Eu não Matei César.
Gilson Gomes
Advogado
Julio César, depois de muitas
batalhas veio a se tornar Imperador da Roma. Todos conspiravam contra Ele, e Marco Tulio Crasso,
cujo General numa das batalhas procurou o atalho, vindo a falecer, daí
resultar o ditado – erro crasso. César se torna Imperador, e depois Brutus, dentro de uma conspiração o mata
no Senado, quando César discursava, e César a ser
atingido pela espada diz – Até tu brutos, filho meu. (Tu quoque, Brute,
filii mei!), o fato ocorreu em 15 de Março de 44 a. C. Brutos
era parente de César, apenas um detalhe.
A conspiração fora os ciúmes contra Cleópatra, dizem que fora uma das causas. Medo da Rainha do
Nilo substituir César.
No homem
existem momentos na sua vida, que não
pode escolher entre estar vivo ou
morrer.
É certo que a seleção natural se faz
pela capacidade de se adaptar no meio
ambiente. As vezes, é preciso agir como o cameleão camuflado com as cores das folhas da floresta. Dizem que os mais apto não são, necessariamente, os
mais sadios, mas aquele que se adaptar
melhor ao meio. É a dialética da evolução humana.
O passar dos anos nos trazem muitas lições, especialmente,
comer o prato quente pelas beiradas, ir
pela parte mais adequada em calor. Aprendemos
que a vaidade humana é maior que o seu fígado, pois tudo gira em torno do interesse e da
conveniência. Se o outro me traz vantagem
devo fazer investimento no outro, se não me trouxer o desprezo. Assim funciona
em relação ao gosto, que se trata de herança cultural, e fruto da
dominação imposta pela classe detentora meios de produção . A luta de classes não
acabou aqui, existem outras formas de luta, mas está sempre presente, como na
percepção de Marx, – No Manifesto – de 1848.
Entre os filósofos há divergência quanto ao ser, pelo fato de no caso, não se considerar um
filosofo aquele que enxerga o ser fora do tempo e do espaço, mas um homem que
está a colocar o ego acima do ser. O certo. - nada [1]-,
trazido o étimo por Vasco da Gama da Índia,
já que o - nada - não existia na língua Portuguesa.
Existem as brigas sem causa, fruto da
mesquinharia humana, como litígio de adolescente, que pretende colocar no seu currículo
o desejo de ter exercido um certo poder
temporal, ainda que efêmero.Todos gostam da adulação, quanto mais existir adulação, mais vantagem. Pior é a
conspiração subterrânea existente no meio entre puxa sacos, e como agravante, é a
percepção na relação de trabalho, quando
um coloca a espada de Drácon na nunca do seu
colega de trabalho, porque não
deseja ver o outro aspirar uma vida melhor. Aqui temos enorme dificuldade
em conviver com o apogeu do outro, sendo assim, só nos faz bem quando
enxergarmos o semelhante no perigeu. Dizem que a desgraça alheia coloca o vaidoso
em estado de surto eufórico, incompatível com bens da civilização.
Afirmar que o conhecimento é excludente, ou de apenas um grupo de seres
ungidos, tal premissa não passa de falsa e obcena no contexto da universalidade
do saber, já que sabe é, ninguém sabe o que não é.
Afirmar ainda, ser o
método reflexivo obstáculo à interação com os estratos da sociedade, em
qualquer idade, pode ser considerado como falacioso. Pois a reflexão deve ser sempre construtiva. Ensinar o homem
a pensar, no dizer de Kant, deve ser nossa principal tarefa na edificação de
uma sociedade mais justa e solidária.
O pensador deve fazer como Sócrates
nas ruas de Atenas - Sempre Perguntar -, e sempre estar presente também para
perguntar, se conhece a si mesmo. O pensador está na rua e não no mosteiro.
Ouro fato, de certo modo nos causa
perplexidade, é ter observado a excitante alegria dos opositores com a possibilidade
de ver o mandatário do Município envolvido no ilícito de improbidade, já que
todos procuram um fato para desgastar a sua popularidade. Do
ponto de vista penal, o autor de crime responde pelos seus atos. Se não há prova do dinheiro desviado ter ido para a
conta do Alcaide. Logo o mesmo não responde pelo crime, mas só os que obtiveram
proveito com desvio. Não interessa aqui se o dinheiro foi para as Ilhas
Virgens, e financiado campanha eleitoral, o fato que o ato de improbidade
(desonestidade) fora cometido pelo
agente que articulou a corrupção, e dela
obteve proveito.
Em filosofia interessa aquilo que é, o ser. Não se pode construir elucubrações a respeito de suposta
incriminação, quando não existe. Por isso a regra é – pensar e existir. Só existe o que é. Não se julga o dever ser, pois
tal possibilidade está no campo da hipótese, não é tese, nem síntese, e não se baseia no fato estrito senso ou lato
senso. O crime é materialidade (fato ou ato) e na autoria, e como diz Kant, sempre há ter o – mal dolo (péssima intenção).
O fato de não ver o seu mandatário
envolvido na falcatrua oferece ao cidadão serenidade no exercício do voto, pois
o voto, é entregar o mandato ao cândido, limpo, puro, e independente do
candidato ou sigla partidária que possa vir a exercer tal múnus, devendo-se
manter longe da falcatrua. Note bem, irregularidade não é necessariamente crime, sempre pode ser sanada ou curada. O
crime é uma pecha que meche na alma do
povo. Principalmente, se o crime for cometido contra a dignidade humana. O bem
comum e com a violação da ética e da moral, então, princípio de honestidade
esculpido pela tradição religiosa na alma do povo, ainda que a religião não seja ciência e nem filosofia, podendo ser uma
questão metafísica, que está dentro da filosofia, porém, aí se irá tratar
da metafísica.
O mal percebido nos nosso Prefeitos, é dar
asas as aves de rapina, ou à raposa, pior, à cobra, sendo que onde houver a carniça, ali estará
o urubu. Procure homens probos, íntegros, e de bem. Não se deve colocar a
carreira sob o fogo amigo, e nunca deixe a raposa cuidar do galinheiro. A questão
está nos compromissos de campanha, e não no programa de Governo. Sempre fica o
débito com alguém. Não pode existir muito cacique para pouco índio.
O homem corrupto tem vida curta,
acabou o tempo do – rouba mas faz. É
melhor menos cabide, e mais eficiência e qualidade. A corrupção é vicio da matéria,
segundo Tomás de Aquino.
Todo homem é um ser político –Aristóteles
-, e aí reside o grande paradoxo do
destempero da nossa classe política, que
faz do mandato transitório uma profissão
e carreira. O poder se é digno para quem estiver disposto a servir – ser servo
do povo.
As contradições evidentes.
Não é justo pagar uma remuneração
irrisória ao médico, a fim de prolongar a vida, e cuidar das crianças, e não
dar boa renda ao educador, e permitir que os nossos impostos saiam pelo ralo,
direto no esgoto, e depois parar o bolso de canalhas. Não se fala do médico açougueiro, mas do médico
exemplar.
Lembre o que fizera com a subvenção uma Candidata, que deveria ser
repassada a determinada comunidade, colocado no bolso, a grana e prestado contas com notas frias.
Também, existe aquela que recebeu dinheiro para a campanha, e só recebia dinheiro vivo, a fim de não pagar ou
ter de prestar contas, tanto ao financiador quanto a Justiça. Imoral , ilegal
e engorda.
Assim, não matei César, porque a
conspiração é fruto da pobreza de alma,
quem sabe o Prefeito não poderia dizer: – Até tu Brutos!, E, como perguntara César: - Et tu, Brute?
Pense.
ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA –
ACF.
[1] Rhoden,
Huberto, Roteiro Cósmico, pag. 24, Editora Martin Claret Ltda, 5ª Edição, 1999: Os portuguese, que com Vasco da Gama foram ao
Oriente, trouxeram ao Ocidente a palavra
“nada”, como também, “desmaiar” (perder a noção do maya, que é a natureza visível).
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