O QUE SE DESEJA, PODE?




A percepção no conceito é o meios pelo qual se observa ato e o fato, a realidade da natureza, sendo aí que se trata de um quesito da razão. O sufrágio no candidato de extrema direita, só pelo fato de ter obtido vantagem em espécie, não deixa de estar no campo da percepção. A experiência popular cria metáforas para ironizar, ou mesmo agir com sarcasmo a ignorância da massa, no caso seria oportuno ler  o livro A Rebelião das Massas (Português) Capa Comum – 21 jan 2016, por José Ortega y Gasset (Autor. No caso poderá criar uma concepção do  que possa ser a percepção no sentido filosófico.
Outra questão abordada por Kant é a intuição, que o meio para se obter a razão, só que a intuição não é física (fisis) no dizer de Aristóteles, ela decorre da atividade cerebral, mas precisamente da alma, daí ser considera o mais eficaz meio para se obter a razão depois de transitar pelo raciocínio é pelo juízo da consciência.
Na busca da razão não importa o gosto, porque a razão não é construída pelo gosto, a razão é construída pelo que é ou pelo que deve ser, pois o dever ser é a substância e a potência da razão, eis a razão do fracasso humano, porque ele não agente sobre o primado da lógica da razão, mas sim, sobre o manto purpura do seu egoísmo.
Sobre o gosto André Conte-Sponville, no seu Dicionário Filosófico, p. 267, Martins Fontes, 2003 diz: “É a faculdade de julgar o belo e o feio, o bom e ruim, com um prazer que seria critério de verdade. O gosto concerne o corpo, pela sensação e ao espirito, pela cultura.  Ele se educa, não se cria. ”
Logo Hegel, já lecionou que o gosto é cultural, que em razão da cultura cada qual possui um. Logo o gosto pode ser um erro, porque o cada ser a seguir a ordem da razão, pelo processo civilizatório o gosto pode ser construído, mas não deve ser tratado como verdade absoluta.
Na esfera da razão não existe o gosto, porque o caminho dela é diferente, ela possui como base o pensamento, pois ela é ou não é, o “ser ou não ser”, aí se forma logos e o pensamento, no conceito de Heráclito de Éfeso:” "Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.".
E segue Heráclito: “A sabedoria é a meta da alma humana; mas a pessoa, à medida que em seus conhecimentos avança, vê o horizonte do desconhecido cada vez mais longe. ”
Para o filosofo de Éfeso “tudo flui”, é a dialética, porque no caso da dialética é bom saber que quando se  sai ou entra na porta, a realidade é outra, sendo aquilo que Heráclito chamava de Panta rehi (tudo flui), mas a melhor que li dele foi: “Se felicidade estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilha para comer.”
Ora, o gosto é produto da cultura, e diz respeito ao belo (bem feito) e feio (mau feito, conclui-se que o gosto é dos sentidos, não confundir o palato com o gosto, porque o palato  sente o sabor pelo olfato, e pela língua que distinguem o doce e o amargo. O olfato reconhece pelo cheiro do vinho a sua qualidade, daí se utilizar a água para evitar que a natureza confunda o cheiro que é sentido pelo nariz.
O gosto não é o conceito de amor, o amor para obter o prazer, ludismo,  e hedonismo  são manifestações ou da paixão (sofrimento em latim, com duração curta), também pode ser uma reação hormonal, pelos ferormônios que são expelidos mais de oito milhões por dia, que atraem o outro.
Mas, também não pode ser considerado amor, nem as relações por interesse e por conveniência que é conduta e comportamento sórdidos, crueis, maléficos, e aviltantes, fruto da ignorância humana, que age mal e diz que o ato é digno e santo.
O comportamento humano são signos e símbolos, que nem os seus autores o conhecem. A mitologia não é ignorância, mas sim, a transição para a Filosofia, que nos ofereceu  a ética, moral, a politica, a ciência, enfim nos ensinou e conviver em sociedade, pois como sabe  a plebe Romana fez pressão ao seus gestores, e eles enviaram entre os dez Ulpiano, Celso e os demais para trazer as leis de Sólon da Grécia antiga, das leis de Sólon surgiu para a humanidade a Lei das Doze Tábuas Romanas, quase 4 séculos antes de Platão.
Nada fica de pé se o alicerce não for bom, pelo fato de que o que se deseja é o rápido, e todas as  construções precisam de cimento no cálculo estrutural dentro das normas técnicas exigias à construção.
Praticar o bem é o exercício mais difícil que alguém pode tomar na vida, pelo fato de ter de enfrentar o seu leviatã  (livro de jó) porque é necessário o desapego, a espiritualidade, e o conhecimento dentro do amor e da sabedoria.
Quando o homem e a mulher dizem:
I – Pede 10, ganha 20, e não retribui nem com afeição ou generosidade;
II – Quer, mas não possui desejo e nem vontade de cuidar;
III – Quando diz eu não faço, e pratica ações desumanas, é porque não ama;
IV – Pior, é quando buscam o provedor, o trem pagador, mas aí é entregar a “carga ao burro. ”
Problemas todos possuem, não se pode vitimara, ou fazer o jogo sujo, para levar vantagem.
O enriquecimento sem causa é ato ilícito, mas é uma prática   dentro dos usos e costumes, porque todos os seres humanos,   no fundo desejam dar o golpe do baú, e elas,  o golpe da barriga. É normal, não,  como diz o Caetano Velosos: “De frente ninguém é normal.”
Logo cada coisa fica mais fácil se comprar por um milhão de dólares, a questão da conquista é – é só discutir o preço. O resumo é são egoístas e desejam ser considerados puros e perfeitos, no entanto veja o diz J. Kroshnamurti, no seu livro Nossa Luz Interior, p. 45, Ágora, 2000:
“Tente romper esse interesse tímido e egocêntrico, livre-se de tudo isso,  daí em diante poderá mover-se infinitamente.
Meditação é isso,  e não apenas sentar-se de pernas cruzadas, ou ficar de cabeça para baixo,  ou seja lá o que for,  mas ter a sensação de total inteireza e unificação com a vida. E esta sensação só pode acontecer quando houver amor e compaixão. “
Reflita, e não se omita, ajude o cego fazer a travessia da avenida. Pois não basta julgar o outro de egoísta quando o maior egoísta está em você mesma, sabia?


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