdadeiras histórias ocorridas nos labirintos dela, então, se quiser, as memórias de cada um. É.  Se as árvores falassem!

A praça sempre foi sinal de conhecimento. Pois foi  na praça da greve (cascalho) que os Franceses trabalhadores  fizeram o – Manifesto – de 1848.

A praça é o lugar onde o povo se reúne para  memorizar e cultivar a sua tradição, seja no templo ou no tribunal, onde emana a poesia, música, e os casos (causos), nasce também o pensamento, e a beleza da filosofia. Pois Sócrates andava nas praças e ruas perguntando se  - conheciam  a si mesmo .

Assim o Senadinho da Praça pode ser a  Praça   do Egito de 2011 que derrubou seu Presidente, porque  é   ali que nasce a revolução, mesmo  que  seja contra  a nossa vontade, jamais se tivera publicado    o noticiário   pela imprensa com letras tão visíveis os fato.

O que faria Sócrates, José, Jesus, Gandhi no Senadinho?

- Não sei.

- Mas o que sei que as maiores verdade nos chegam pela oralidade. Pois o vencedor não escreve  qual a sujeira que fizera com o vencido.

O Senadinho merece a honra de lugar da tradição, já ali não há o vencido e nem o vencedor, só o fato.

Sugestão, um centro na praça com  cadeira aos nobres frequentadores do senadinho.

Uma lei criando senadinho oficial, com mesa e cadeira,  a fim de dar legitimidade ao mesmo e  a Távola do Rei Artur.

A Praça  merece!

O senadinho, como tribuna da  livre expressão  merece o reconhecimento da Lei.

É a tradição.

Pense.

ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA - ACF.

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