Na Conversa de Bar – Nosso Encontro com Sophia

III
Gilson Gomes

Advogado

É verdade Sophia, que todos os dias temos feito nossas conversas, aqui no bar, sei que não bebe nenhuma bebida que possa causar dependência alcoólica.

Claro,  que é do conhecimento público que, quem usa bebida com teor alcoólico elevado conta as verdades tidas como segredo. Mas, não é do seu hábito ter tal vicio, já que prefere exercitar no seu dia a dia o bem maior da virtude. Sei que o bobo da corte, o telhado que caiu, o prédio que ruiu ceifando vidas, jamais fora a sua pregação, mas todos os dias acorre algum acidente ocasionado pela omissão do homem, e algumas certezas encobertas. Amanhã é o dia dos Pais,  Sophia, pois  o capitalismo criara  esse dia para aumentar a venda do comercio, e girar mais dinheiro na economia. Claro que existe certa magia nisso, afinal, o pai coopera com uma  parte da realização da obra de fazer o filho, com o concurso da mãe que além de dar o ovo fica nove  meses de gestação. É Soplhia numa hora de prazer nasce o rebento, fruto da fecundação, sendo que nenhum homem fez seu filho pelo desejo de fazer, mas, o que se deduz se tratar  de descuido. Então, não se pode dizer que os atos são praticados por amor, e nem pela obrigação de fazer uma grande despesa, nem ter a certeza que seus filhos  serão homens e mulheres com caráter  reto, cidadãos respeitáveis no seio da sociedade.

 Mas, Sophia, é um sempre um prazer conversar com uma mulher nobre  e sábia,  já que conversar  com um ser  assim faz a diferença, então,  fale tudo o pensa:

Sophia  27 - O  Bobo da Corte  não conhece os efeitos da Bomba 

 Segunda feira, 6 de Agosto de 2012, data  que são recordados os Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki foram ataques nucleares ocorridos no final da Segunda Guerra Mundial contra o Império do Japão,  realizados pela Força Aérea dos Estados Unidos da América,   por  ordem do presidente americano Harry S. Truman, acontecido  nos dias 6 de agosto e 9 de agosto de 1945. Nenhum homem de bem possui saudades de  tão  sinistro ato da nossa história. O Eixo como era denominado as forças da Alemanha, Itália e do  Japão. Pois no caso se tratava de uma aliança comandada por um caráter pervertido, originado da Guerra de 1914, onde a nação Alemã se encontrava mergulhada numa crise econômica sem precedentes,  tendo  desencadeada   a  crise  na Bolsa de 1929. Hitler  no comando do populismo conduziu o povo a pensar numa raça pura, dias melhores para o bolso do cidadão alemão, fato que repercute até os nossos dias, especialmente  pela  fragilidade partidária, e as siglas de aluguel, cuja   premissa ideológica são o culto a personalidade e o fisiologismo. Que diferença há entre os  homens do eixo e os nossos políticos? Os daqui não mataram na câmara de gás,  e nem  criam a raça pura, mas será que o que fazem não é o caminho para  tal fim,  pelo seu populismo? E, a corrupção?  Não é o Eu, o Eu, e depois o Eu?

O grande mérito da lei da -  ficha limpa - , ao atacar a raiz do vicio eleitoral, que está no  - Registro da candidatura – ao cargo eletivo, no sentido  de dar à Justiça Eleitoral a possibilidade de indeferir a candidatura de candidatos, devidamente condenados por   mais de um juiz  - Órgão colegiado -, com a decisão que não caiba mais recursos – transitada em julgado. O objetivo da lei em questão é impedir a concessão de recurso com efeito suspensivo, isto é,  a transformação da condenação anterior em letra morta e inócua, Desta forma, pelo espírito da lei no dizer de Montesquieu, o candidato flagrado com a ficha suja, podendo  até ter algum êxito, por meio  de recurso feito por advogado,  é direito universal o direito ao duplo grau de jurisdição, mas dizer que pode virar o jogo em manteria de registro, no caso, fica evidente, já que  se tratar de argumento falacioso e demagogia. Claro, da cabeça do juiz pode sári qualquer decisão, mas a lógica, não favorece aqueles  que estiverem no pódio  pela ficha suja. Para operar tal metamorfose a defesa precisa transformar a ficha suja em limpa, como uma magia.  A certeza é,  nenhuma,  o  branco se transforma em preto,  e a água em vinho, mas aqui não  está na festa de casamento, com a presença de Jesus. Pois não  é verdade, que aqui funciona assim: -   Engana, que eu gosto.

Por último, o que deseja  ao esconder o verdadeiro sentido da lei,  é fazer o eleitor de  -  bobo da corte -, votar naquele que aparecer a foto no visor da urna eletrônica, mas o candidato é o  outro. Mas,  parece a história de Jacó, que trabalha sete anos para casar com Raquel, mas o pai dela lhe dá a filha mais velha (veja  na Bíblia). Pense. “A guerra, é a briga entre reis, na disputa do posto de bobo da corte.” (Weslei Salviano   O pior, que o bobo parece ser eu no Circo,  pensando ser o artista, que dá  alegria à  plateia. E assim a gente se sente como um curinga nesse bombardeio:

 “Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é nem de paus, nem de ouros, nem de copas e nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei e nem valete. É um caso a parte; uma carta sem relação com as outras. Ele não está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que ninguém sinta falta dele”.

 Jostein Gardeer

28 – O desabamento do Telhado:

 Acredito em  todos os seus argumentos, mesmo os que não acrescentam nenhum bem à minha vida e à humanidade inteira, desde que me seja dado o direito de contraditar  as opiniões, por princípios fundados na ciência. Contudo nesta data de 9 de Agosto de 2012 desabou  parte do telhado  Unidade de Saúde  24 Horas lá do Bairro Próspera, que segundo os fundamentos da engenharia é preciso vistoria permanente na estrutura  de sustentação da edificação, já que segundo o Mestre – uma boa edificação não se constrói sob área movediça. Imagine o risco  se o telhado caísse sobre a cabeça do usuário do SUS. Claro a saúde pública não é do interesse do governante, mesmo, que estivesse em jogo muitas vidas. Pois a leitura de tal imprudência e prevaricação (omissão) se encontra na desídia com que são tratados aqueles que precisam dos serviços públicos. Parece até, o dia que foi colocado fogo em Roma, por volta dos anos 67 d. C., já que Nero precisava  encontrar um bode expiatório para justificar a queima de parte de Roma. Não se justifica e nem se explica  o pouco  o pouco caso com tratamento dispensado aos usuários da saúde pública.  
Certamente o telhado caiu porque se pensara ser a matéria  de fabricação o vidro, já que que possui telhado de vidro não joga pedra no telhado do vizinho. Na nossa vida cotidiana observamos milhares de homens e mulheres jogarem pedras no telhado do vizinho, sem olha para o telhado da sua casa, com muitas crateras  por cima que a chuva ao escorre faz uma cachoeira. Não esqueça, a vida dá muitas voltas. A língua não tem osso. Poltico bom é político do bem. Não pense que a sua malandragem  poderá lhe dar o sucesso e os votos do povo. Conselho – ganhe o coração e a mente, e o resto é consequência.

Não há leito. Não é o que dizem nos hospitais da cidade?  - Sim, mas  o que acontece é que não existe dinheiro para arcar com  a despesa. Então, minha maca está na chuva, irei morrer  de friagem, afinal dá chuva vem água, alguns dizem ser benta, mas eu não acredito nisso, pois a água  se encontra poluída com excesso de carbono, e outros minerais, que faz com a água fique ácida. Então, o que pensa ter de fazer o tratamento na chuva  no período mais solene da cidadania. O certo que o político não  pega a gripe suína, porque eles  só ficam em lugar esterilizado, mas o pobre? O pobre amigo é apenas, um voto. Só um voto e nada mais. Se morrer um pobre, é um a menos para dar a cesta básica, o bolsa família, e medicamentos de uso continuado. É, dançando na chuva em cima de uma maca...  Pois o resto é comprar o lugar para curtir sua pneumonia. Conclusão – Por isso não se pensa, já que pensar na tragédia não enobrece o homem, mas apenas traz  doença, com o resultado morte. Que pena, a vida é bela! E  o resto... Sempre fora assim:

“Se tens teto de vidro, não apedreje o                                                                  telhado dos outros”.
Trix Odranli

29 -   O desabamento do Prédio

Hoje é 10 de Agosto de 2012. Nesse dia há  mais de cinco anos atrás desabara o prédio onde funcionava os Correios na cidade do sul do Estado. Perderam-se vidas. Porém o mais grave é  o fagto de que até a presente data não houve resultado positivo em favor do esclarecimento do fato, e a efetiva retribuição pela omissão do poder público em permitir a construção de mais pavimentos do que aos previstos no projeto de engenharia original.

Não se pode dizer se havia cálculo estrutural sobre a referida edificação ou se não existia o referido cálculo.

Passaram-se mais da metade de um decênio de anos e a história é contada pela versão da oligarquia  do poder de então, sim, porque os  espólios não saíram da tumba e nem do Hades para vir contar a sua versão.

O morto não conta história e nem aborrece os vivos, salvo os errantes, e os não tão luminosos, que preferem o gosto das trevas e o apego aos bens daqui, que voar com os seus átomos ao lugar  feliz do universo – à sua utopia. Não há prova de tal afirmativa, porque se trata  de fatos ou atos relacionados com a metafísica. Logo uma questão de fé.

Retorna-se a questão de origem. Nesse caso  está  explicito com muita clareza algumas leis da física omitida pelo homem. A primeira delas, é  a observância incondicional da planta de engenharia; a segunda,  deveria não ter permitido a construção de mais pavimentos que a estrutura da edificação suportasse; a terceira, com mais precisão, dever-se-ia ter conhecimento, mediante laudo de geologia da capacidade do terreno de suportar as fundações da edificação. Pois como se pode observar  essas providências se encontram no campo do exercício da virtude, já que a prudência, segundo se sabe é  virtude (força), e tal condição não fora observada no caso.

 Reitera-se,  no entanto,  que quando um pobre constrói uma casa baixa – meia água, a laje  - como diz o populacho, a primeira coisa que poder público faz por meio dos seus fiscais é embargá-la, inescrupulosamente, como se fosse uma obra que ao desabar pudesse causar tanto dano como fora a do prédio em questão. Incoerência. Mas, como se sabe tudo funciona só pela força do tráfico de influência na República de Latão e Tupiniquim.

Na verdade Jesus um dia chorara sobre Jerusalém,  e predissera que  no ano 70 d. C,  sobre o comando de  Tito,  não deixaria pedra sobre pedra, e mais tarde ocorreria uma outra destruição ocorrida no ano 135 d. C, por ordem do Imperador Adriano. Na verdade, não fora ato de um vidente, mas a visão de um homem que percebera  os limites da vaidade  humana, e a  insensatez do homem, por fim os efeitos disso.

O Estado onde  reside a soberania só se justifica como princípio, já que tudo principio se trata de ideia e fundo abstrato e subjetivo. Logo deve ser  forjado  no caráter e na alma do homem. Não adianta escrever numa lei, se o homem não souber ler e nem escrever.

O Ente,   - ser -, abstrato, denominado Estado não é o palácio de pedra, nem o seu contrato social, nem a lei, mas o homem, e  o homem criara o Estado normatizar, vigiar, punir, prestar serviços no Estado providência e intervencionista, a fim de edificar uma sociedade dentro da virtude e não do vicio. Mas, o que se observa é o vicio  se encontrar acima da virtude. E quando se olha para o futuro, não se saber o que esperar. Pois onde tudo existe, até boas leis, mas nada funciona, porque carece da amalgama do princípio. É difícil argumentar  contra a ignorância. Por mais que se argumente, mas eles dirão que não é assim.

Que pena!
 
                                              30  – Sobre a nossas s utopias.

O homem sempre  passou por vários ciclos, claro que cada qual  busca formas de síntese para superar o momento. Certo que somos todos sonhadores, vivemos de ideais,  construímos nossos castelos, às em área movediça, outras nem tanto, mas na juventude temos  o ímpeto de pretender transformar o mundo, já que a ordem estabelecida não é a  dos nossos sonhos, quando amadurecemos nos convencemos pela experiência que não adianta dar murro em ponta de faca. Se  praticamos o bem, e construímos nossa casa, sempre há um esperto e nos deixa na rua. Os homens não se preocupam em fazer uma boa plantação, a fim de ter uma boa colheita. Pois imaginam que a verdade de ontem é a de hoje. A justiça não é uma virtude, mas um ser que não responde aquilo que o homem mas deseja – o receber aquilo que é seu. Eles  nos mandam a escola, estude, mas se vier para casa com uma questão cientifica, acaba tudo em tragédia, e a criança acaba no olho da rua. Não há educação, não há saúde, nem  um  lugar ao livre para o lazer. Só existe uma ração na mesa. O pastor e o padre já  não se encontram no templo, porque não há fiel para orar. O homem perdeu Deus, porque deixou de inventar, e existir. Os idosos de hoje fora a geração que dizia que a mulher não deveria ir à escola,  para não escrever cartas de amor  ao namorado. Então, são os idosos que aproveitam da ciência para aumentar a sua expectativa de vida, mas não possuíram o conhecimento para usufruir com prazer dela,  transformando-se em seres ranzinzas, com manias pueris, senhores das suas verdades, e donos do mundo, claro do seu, mas se julgam assim. O homem procura o limbo, porque é melhor está na sombra que ver a luz.

Dessa forma, onde anda nas nossas utopias,   como imaginar  a Thomas Morus[1]  - e sua  UTOPIA, afirma:

“O bem comum, a igualdade, a ausência de orgulho mesquinho  e a busca pelo prazer. A felicidade tem de ser pensada  coletivamente. um mundo de igualdade não teria sentido se  não fosse pensado com o intuito de alcançar a felicidade.  Essa busca pelo prazer é o que vai dar uma razão ideológica para essa sociedade igualitária mas rigidamente controlada. O trabalho, assim como a riqueza, deveria ser distribuído igualmente a todos os cidadãos.”

Os nossos erros e os nossos ensaios  são  a razão de nos levar a conquista  dos postos  existentes na sociedade. São as nossas utopias que nos levam a seguir em frente, aliás,  em todos os lugares de nossa vida devemos construir novos sonhos, e  novas possibilidades. O homem se adapta as dificuldades, e com isso cria novas perspectivas de novos horizontes, sendo o melhor perfil do homem – a perseverança. A realização do homem está na capacidade de exercitar o bem, e por efeito, por meio do caráter reto.
                                             Sophia 31  - Para falar ao vento.

É certo que a palavra é o bem mais  importante dado ao homem, é pela palavra que o homem expressa suas ideias e o pensamentos. O pensamento é matéria, como a ideia que a criação do pensamento. Mas a ideia para ser válida precisa  possuir juízo de valor e formar aquilo que se chama   de – teoria -  que a transformação do pensamento em ideia, e a articulação do pensamento em ideias se transforma na teoria.

A teoria precisa ser compatível com a experiência, como a pratica. Claro que teoria sem prática é inútil. A reflexão por sua vez  leva o homem a elaborar as suas ideias, e comparar uma coisa com a outra, e procurar por meio das suas teses, antíteses, chegar a síntese. A capacidade de refletir pode evitar grandes males.

Não  se chega a lugar alguns apenas com a reflexão, sem a prática, sem transformar velhos conceitos e algo aproveitável ao bem do homem. Daí se concluir que a teoria inútil se denomina de – verborreia -, aquele que fala um número enorme de -  besterol -, que no resumo, é um conjunto de inutilidades e futilidades, que não acrescenta em nada ao bem da humanidade, e assim se observa no dizer de Platão:

“Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.”

A língua é tão eficaz contra o mau, na proporção do bem, mas não se pode abrir a boca para falar aquilo que não se conhece os seus princípios e as leis da ciência. Por isso as palavras são inúteis e fúteis. Por isso seque a lição de Padre Antônio Vieira, a seguir:

“Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras.”

                       32   - Conclusão

Assim, Sophia, já é tarde e nos resta apenas refletir sobre tudo isso, claro que levarei a sério  os seus conselhos, porque nada mais justo de conversar com uma mulher tão sábia. Obrigado Sophia pela companhia.

Depois da utopia, ao cair na realidade, só fica a carne e o osso, conforme  o pensamento de Victor Hugo: 

Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.

Pense.

ACADEMIA CRICIUMENSE DE DE  FILOSOFIA – ACF.


[1] São Sir Thomas More, por vezes latinizado em Thomas Morus ou aportuguesado em Tomás Morus (Londres, 7 de Fevereiro de 1478 — Londres, 6 de Julho de 1535) foi homem de estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord  Chancellor" (Chanceler do Reino - o primeiro leigo em vários séculos) de Henrique VIII da Inglaterra. É geralmente considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado como santo da Igreja Católica em 9 de Maio de 1935 e sua festa litúrgica se dá em 22 de Junho.

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