O Ciumento no Triângulo de Rhodes.
Gilson Gomes
Advogado
Agatha Christie, na sua obra –
Assassinato no Beco, na parte – O
triângulo de Rhodes[1]
– quando se refere ao investigador da
morte de seu principal personagem, desfaz algummas teses sobre o
suicídio, ao afirmar que o suicida não fica sentado de forma
correta na sua mesa, sem que a arma estivesse na sua mão, ou nela
ficasse vestígio de pólvora. Também afirma que o suicida em regra anuncia o
evento por meio de uma carta, sendo tal ato articulado mentalmente por muito
tempo, em razão de ter perdido o sentido
pela vida. A perda estima. Pois como se sabe um ser com uma forte
egonomia não ceifa sua própria vida,
como alguém que gosta de obter obra de arte, apreciador da beleza de um acorde
musical, e amealha fortuna. Pois a
situação de quebra nos negócios, péssima administração, ausência de talento e
capacidade para atravessar os mares revoltos que invadem as terras férteis.
O ciúme pode ser castrador em todos os sentidos, já
que o ciúme é um sentir do ego ferido
pela suposta perda inevitável daquilo que sabidamente não o pertence de fato e
de direito.
Onde o ego é maior que o eu, não pode
existir o ser, sendo que o ciúme impede
o ser de enxergar no outro a sua imagem e semelhança, pois o ciumento só
percebe aquilo que julga estar na posse. O ciúme pode tirar a vida, como
destruir o gênio da lâmpada. Ele finca sua fundação ali, mesmo que seja em
terras movediças, mas ele imagina ser
ali o seu território. Então, dê poder a
um homem e poderá saber quem ele é, e
conhecerá do que o animal homem pode
ser capaz de articular no momento que se
encontrar em jogo o poder, mesmo de marido mau amado, como o de político
energúmeno.
Pois há mães que são madrastas, pior,
são seres que apenas fazem expedir suas
crias, com a finalidade de poder obter o bolsa família ofertado pelo Estado.
Filhos são gerados para o mundo, a fim de ser bons cidadãos, são aqueles quem da vida pela vida, devendo ser
formado para construir uma sociedade mais equânime.
O ciúme é um sentimento parente da vaidade, da posse, e da carta de propriedade, sendo que em regra
nasce do vicio da inveja. Se a mulher for bela, inteligente, e for pessoa
interativa socialmente não serve ao ciumento, porque cada silhueta feminina
pode gerar a ideia doentia do – corno -,
pode até, demonstrar sua cara de manso,
mas, muitas vezes, procedimentos assim acabam numa tragédia como a estátua de
Rhodes. A recíproca é verdadeira, a mulher também, premedita ações pirotecnia, cuja bala se pensa ser de festim,
porém surpreende com a bala de pistola calibre 42. O ciúme tem razões que nossa
inteligência desconhece, porque está no
limite entre o excesso de zelo e a implosão do
ódio contra o objeto do seu suposto amor, já que não ama como a si
mesmo, contudo quer o objeto como posse e propriedade- cerceamento da
liberdade.
No trabalho, o cimento não é colaborador, mas sim – dedo duro-, procede
como os irmãos de José do Egito (aquele que descobre coisas ocultas), que o
venderam ao sacerdote Egipcio como escravo. Depois estudara a cultura do Egito,
e se tornou o Adon do Egito, uma espécie de chanceler, primeiro ministro do
Faraó. Tudo por causa de um sonho, causa
que fizera os irmãos nutri ciúmes pelo
filho de Raquel, a mais jovem, e a mulher amada de Jacó. José era aos seus irmãos as melhores e mais
produtivas terras do Egito.
Outro caso de ciúmes, existente na
mitologia é caso do triângulo Heitor, Helena, e Menelau, causa da famosa guerra
de Tróia, onde Ulysses usara um cavalo de pau para derrotar Eneias, que por efeito fugira para fundar Roma, e sua
mulher Dido fundara Cartago, daí resultar o ódio romano a cidade de
Cartago, sendo que velho Catão nos seus
discursos no Senado, ao terminar afirmava – Morte à Cartago -, assim como o Imperador ao terminar o seu discurso dizia –
a missa terminou. Mas não se pode esquecer do exemplo de perseverança da
Penélope, mulher de Ulysses, que esperou dez anos pelos seu amor, tecendo sua
colcha. Penélope estava com o olhar no
futuro.
Outro caso de ciúmes, não muito
explorado era de Herodes Antipas, pelo João o Batista, que era um ardoroso adversário da relação do monarca com a mulher
de seu irmão Felipe, Herodiades, sendo
que sua filha ao ter dançado em palácio para o rei, o mesmo sob juramento
dissera que a daria o que o pedisse, e
ela consultou a mãe e pediu numa bandeja – a cabeça de João. Ninguém dá valor ao João, mas
o mesmo possuia uma enormidade de seguidores.
Pois se tratava de um Profeta com enorme popularidade e conhecimento da
doutrina dominante na época, alguns chegam a dizer que Jesus usara no - Pai
Nosso -, o texto ensinado por João.
O ciúme mais contundente foi contra
Jesus de Nazaré, que sendo apresentado
ao rei, o mesmo não quis entrar na questão, pois já havia se desgastado com a
morte de João, e então, colocou sobre os ombros de Jesus, com sarcasmo um manto
de púrpura, devolvendo o prisioneiro a Pilatos pelo de considerar Jesus – estoico
-, e seguidor do estoicismo grego, e não considerava Jesus uma ameaça, já que o
estoicismo era pop na época. Herodes só saiu do processo, não que tivesse
admiração por Jesus, mas pelo fato de a morte de João lhe ter causado enorme
desgaste, e não iria sacrificar o
Nazareno. Foi o medo do clamor popular.
Outro caso de pura ciumeira fora o
ataque do Imperador Augusto à Rainha do Nilo – Cleópatra -, já´ que a mesma
tivera um filho com Julio Cesar, e viveu em Roma como a condição de Imperatriz,
até o imperador chegou a construir uma estátua toda em ouro à Cleópatra.
Cleópatra se matou com o veneno da naja, porque não desejava ser humilhada
na cidade de Roma. O certo é que o Imperador matou o filho de César com
medo de que o mesmo pudesse ameaçar a
sua condição de imperador de Roma.
O ciúme mais recente, que revoltou a
humanidade fora o Hitler, tanto com os Judeus quanto com a atriz Marlene, já
que é sabido que os Judeus possuíam o controle da produção na Alemanha do fim
do século XIX e no começo do século XX,
especialmente a industria bélica, sendo que isso levou Hitler a tentar criar
uma raça pura – com a lei do puro sangue. O caso de Marlene parece ser o mais
visível, a mesma teve de fugir da Alemanha e viver na América, tanto tal
premissa é verdadeira, que Hitler tinha
como sua canção predileta – LILI
MARLENE[2]
(Dietrich Lili Marlen).
. Eva fora só uma válvula de escape.
Hitler se imaginava um grande pintor, só que fora um péssimo aluno na escola,
como não era Alemão, mas Austríaco. Era um ser vaidoso, possessivo, e sem
escrúpulo algum. Mas se ele desse certo, afinal retirou a Alemanha de uma
brutal inflação, depois de 1930.
Não nos causa surpresa os transtornos causados por sentimento
inerente ao homem do medo da concorrência pela sua inaptidão, então pelo risco de perder aquilo que no seu preconceito imagina estar na posse. Ninguém quer perdera nenhum
bem que julga infinito ou imortal, mesmo sabendo que não os são, daí se conceber na consciência a indisciplina quanto
a universalidade do ser. Pois
transformar o semelhante em massa de manobra, ou seu escudo não demonstrado
razoavelmente dentro do bom senso.
O ciumento não acaba consigo mesmo. Pois cada ato seu está
em essência e substância sob a égide do egoísmo, sendo a posse ea propriedade
tanto tácita quanto a expressa sua bussola
na orientação do seu destino ou objetivo, podendo ser legitimo ou espúrio, nada o impedirá de
destruir a pedra do seu caminho.
Todos querem ficar com uma parte da
estátua de Rhodes, se houver carniça, ali estará a ave de rapina. Por isso não
se pode crescer entre os invejosos.
O colosso de Rhodes está no nosso dia a dia, não precisa andar muitos caminhos, e ter que atravessar as
estradas mais íngremes da nossa vida presente ou futura.
Mas se o meio justifica o fim, então,
porque não usar dos bons e justos meios, correndo na raia da vida com sua pira
própria.
Não se deve falar de mortos, claro
que não.
Porém, o passado nos oferece material de análise essencial para responder
os erros do presente, tanto no trabalho quanto na atividade política. Jamais
esquecer que todo homem é um ser político pela natureza. A única certeza é a
morte, o resto fica no campo da especulação.
Pense no triângulo de Rhodes, também
na surpresa que deve ser o convívio com
cada ser humano.
Devemos procurar fazer a nossa parte.
Sentar no banquete pode ser um
convide, mas pode ser também, uma obirgação, reflita na ideia de Platão.
Se tiver talento, e saber que o -uni é da filosofia, e o verso é da ciência. O
Uni é. O verso são as lei da ciência.
O cimento não compreende o ser e o universo.
Pense.
ACADEMIA CRICIUMESE DE FILOSOFIA
- ACF.
[1] O
Colosso de Rodes foi uma estátua de Hélios (deus do sol na Mitologia romana)
construída entre 292 a.C. e 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindos. A estátua
tinha trinta metros de altura, 70 toneladas e era feita de bronze. Tornou-se
uma das sete maravilhas do mundo antigo.Cada pé estava apoiado em uma margem do
canal que dava acesso ao porto, de modo que toda embarcação que chegasse à ilha
grega de Rodes, no Egeu por volta de 280 a.C. passaria obrigatoriamente sob as
pernas da estátua de Hélios, protetor do lugar. Com 30 metros de altura, toda
de bronze e oca, a estátua começou a ser esculpida em 292 a.C. pelo escultor
Carés, que a concluiu doze anos depois. Na mão direita da estátua havia um
farol que orientava as embarcações à noite. Era uma estátua tão imponente que
um homem de estatura normal não conseguiria abraçar seu polegar. O povo de
Rodes mandou construir o monumento para comemorar a retirada das tropas do rei
macedónio Demétrio, que promovera um longo cerco à ilha na tentativa de
conquistá-la. Demétrio era filho do general Antígono, que herdou de Alexandre,
uma parte do império grego. O material utilizado na escultura foi obtido da
fundição dos armamentos que os macedônios ali abandonaram. A estátua ficou em
pé por apenas 55 anos. Em 226 a.C. um terremoto atirou-a no fundo da baía de
Rodes, e os habitantes de Rodes não a reconstruíram (por recomendação de um
oráculo). No século VII, os árabes venderam os restos como sucata: para ter-se
uma ideia do volume do material, foram necessários novecentos camelos para
transportá-lo. A estátua, uma obra maravilhosa, levou Carés a suicidar-se logo
após tê-la terminado, desgostoso com o pouco reconhecimento público.Em 2008,
uma arqueóloga alemã contestou a localização do Colosso de Rodes, baseada na
falta de evidências submersas de fragmentos da estátua na região do porto. A
arqueóloga supôs que a estátua estivesse totalmente em terra firme, numa
montanha próxima.
[2] “Lili
Marlene" ou como no original em alemão, “Lili Marleen", famosa canção
alemã que se tornou o hino extra-oficial dos soldados de infantaria de ambos os
lados na Segunda Guerra Mundial. A letra foi originariamente escrita em 1915 na
forma de um poema por um soldado alemão da Primeira Guerra chamado Hans Leip.
Posteriormente publicado em uma coletânea de sua poesia em 1937, as metáforas e
a emoção do poema chamaram a atenção de Norbert Schultze, que o transformou em
musica em 1938. Lili Marlene se tornou uma canção de guerra quando foi
transmitida por uma rádio alemã em Belgrado e foi captada pelos soldados
alemães do Afrika Korps. Rommel gostou tanto da música que solicitou a Radio
Belgrado que a incorporasse em sua programação, no que foi atendido. A canção
era tocada às 21:55h todas as noites imediatamente antes do fim das
transmissões. Os aliados escutaram a música e Lili Marlene se tornou a melodia
favorita dos dois lados, a despeito do idioma. Os saudosos soldados eram
levados às lágrimas pela voz da, até então, desconhecida cantora Lale Andersen,
que se tornou uma estrela internacional. No entanto, a cantora mais famosa foi
Marlene Dietrich, que começou a cantar a música em 1943.
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