Minha Opinião sobre o Cavalo de Napoleão.
Gilson Gomes
Advogado
Napoleão possuía um cavalo, dizem que
o cavalo possuía pelos brancos, sendo
que o animal era o orgulho do Imperador.
No entanto como Napoleão se tratava de m homem
impetuoso, certamente, possuía uma opinião sobre o cavalo, como também dera
opinião sobre o famoso Código Civil Napoleônico. Pois o Imperador dispensara a presença do Papa na sua
coroação, e dera o fim na Inquisição.
Ele era um homem de opinião. Por
isso, desejo indagar a opinião sobre a
cor do cavalo desse imperador, podendo
até ser tida como verdadeira? Então, no
caso, seria capaz de deduzir a cor do cavalo branco do Napoleão. Então Napoleão
morrera, e você tem conhecimento o que correra na Normandia no dia “D”, quem tiver
conhecimento da nossa opinião d poderá descobrir a suposta cor
do cavalo desse Impudor que Dom João VIº passou a perna ao vir para o Brasil.
O fim de tudo pode ser uma questão de
opinião., também a forma que Napoleão perdeu a guerra.
Vamos refletir.
É temos opinião sobre o feio e o belo, o rico e pobre, o carro do vizinho, e
sobre a mulher do outro, até infringimos
o nono mandamento, muitas vezes se
transgride outros mandamentos, como não furtar, e não cobiçar as coisas
alheias. A morte pela gula, o empanturramento
obsessivo também é opinião do gulosos; a compulsão em comprar todos os
bens visto sob os olhos pode ser a mais
constrangedora opinião; a solução do litígio pelas próprias mãos é a mais
deplorável opinião.
A opinião é pessoal e formada pela cultura, é uma tempestade de idéias desconexas jogada o
vento, às vexes até, pode haver algum aborto da natureza que oferte uma opinião
que valha a pena. Em regra a opinião é apenas opinião, qem detestava a opinião recentemente foi os tempos de chumbo do
regime militar, em razão de uma opinião que não serve para coisa alguma, muitos
homens e mulheres perderam as suas vidas. Por isso a opinião precisa ser
protegida, porque não ciência, nem é habito sancionado pela sociedade como lei.
Nesse caso a lei protege a opinião, mas a opinião não é lei, tratando-se apenas
da livre manifestação. Pois em relação a
genética , a conversa é outra, aí se trata de ciência, como a nano tecnologia,
aí são as leis da física, que é cieência.
Afinal nossa opinião é que o dinheiro
compra tudo, até nossa consciência. O dinheiro paga para tirar a vida, mas o
dinheiro não ressuscitar nenhum ser humano, segundo se sabe só Jesus de Nazaré
ressuscitara Lazaro, mas nessa operação não entrara o poder da grana, mas a fé
de Marta e Maria. O dinheiro pode ajudar
a prolongar a vida pelo avanço da ciência, com a aquisição de bons equipamentos
de ulitima geração existentes no mercado, e se for o caso, com a aquisçao de
uma aeronave para fazer o transporte do enfermo. A opinião é que o dinheiro é
fim, e não o meio.
Mas o pior é quando uma opinião vira
hábito ou lei.
Também a nossa opinião, é que todo
movimento da economia se move pelo
interesse a conveniência e não pela
necessidade e utilidade.
Temos opiniões sobre o governo,
sobre a conjuntura internacional, e
especialmente sobre a vida alheia. Temos opinião sobre todas as coisas, e até
pretendemos ter o direito de reinventar
a roda.
Inclusive sobre a ida do homem à lua
no Projeto Apolo, nos anos de 1960.
E aí, onde irá a nossa opinião?
Para algum lugar?
Então vamos ver a trajetória da
opinião.
Hoje, numa segunda feira, vejo o céu
azul, temperatura média, ventos moderados nordeste. Todos os dias se faz tudo
igual, relacionado com o ato de fazer. Nada muda, a rotina é sempre a mesma.
Em regra se –acha -, embora não o que se acha, às vezes está com o prazo vencido e podre. Achar a
gente não acha, porque o que se se acha já tem dono – dominus -, então, nada mais
correto do que não ter de achar nada.
Pois achar não quer dizer, absolutamente, que o fato se fundamente na lei da ciência, ou na lei
escrita pelo homem, a fim de sancionar
o hábito.
Daí eu acho que amanhã será de sol; acho que ela é
mulher de vida fácil; acho que irei ganhar na loteria; e ainda, acho que o candidato A vencerá as eleições de outubro, porque ele
está bem na pesquisa eleitoral, pelo fato de não dar em nada o processo contra
si.
É, eu acho. Acho tudo.
O acho está no plano da opinião. Pois
opinar numa questão de direito ou de fato, não quer dizer que o ato seja
fundado no discurso filosófico e nas leis da ciência. A opinião é uma questão
de fórum intimo, cada qual possui a sua, sendo assim, tal primado se encontra
assegurado como direito fundamental nas Constituições das Nações civilizadas –
o direito de livre manifestação e opinião. Mas isso não quer dizer, que a
premissa seja verdadeira, e nem esteja fundado na ciência[1]. Logo se
trata de uma opinião pessoal
Ora, o opinar não obriga ninguém a concordar, nem a seguir sua opinião,
devendo ser tratado apenas de posição
pessoal e parcial. Na opinião não há universalidade, porque embora se encontre
relacionada com o ser não se trata de uma lei do ser, como a liberdade, mas é
uma expressão da liberdade lato senso. Então pela dedução se pode demonstrar que a opinião se trata de falácia e não de argumento que
possa justificar por si só o fato ou o
ato. Na opinião não há a ideia, mas uma manifestação sobre uma ideia, nem tão
pouco se pode dizer que a opinião está inserida a busca, razão maior do
espírito. Logo a ideia tem um liame de metafísico, pelo fato de sair do físico e ir além, está no
plano do espírito.
Daí se concluir que Platão tinha
razão ao afirmar na sua monumental obra
- A República, ao afirma:
“O homem se torna rigorosamente um
tirano, quando, por natureza, ou por hábito, ou pelos dois motivos, se torna
ébrio, apaixonado e louco.”
“Não há nada bom nem mau a não ser
estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.”
“Por vítimas de agressão, entendo
aqueles que mudam de opinião pelo pesar ou pela dor. Por vítimas de doença,
entendo aqueles que mudam de opinião seduzidos pelo prazer ou aterrorizados
pelo medo.”
Na verdade, cada homem e mulher
sempre foi, é e será as suas opiniões, sendo que neste particular só torna intransigente, pelo fato de se
imaginar o senhor de toda verdade, segundo Arthur Schopenhauer parece ser o caso:
“A honra é, objetivamente, a opinião
dos outros acerca do nosso valor, e, subjetivamente, o nosso medo dessa
opinião.”
O certo, é que se gosta de dar opinião
aos outros, especialmente sobre a vida alheia, o que se sabe que damos opinião
a nós mesmos como diz Michel de Montaigne:
“A minha opinião é que nós temos de
nos emprestar aos outros, mas apenas nos darmos a nós mesmos.”
Na prática as opiniões são sempre
supeitas, primeiro porque não possuem base científica, segundo porque se trata
de uma posição pessoa, daí não ser imparcial e nem universal, já que quem
possui partido ou lado, não ter uma
posição universal e imparcial, mesmo que seja de forma encoberta e misteriosa.
Pois John Locke está coberto de razão na sua assertiva:
“As novas opiniões são sempre
suspeitas e geralmente opostas, por nenhum outro motivo além do fato de ainda
não serem comuns.”
Contudo, cada qual gosta de condenar
a opinião alheia, mas ele não se dá conta de os dois podem estar errados, basta
observar em matéria de política, as vezes apostamos tudo num candidato, e
depois, o mesmo, acaba nos surpreendendo com seus atos, e vice versa, então,
jamais diga que a opinião do outro está errada, pois a opinião é como a caixa
de Pandora, veja o diz Dandemis sobre a opinião:
“Não condene a opinião do outro
porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados.”
E, por ultimo a vida é curta e o
discurso é longo, como dissera Vieira, não é possível ficar adstrito a opinião[2] dos
outros, aliás, eles não pagam as nossas dividas, e nem prestarão contas nos
céus dos nossos impropérios, mas se
tiver um pouco de juízo de valor saberá que o direito se sobrepõe a opinião, a
ciência está sobre os demais, e logos
está sobre todos, porque na ordem do universo está a razão, e resto é apenas a
minha opinião no dizer de Thais
Vicentini:
“A vida é curta demais para se
prender na opinião dos outros.”
Por isso, na nossa vida cotidiana
devemos ter presente o conceito filosófico dos atos e fatos da nossa vida, já
que a filosofia[3]
e o amigo e amante da sabedoria, e a sabedoria não se funda em opinião, mas na
ciência, no conhecimento, - episteme -,
que por efeito se viabiliza com a doxa,
ou naquilo que está antes de, o - arché – (arquetipo), que no fundo são as
construções na nosso cérebro de opiniões
que pretendemos transformar em ideia, e com isso, nossa pretensão de fazer valer a nossa
opinião nos faz tiranos de plantão, mais cedo e mais tarde, é só uma questão de tempo, a
verde aparecerá na sua universalidade. O universal é filosofia.
E qual a sua opinião sobre a cor do
cavalo de Napoleão?
Pense.
ACADEMIA CRICIUMESE DE FILOSOFIA – ACF.
[1] CIÊNCIA
- O texto O conhecimento científico caracteriza a ciência como um modo de
conhecer fáctico, especializado, claro e preciso, verificável, metódico,
sistemático, geral, legislador, explicativo, preditivo, aberto. O texto
Características do conhecimento científico apresenta a ciência como um
conhecimento objectivo, positivo, racional, revisível e autónomo.
[2]Léxico: Na conferência Potenciar a razão, Fernando
Savater, distinguindo opinião de dogma, defende que, ao contrário das pessoas,
nem todas as opiniões são respeitáveis -- e que é necessário argumentar as
opiniões. O seu livro As Perguntas da Vida retoma a relação entre a capacidade
de argumentação e a igualdade democrática (p. 63 ss), alertando contra uma
concepção "errónea" dessa relação (p. 65), defendendo que "nem
todas as opiniões são igualmente válidas" (p. 66): "para que os
cidadãos possam ser politicamente iguais é imprescindível que em contrapartida
nem todas as suas opiniões o sejam" (p. 65).
[3]Léxico
- ||| O texto Da Filosofia à Ciência
sintetiza a evolução da Filosofia, desde a antiguidade (em que se confunde com
a ciência) até ao século XX (em que, após a separação das várias ciências, se
põe em questão a possibilidade de um domínio próprio). Aborda ainda a questão
do papel de uma filosofia da ciência e da filosofia em geral. ||| Na conferência Potenciar a razão,
Fernando Savater questiona o papel da filosofia no mundo contemporâneo (em que
predomina a ciência) e justifica a sua importância -- nomeadamente, para dar
unidade a um curriculum e desenvolver a autonomia. No seu livro As Perguntas da
Vida (p. 55), atribui à filosofia a tarefa de questionar as crenças
substituindo-as por ideias sustentadas em argumentos. ||| Filosofia espontânea:
há nas quadras de António Aleixo "uma amarga filosofia, aprendida na
escola impiedosa da vida, que não deixa de impressionar" (Joaquim
Magalhães, na Introdução a Este Livro que vos deixo...)
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