As Ficções e o Túnel do Tempo.


Gilson Gomes

Advogado

1 – A Ficção

Não sei como hei de explicar minha história. Sei apenas que ela possui fatos e atos acontecidos ontem, acontecem hoje, e acontecerão  no dia de amanhã. O vento bate com a força do polo sul. O cientista nos adverte que o planeta da forma que se encontra terá vida curta. Os trabalhadores paralisam a produção por causa da luta entre capital e trabalho, justificada a falta de postos de trabalho a movimentação da massa trabalhadora, já que dizem causar prejuízo ao senhor do capital.

A mulher briga com o marido sob o argumento de não ter pão na mesa para o almoço e o jantar. O marido entra em conflito com a mulher pelo fato de não contribuir para agregar pecúnia  nos rendimentos familiares. Não há escola, posto de saúde, e nem esgoto, mesmo por quê na conta do esgoto se embute cem por cento sobre o custo da água. A história é velha.

O contribuinte  sempre paga conta, na idade média se fazia a pilhagem, hoje,  com a metáfora se aplica o confisco sem a devida retribuição pelo imposto recolhido pelo sudito.

Ontem se fazia Cruzadas para  tomar a posse da Terra Santa, mas Saladino ganha a batalha e impôs  o Alcorão como lei.

Os Árabes sabem ler o Alcorão, e os Cristãos possuíam uma Bíblia em Latim que ninguém tinha acesso ao texto, até que Erasmo fizera  uma tradução para a língua alemã, e ela ficou popular com o protestantismo de Lutero.

Bastava o fiel saber que,  com o perdão e a unção dos enfermos no final da vida poderia salvar a alma, que o resto seria acrescentado sem esforço ou mérito., pois Constantino só se batizara  antes de morrer, já que dizia que o batismo perdoaria  todos os pecados e as atrocidades cometidas,  também. O ensinamento na catequese era – vivemos na terra para salvar a nossa alma -, e o corpo faminto onde ficaria?

Marx dissera que a Religião como estava sendo usada  se transformaria no ópio do  povo, evidente, que todo fanatismo  causa alucinação, pois o pior ser,  é dono da verdade, como se a  verdade não tivesse outras premissas ou proprietário

O grande mérito do Juiz é não precisar ler nada. Pois é só o Juiz  seguir  os argumentos daquele qeu supõe ser o melhor advogado, mesmo que falaciosos, da parte  que a seu juízo de valor   deve ser o mais compatível com a realidade amparada pela conveniência e pelo interesse, segundo Hegel, já que ele  sente, o mesmo oferece uma sentença. Logo não é a razão que está em jogo, mas o sentimento dele, tanto que ele diz – no meu sentir.

Desconfie daquele que lhe bate nas costas, certamente, não nutre nenhum apreço pro sua pessoa, quando tiver oportunidade colocará sua espada na nunca como Drácon. O puxa sacos em regra é um  traidor em potencial.

O espírito santo  não vem todos os dias soprar  no ouvido, mas quando está em jogo  os interesses dos privilegiados, e dos que oferecem favores,. O  espúrio sempre sopra contra a maré, e ninguém sabe que língua é aquela, se dorme com uma decisão e ao amanhecer se encontra com outra.  Coisas do espírito. Isso é ficção.

Não adianta pretender se livrar dos mortos, especialmente quando eles estão por aqui como encosto, pendurado no saco., e ao carregar a grande quantidade de pecados se sente no dever de ser ressarcido pelos serviços prestados. O morto também trabalha e as vezes, vota nas eleições.

Não sei o que é velho ou novo, eu só saberei  no dia em que  eu estiver velho, por hora ainda não sei. O certo é toda ideia é nova.

Ninguém se livra da ditadura, porque tem ditaduras de todos os tipos, a pior  ditadura é a nossa,  pois quase sempre pensamos ser a melhor, ainda que existam muitas valas para sepultar nossos  supostos inimigos.

Ninguém   é capaz de me dar razão porque não tenho poder e nem a fortuna suficiente para comprar muitas consciências, mas no dia em que for a virtude o molde da  consciência aí,  então,  terei lugar entre os justos, mas não entre os poderosos  transitórios e de plantão. A prudência e o bom senso levam a justiça, e não o poder do dinheiro, tal predicado é uma questão de alma.

2 - O Túnel do Tempo começa aqui.

Na velha República Floriano fora um dos maiores ditadores. Os mandatários da Pátria eram eleitos pelo cabresto amarrado nas mãos, já o que o voto não era secreto. Hermes fora dado como eleito, mas o vencedor do pleito fora Ruy. Ruy considera Venceslau um dos maiores ditadores. Ruy fora considerado como – Água de Haia -, mas certamente, quem o indicara fora o Ministro das Relações Exteriores -  Barão do Rio Branco, sendo o homem que resolveu a questão com a Bolívia sobre o Acre, no tratado de  Petrópolis.

Dizem também, que o território do Acre foi adimplido á Bolívia por uma quantidade de cavalos.  Claro que foi culpa dos Bandeirantes, que entraram nas nossas entranhas, e deixaram suas marcas em Canudos, de Antonio Conselheiros, e a conquistas dos pampas, vindos da região da Bolívia, tendo desencadeado por causa do preço do charque, a  guerra dos Farrapos, e por efeito,  a República Juliana, em Laguna. Onde Anita é sua melhor personagem, e hoje inscrita no Livro dos Heróis da Pátria.

Depois veio Getulio com a revolução de  30,  em razão do assassinato de João Pessoa, cuja base fora um acordo com a burguesia  agrária,  tendo possibilitado a revolução de 30, e a posse de Getulio como Presidente. A Intentona de 32, e o Estado Novo de 37, sendo   ao Governo Brasileiro  melhor  exemplo os Estados Autoritários da Alemanha, Itália, e Espanha, do Generalíssimo Franco.  Lorca na Espanha mantivera contato com o nosso Manuel Bandeira, e com Pablo Neruda, Chileno.

A IIª Guerra Mundial acaba em 1945, vem o novo Governo eleito pelo povo,  que sua maior obra fora proibir o jogo de azar, e como contraponto, numa proposição do Afonso Arinos, e o Jorge Amado, nasce a Lei Afonso Arinos. Claro, o Partido Comunista do Jorge Amado estava na clandestinidade. Logo o escritor de Dona Flor não poderia continuar com o seu projeto  de igualdade.

Depois volta o Getulio, populista, e se mata no poder, segundo dizem por causa da língua ferina do Jornalista  Carlos Lacerda, também, quem foi que tentara contra a vida do jornalista. Ninguém soube, nem eu. É dizem que  foi o  Gregório, será?

Assume Nereu Ramos,   tendo  Lott como Ministro da Guerra,  que dá posse ao JJK, com  o aval do Marechal Lott (Henrique Batista Duffles Teixeira Lott - Antônio Carlos, 16 de novembro de 1894 — Rio de Janeiro, 19 de maio de 1984 -,   foi um militar brasileiro, tendo atingido a patente de marechal do exército.),  sendo  que no  enterro seu grande amigo Sobral Pinto disse “... se tivesse ido para a presidência do Brasil, teria instaurado um governo de legalidade e de respeito à pessoa humana, e uma vinculação com partidos políticos, porque era um democrata sincero, inteligente e honrado. Com Lott na presidência, não teríamos ditadura militar durante vinte anos, não teríamos a falência nacional. Nada disso teria acontecido.”

O JK deu uma oportunidade para o Lacerda ir para os Estados Unidos. Claro, JK precisava  construir Brasília, e precisava  fazer em quatro crescer cinquenta anos um País com costumes feudais, e que não havia ingressado na revolução industria do século XIXl.

Mas, não fica assim, vem a  campanha da legalidade, onde o Presidente Jânio renuncia seu posto de Presidente por meio de um bilhete, hoje, até já se viu pedir renuncia por e-mail, é a evolução, e o  destempero do  momento, como também são os novos tempos da rede  mundial de computadores.

Adotaram aqui o sistema parlamentarista, só para o Jango não  ter os poderes constitucionais em plenitude, porque diziam que o Jango iria transformar o Brasil numa Republica Sindicalista. Na época nasce  Grupo dos 11, aqui também já tevera a quinta coluna, o tenentismo, e outros movimentos.  E aí veio o Golpe por telefone, Jango no exílio, e se instala em 1º de Abril a revolução redentora, que durou até 1988, data da promulgação da Constituição Federal.  A Revolução de 1964 teve avanços na economia, mas  foi repressora no exercício da liberdade pelo AI 5.

Também não se pode dizer  que hoje é melhor que ontem, porque nas nossas ruas e casas presenciamos a impunidade e a corrupção,  o vicio como normalidade. Pode-se até dizer que não se trata de uma questão de Estado, mas de  crise da humanidade, mas,  que a impunidade  existe, isso existe, olhe e verá.

As leis existem,  mas  não se cumprem, só ficam expostas na vitrine, aliás como dissera Dom João VIº,  - é só  para  o inglês ver.

Como explicar as relações com o  Cachoeira, o mensalão, sem falar dos montões de desvios aqui em baixo do equador.  Olha, daria para construir o novo Jardim da Babilonia.

A virtude está esquecida por aqui. Mesmo porquê a virtude não constrói  superfaturamento e nem laranjas.

3 -  Conclusão.

Parece que sobrevivemos a uma ficção no túnel do tempo. Pois a discriminação e preconceito  arrepiam o desejo do  bem comum. Na verdade nossa vida está entorpecida pelo mau procedimento, pela falta de lógica, pela ausência de princípios forjados na ética. O que desejamos fazer aqui?

Desde Adão, da idade da pedra, do bronze, e do ferro, chegamos a escrita, a descoberta do fogo, como preparar alimentos,  ainda acreditamos no mito que a loba  amentara  Rômulo, assim nasceu Roma.

Aqui foi o acaso de Cabral que trouxera suas Naus pelo vento, sendo assim, não temos razões para recordar do passado, já que Caramuru   apareceu por aqui não para filosofar, mas para não ter de explicar aonde colocara o mapa de navegação  reirado do cofre Português.

Justiça por aqui é utopia, pois como se pode fazê-la  num lugar aonde só apareceu degredados, e seres indesejáveis pela corte portuguesa. Pior a mioria sem suas mulheres, que ao chegar viram as nativas, e aí deu no que deu.

No fundo o que  se quer é – esquecer.

Como não se deve  voltar no passado para compreender o presente, e projetar o futuro, sendo o passado nossa herança genética e cultural. Falar do tempo presente nada mais é,  que dar razão ao  passado das  gerações construtoras dos nosso valores morais e culturais, não há um só homem que esteja aqui por acaso, nem que seja  à  perpetuação da espécie, fato já justificável.

O tributo  pago a César não  é pior ou melhor que o tributo pago no dia  de hoje.

As catástrofes de ontem, como o terremoto de Pompéia, não  podem ser consideradas pior que o terremoto do Haiti, acredita-se que não.

Hoje se pensa, ou não se pensa, mas ninguém precisa fazer novamente  aquilo que está posto, alterar o que está posto é um enorme  retrocesso. Pois a criatividade não  pode ser fazer a cópia ou a clonagem de um bem, mas criar o original, sem  o leviatã, ou impedir que o homem seja o lobo do homem. Isso pode ser considerado uma ficção,  e muito difícil.

Os tiranos nos tempos de Sócrates são os mesmos de hoje, basta apenas colocar todos em comparação um comm outro. Platão e Aristóteles são atuais, pois a nossa visão sempre se refere ao que somos,   e  quem  nos pode fazer   atrasados no tempo e no espaço, já que o nosso conhecimento  está aquém do dilúvio de Noé. Platão e Aristóteles ficam logo ali.

Claro, que a vaidade, e a razão injustificada fazem sentença,  especialmente num País onde  o macaco no zoo furta a banana da criança, e todos dão risada com a peripécia do primata.

No fundo,   todos somos peripatéticos como Aristóteles,  verdade, que as vezes andamos sem direção, mas andamos, mesmo que não saibamos o destino.

Por último, dizem que Pilatos que sentenciou a morte Jesus possuía cárie nos dentes, imagine o odor que não saia daquela boca, e ainda com alguns dentes de ouro. E que homem vaidoso, chegando até a lavar as mãos. Seu destino fora o exílio, e dizem que  tirara sua vida, também perdeu a mulher.

Aprendamos com a experiência dos velhos, pois Dalí até as cinzas nos ensinam a arte de viver., e  não repetir seus erros

Pense.

ACADEMIA CRICIUMESE DE FILOSOFIA – ACF.

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