EESTÁ EVIDENTE, NOSSO TEMPO E ESPAÇO, ÀS CIDADES COM SUAS TERRAS SÃO ARDIS E TORPES, PORQUE ROUBAM,, PERSEGUEM, VIOLETAM, MATAM ENFERMOS, E VULNERÁVEIS, SÃO O MESMO TITO FLÁ´VIO VESPASIOANO, INVADIU JERUSALÉM, SAQUEOU E MATOU, FEZ O COLISEU SÁ PARA DE COMER OS CRISTÃO AOS LEÕES, E SE JUSTIFICA À HUMILADADE DE ZAQUEU EM LUCAS 19:8, E O MAIS TRISTE: ÀS LÁGRIMAS DE JESUS SOBRE JERUSALÉM, PORQUE NÃO RECONHECEU NO TEMPO CERTO QUEM O VISITOU, E DISSE QUE NÃO FICARIA PEDRA SOBRE PEDRA, PORQUE NAO RECONHECESTE O TEMPO EM QUE FOSTE VISTIADA. COMO ESTÁ TAMBÉM EM LUCAS 19:42-43-44. LOGO, PAGA-SE! COMO A ROUBARDIA É INSTITUIÇÃO, VEJA COMO DEPLORA E ENXERGA COM TRISTEZA O PADRE ANTÔNIO VIEIRA, EM 1.655, NO SEU SERMÃO DO BOM LADRÃO OU AUDÁCIA, ESTÁ DSPONIVEL NA REDE, TAMBÉMM, NA OBRA: SERMÕES ESCOLHIDOS, PO. 111.140, EDITORA MARTIN CLARET LTDA, 1ª REIMPRESSÃO 2.008, COMO SE LÊ: “O que dais, é o que não tínheis; o que deixais é o que não podeis levar convosco, e por isso vos perdeis. Nu entrei neste mundo, e nu hei de sair dele, dizia Jó, e assim saíram o bom e o mau ladrão.” VEJA PARA NÃO SER O MAU LADRÃO, PORQUE HOJE, PELA AMBIÇÃO E COBIÇA, PERDEM O ESCRÚPULO E VERGONHA, PIOR ROBAM IDOSOS, MULHER E CRIANÇA E SURRUPIAM DE PESSOA COM DEFICIÊNCI. DEIXE OS BABILÔNIOS E OS SODOMITAS DE LADO, TAMBÉM. É ATRIBUIÇÃO DO EXTERMINADOR ABOLIR O PECADO E O PECADOR, E LÁ CHOVEU FOGO E ENXOFRE, E...?
EESTÁ EVIDENTE, NOSSO TEMPO E ESPAÇO, ÀS CIDADES COM SUAS TERRAS SÃO
ARDIS E TORPES, PORQUE ROUBAM,, PERSEGUEM, VIOLETAM, MATAM ENFERMOS, E
VULNERÁVEIS, SÃO O MESMO TITO FLÁ´VIO VESPASIOANO, INVADIU JERUSALÉM, SAQUEOU E
MATOU, FEZ O COLISEU SÁ PARA DE COMER OS CRISTÃO AOS LEÕES, E SE JUSTIFICA À
HUMILADADE DE ZAQUEU EM LUCAS 19:8, E O MAIS TRISTE: ÀS LÁGRIMAS DE JESUS SOBRE
JERUSALÉM, PORQUE NÃO RECONHECEU NO TEMPO CERTO
QUEM O VISITOU, E DISSE QUE NÃO FICARIA PEDRA SOBRE PEDRA, PORQUE
NAO RECONHECESTE O TEMPO EM QUE FOSTE
VISTIADA. COMO ESTÁ TAMBÉM EM LUCAS 19:42-43-44. LOGO, PAGA-SE! COMO A ROUBARDIA
É INSTITUIÇÃO, VEJA COMO DEPLORA E
ENXERGA COM TRISTEZA O PADRE ANTÔNIO VIEIRA, EM 1.655, NO SEU SERMÃO DO
BOM LADRÃO OU AUDÁCIA, ESTÁ DSPONIVEL NA REDE, TAMBÉMM, NA OBRA: SERMÕES
ESCOLHIDOS, PO. 111.140, EDITORA MARTIN CLARET LTDA, 1ª REIMPRESSÃO 2.008, COMO
SE LÊ: “O que dais, é o que não tínheis;
o que deixais é o que não podeis levar convosco, e por isso vos perdeis. Nu
entrei neste mundo, e nu hei de sair dele, dizia Jó, e assim saíram o bom e o
mau ladrão.” VEJA PARA NÃO SER O MAU LADRÃO, PORQUE HOJE, PELA AMBIÇÃO E
COBIÇA, PERDEM O ESCRÚPULO E VERGONHA, PIOR ROBAM IDOSOS, MULHER E CRIANÇA E
SURRUPIAM DE PESSOA COM DEFICIÊNCI. DEIXE OS BABILÔNIOS E OS SODOMITAS DE LADO,
TAMBÉM. É ATRIBUIÇÃO DO EXTERMINADOR ABOLIR O
PECADO E O PECADOR, E LÁ CHOVEU FOGO E ENXOFRE, E...?
Pois estamos na
quinta-feira, 18 de novembro de 2021, também, de encontros e desencontros, mas,
como evidência é que somos obrigados por força das circunstâncias vencer
obstáculos postos pela cobiça, ganància, orgulho, avareza, e egoismo dos conhecidos afeiçoados e amantes
do mal, no entanto, à Liturgia do tempo comum, já no limiar da celebração de
Cristo Rei, com termo inicial de
advento, apresenta-nos como 1ª Leitura em 1 Macabeus 2:15-29, Salmo nº 49 e se
proclmma o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19:41-44, e se celebra à
Dedicação das
basílicas de São Pedro e de São Paulo, pois
pelo caminho faremos nossa reflexão e meditação, sempre na certeza de
que, à sabedoria universal da palavra está viva:
1.NOTICIA,
publicada pela Vatican News, sobre São José – justo – na existência daca Cristão, e seus exemplo:
O Papa: José nos
ensina a olhar para a periferia, para aquilo que o mundo não quer
Francisco iniciou o ciclo de catequeses sobre
São José. "Nunca como hoje, neste tempo marcado por uma crise global com
diferentes componentes, ele pode ser apoio, conforto e orientação para nós. Por
isso decidi dedicar-lhe um ciclo de catequeses, que espero nos possa ajudar
ulteriormente a deixar-nos iluminar pelo seu exemplo e pelo seu
testemunho", disse o Papa na Audiência Geral.
Mariangela Jaguraba
- Vatican News
O Papa Francisco iniciou o ciclo de catequeses sobre São José, na
Audiência Geral, desta quarta-feira (17/11), realizada na Sala Paulo VI, sobre
o tema "São José e o ambiente em que viveu".
Ouça e compartilhe
Francisco recordou que em "8 de dezembro
de 1870, o Beato Pio IX proclamou São José padroeiro da Igreja universal".
Depois de 150 anos daquele evento, estamos
vivendo um ano especial dedicado a São José, e na Carta Apostólica Patris corde
recolhi algumas reflexões sobre a sua figura. Nunca como hoje, neste tempo
marcado por uma crise global com diferentes componentes, ele pode ser apoio,
conforto e orientação para nós. Por isso decidi dedicar-lhe um ciclo de
catequeses, que espero nos possa ajudar ulteriormente a deixar-nos iluminar
pelo seu exemplo e pelo seu testemunho.
A seguir, o Pontífice sublinhou que "na
Bíblia há mais de dez personagens com o nome de José. O mais importante de
todos é o filho de Jacó e Raquel, que, através de várias vicissitudes, de
escravo, tornou-se a segunda pessoa mais importante no Egito depois do
Faraó".
José tem fé na providência de Deus.
O Papa explicou que "o nome José em
hebraico significa “Deus aumente, Deus faça crescer”. É um desejo, uma bênção
baseada na confiança na providência de Deus e refere-se especialmente à
fecundidade e ao crescimento dos filhos. Este mesmo nome nos revela um aspecto
essencial da personalidade de José de Nazaré. Ele é um homem cheio de fé em Deus, na sua providência. Ele crê na providência
de Deus. Tem fé na providência de Deus. Toda a sua ação, narrada no
Evangelho, é ditada pela certeza de que Deus “faz crescer”, “aumenta”,
“acrescenta”, ou seja, que Deus providencia a continuação do seu plano de
salvação. E nisto, José de Nazaré é muito parecido com José do Egito".
Segundo Francisco, "as principais
referências geográficas que se referem a José, Belém e Nazaré, também
desempenham um papel importante na compreensão de sua figura. O Filho de Deus
não escolheu Jerusalém como o lugar de sua encarnação, mas Belém e Nazaré, duas aldeias periféricas,
longe do clamor da crônica e do poder da época. Contudo, Jerusalém era a cidade
amada pelo Senhor, a «cidade santa», escolhida por Deus para nela habitar. Ali,
habitavam os doutores da Lei, os escribas e fariseus, os chefes dos sacerdotes
e os anciãos do povo".
Deus se manifesta nas periferias geográficas
e existenciais
"É por isso que a escolha de Belém e
Nazaré nos diz que a periferia e a marginalidade são prediletas a Deus. Jesus
não nasceu em Jerusalém, com toda a corte. Não. Ele nasceu na periferia. Viveu
a sua vida até 30 anos naquela periferia, trabalhando como carpinteiro. Como
José. Para Jesus, as periferias e a marginalidade são prediletas", disse
ainda o Papa, acrescentando:
Não levar esta realidade a sério equivale a
não levar a sério o Evangelho e a obra de Deus, que continua se manifestando
nas periferias geográficas e existenciais. O Senhor age sempre escondido nas
periferias. Na periferia da alma, nos sentimentos, nos sentimentos que talvez
nos envergonha. Mas, o Senhor está ali para nos ajudar a ir adiante. O Senhor
continua se manifestando nas periferias, geográficas e existenciais. Em
particular, Jesus vai em busca dos pecadores, entra nas suas casas, fala com
eles, chama-os à conversão. Jesus é repreendido por isso. "Olhem esse
mestre", dizem os doutores da lei, "esse mestre que come com os
pecadores, se suja". Mas também vai em busca daqueles que não praticaram o
mal, mas que o sofreram: os doentes, os famintos, os pobres, os últimos. Jesus
vai sempre em direção à periferia. Isso deve nos dar muita confiança, pois o
Senhor conhece as periferias do nosso coração, as periferias de nossa alma, as
periferias de nossa sociedade, de nossa cidade, de nossa família, aquela parte
um pouco escura que nós não mostramos talvez por vergonha.
Olhar para aquilo que o mundo não quer
Segundo o Papa, "sob este aspecto, a
sociedade daquela época não é muito diferente da nossa. Hoje, também há um
centro e uma periferia. E a Igreja sabe que é chamada a anunciar a boa nova a
partir das periferias. José, que é um carpinteiro de Nazaré e que confia no
plano de Deus para a sua jovem noiva e para si mesmo, recorda à Igreja para
fixar o olhar naquilo que o mundo ignora deliberadamente".
“José nos ensina a não olhar muito para as
coisas que o mundo louva, mas a olhar para o ângulo, olhar para as sombras,
para a periferia, para aquilo que o mundo não quer. Lembra a cada um que
devemos dar importância ao que os outros descartam.”
"Neste sentido, ele é um mestre do
essencial: nos lembra que o que é realmente valioso não atrai a nossa atenção,
mas requer um discernimento paciente para ser descoberto e valorizado.
Peçamos-lhe que interceda para que toda a Igreja possa recuperar este
discernimento, esta capacidade de discernir e avaliar o que é essencial.
Comecemos de novo a partir de Belém, comecemos de novo a partir de
Nazaré", disse ainda Francisco.
São José, testemunha e protetor.
Por
fim, o Papa transmitiu "uma mensagem a todos os homens e mulheres que
vivem nas periferias geográficas mais esquecidas do mundo ou que experimentam
situações de marginalidade existencial". "Que encontrem em São José a
testemunha e o protetor para quem olhar", disse o Pontífice, fazendo a
seguinte oração:
São José, vós que sempre confiastes em Deus, e
fizestes as vossas escolhas guiado pela sua providência ensinai-nos a não
contar tanto com os nossos projetos mas com o seu desígnio de amor.
Vós que viestes das periferias ajudai-nos a
converter o nosso olhar e a preferir o que o mundo descarta e marginaliza.
Confortai quantos se sentem sozinhos e apoiai
quantos se comprometem em silêncio para defender a vida e a dignidade humana.
Amém.
2. A FORÇA DA PALAVRA E O EXEMPLO NO CAMINHO
DO BEM, POR MEIO DA BONDADE:
Evidente, que aquele que é do Pai, conhece às
verdades subjetivas e objetivas, e lê aquilo que os da terra e do pecado
não enxergam, pois o que disse Jesus ao
chegar em Jerusalém, e derrama lágrimas
em choro, e disse em Lucas 19:42, o que todo sensato e prudente, estaria
consternado em ouvir, quando disse: “Se tu também compreendesses o que pode
trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos!”
E, disse os fatos que aconteceriam à Jerusalém,
em Lucas 19:43-44, com extremo conhecimento, como se vê: “Dias virão em que os
inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. Eles
estragarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque
tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.”
Na verdade, Jerusalém, é à cidade em que se
edifica o Templo do Senhor Deus, depois da saída do Egito, onde originalmente,
naquele local está à cidade de Salém, onde
está à Ordem do Sacerdócio de Melchizedek. O significado de Jerusalémm
aos Cristãos é enorme, pelo fato de que, como palco da cruz que morre o Filho
de Deus, e também, como topos do sacerdote Melchizedek. Como se deduz, Jesus,
em sua infinita sabedoria, não teve como não se emocionar com à cidade que
sofrera ação maledicente de Nabucodonosor, e no ano 70 d.C, existiu um ataque
destrutivo do imperador Romano da época
Tito Flávio Vespasiano, que está imperador desde 1º de julho de 69 até 23 de
junho de 79, além de golpear Jerusalém, em 70, segundo se sabe sua maledicência
está na sua obra, pois é o edificador do Coliseu, lugar onde morrem muitos
mártires pela fé e testemunho de Jesus cristo ressuscitado.
O que nos permanece vivo em nossa consciência,
é que para entrar na luz do reino, é necessário escolher, e acolher à dotrina da palavra viva, explicitada
e pregada aos que estavam presentes, e desejam pela conversão e penitência, por
meio do batismo, e compreender sa generosidade que chega a transformar água em
vinho, e dá sinal de sua glória na transfiguração, e aos possuem mérito e o
desejarem está sempre com Ele no coração, transforma pão e vinho em seu corpo e
sangue, pela via da eucaristia.
Logo aí está o caminho de Deus, do batismo de
Jesus por joão Batista, e sobre o reino,
em Mateus 3-13.4:17. E o milagre da água em vinho, está em João 2:1-12,
transfigura-se, Lucas 9:29, e a eucaristia em Marcos 14:22-23-24.
3. A CELEBRAÇAO DO DIA É SOBRE EM 18NOV2021 - Dedicação das basílicas de São Pedro e de São Paulo:
Celebra-se o aniversário de duas grandes Basílicas pontifícias: a de São
Pedro, no Vaticano, e a de São Paulo fora dos Muros, em Roma. A dedicação da
Basílica de São Pedro foi feita pelo Papa Silvestre, que governou a Igreja entre
o ano 314 a 335; e a Basílica de São Paulo foi dedicada pelo Papa Sirício, cujo
pontificado ocorreu entre 384 a 399. Na cripta da Basílica de São Pedro de
Roma, a maior do mundo, descansam os restos mortais do primeiro Vigário de
Cristo, São Pedro Apóstolo.
Nesta celebração são ressaltadas a
importância dos dois apóstolos, chamados “as duas colunas da Igreja”. Um foi o
grande condutor e primeiro Papa da Igreja, o outro desbravou a evangelização e
levou Cristo aos gentios. Celebrando essa memória, deseja-se ressaltar a
fraternidade entre os apóstolos e a unidade dentro da Igreja. São locais
importantíssimos para o catolicismo por terem os corpos (relíquias) dessas
grandes personalidades. Essa data, faz pensar que cada qual em seu chamado,
mesmo que diverso em vocações, tem seu papel fundamental dentro do contexto
eclesial.
Basílica de São Pedro
No ano 323, o imperador Constantino começou a
construir a Basílica de São Pedro, a pedido da sua mãe, Santa Helena, sobre o
lugar da sepultura do apóstolo Pedro. Durante o pontificado de Júlio II, a
antiga igreja de São Pedro foi demolida e construída outra, em memória do
Príncipe dos Apóstolos, desenhada por Bramante, em forma de uma Cruz grega, que
correspondia aos ideais da Renascença.
Em 1506, a pedido do Papa Paulo III, o gênio
imortal de Michelangelo construiu a famosa Cúpula, entre 1546 e 1564, mas não
conseguiu completá-la antes da sua morte, em 1564. Carlos Maderno construiu a
fachada e terminou a nave a pedido do Papa Paulo V, entre 1607 e 1614. Enfim, Bernini
levantou o grande baldaquino do altar-mor, em 1623, continuou a decoração
interior e desenhou as Colunas da Praça São Pedro.
No dia 18 de novembro de 1626, o Papa Urbano
VIII consagrou a Basílica dedicada ao Apóstolo São Pedro. A Basílica de São
Pedro, a maior de todas as igrejas católicas do mundo, construída sobre o
túmulo do Apóstolo Pedro, ocupa uma área de 23.000 m² e comporta mais de 60 mil
pessoas.
Basílica de São Paulo
São Paulo foi enterrado, provavelmente, no
lugar do seu suplício, em um cemitério comum dos cristãos, sobre o qual foi
construída a Basílica a ele dedicada. Ao longo dos séculos, houve um grande
movimento de peregrinações à sua sepultura. A partir do século XIII, data do
primeiro Ano Santo, a Basílica de São Paulo fora dos Muros, por se encontrar
fora da Porta da Cidade Eterna, fez parte do itinerário do ano jubilar, para se
obter indulgência plenária, e contava também uma Porta Santa. Uma enorme
estátua do evangelista Paulo na entrada da Basílica, de 131,66 metros de
comprimento, 65 de largura e 29,70 de altura.
Trata-se de uma construção imponente, a
segunda em grandeza das quatro Basílicas papais. A primeira é a de São Pedro, a
segunda de São Paulo e, a seguir, as outras duas: Santa Maria Maior e São João
de Latrão, sede da diocese de Roma. A atual Basílica de São Paulo fora dos
Muros é uma reconstrução, do século XVIII, da antiga basílica de Constantino. A
Basílica, situada em um lugar, que, antes, se encontrava fora dos Muros da
Cidade de Roma, foi restaurada entre o ano 440 e 461 pelo Papa São Leão.
Em 15 de julho de 1823, um incêndio destruiu
a Basílica paulina, mas a sua reconstrução ficou bem mais formosa. Sob o
altar-mor, uma placa de mármore indica o lugar, onde o Apóstolo Paulo foi
sepultado, com a seguinte escrita: “Paulo, Apóstolo, mártir”. O Papa Pio IX
quis que a Dedicação da Basílica de São Paulo fosse no mesmo dia da Basílica de São Pedro,
em 18 de novembro.
Fonte: Canção Nova.
4.O SIGNIFICADO DO SERMÃO DO BOM LADRAO OU AUDÁCIA
NO TEMPO PRESENTE:
O Sermão do Padre Antônio Vieira S.J, está na nossa literatura como à melhor obra,
sabe-se, que em razão de que em Portugal o terem aplicado à pena imposta pela
inquisição, e depois por causa de seu conhecimento à Rainha Cristina da Suécia,
intercede junto ao Papa, para inocentar-lhe, porque ela o deseja como seu
instrutor, e como estava sobre à terrível inquisição, ela decide guardar e
proteger todos os seus Sermões, é por
isso, que nos chega às nossas mãos os Sermões do Padre Antônnio Vieira,
atualmente.
Este Sermão do Bom Ladrão ou Audácia,
mostra-nos em que sociedade existia no período de Vieira, em 1.655, porque o
hábito de furtar, e roubar, e peculato, está normal, em razão de ser prática de
uso e costume. Notadamente, entre
aqueles que controlovam os meios de produção, tanto, que Gregório de Matos, em
Poemas Satíricos, chega a dizer que para agradar os poderosos, que gostam de
poder e dinheiro, é realizado um jantar com batata cará com alho, pois escreve
que para esses, é só: “É só fazer uma
cara-lhada. Depois de ler Vieira, se compreende à crítica de Gregório de Matos.
Atualmente, todos dizem que precisam: só para
robar, estamos com a instituição do assalto febril, pois vadios e vadias, nunca
comem, estão sempre desnutridas, porque o querem é: Dinheiro e bife.
Saiba, que quando necessitarem trabalhar para
se prover, sempre matam um, só para folgar, sempre possui um enterro. Logo a
questão, eles matam, e choram no velório, com pesar, pois aí está o cinismo e
hipocrisia macabras.
Verifica-se, que a obra de Vieira é leitura
que agrega juízo de valor bom, e por isso, que contribui para o bem comum e
geral, melhora-se.
Sermão do Bom Ladrão ou da Audácia, (1655), na obra Sermões Escolhidos, Padre António Vieira, pp. 111 a 140, Editora
Martin Claret Ltda, 1ª Reimpressão 2.008.
Igualmente, está disponível o Texto Fonte: Editoração eletrônica: Verônica
Ribas Cúrcio Domine, memento mei, cum veneris in regnum tuum: Hodie mecum eris
in Paradiso.
(1).I Este sermão, que hoje se prega na
Misericórdia de Lisboa, e não se prega na Capela Real, parecia[1]me a mim que lá se havia de pregar, e não
aqui. Daquela pauta havia de ser, e não desta. E por quê? Porque o texto em que
se funda o mesmo sermão, todo pertence à majestade daquele lugar, e nada à
piedade deste. Uma das coisas que diz o texto é que foram sentenciados em
Jerusalém dois ladrões, e ambos condenados, ambos executados, ambos
crucificados e mortos, sem lhes valer procurador nem embargos. Permite isto a
misericórdia de Lisboa? Não. A primeira diligência que faz é eleger por
procurador das cadeias um irmão de grande autoridade, poder e indústria, e o
primeiro timbre deste procurador é fazer honra de que nenhum malfeitor seja
justiçado em seu tempo. Logo esta parte da história não pertence à Misericórdia
de Lisboa. A outra parte — que é a que tomei por tema — toda pertence ao Paço e
à Capela Real. Nela se fala com o rei: Domine; nela se trata do seu reino: cum
veneris in regnum tuum; nela se lhe presentam memoriais: memento mei; e nela os
despacha o mesmo rei logo, e sem remissão, a outros tribunais:
Hodie mecum eris in Paradiso. O que me podia
retrair de pregar sobre esta matéria, era não dizer a doutrina com o lugar. Mas
deste escrúpulo, em que muitos pregadores não reparam, me livrou a pregação de
Jonas.
Não pregou Jonas no paço, senão pelas ruas de
Nínive, cidade de mais longes que esta nossa, e diz o texto sagrado que logo a
sua pregação chegou aos ouvidos do rei: Pervenit verbum ad regem (Jon. 3,6).
Bem quisera eu que o que hoje determino
pregar chegara a todos os reis, e mais ainda aos estrangeiros que aos nossos.
Todos devem imitar ao Rei dos reis, e todos
têm muito que aprender nesta última ação de sua vida.
Pediu o Bom Ladrão a Cristo que se lembrasse
dele no seu reino: Domine, memento mei, cum veneris in regnum tuum. E a
lembrança que o Senhor teve dele foi que ambos se vissem juntos no Paraíso:
Hodie mecum eris in Paradiso. Esta é a lembrança que devem ter todos os reis, e
a que eu quisera lhes persuadissem os que são ouvidos de mais perto. Que se
lembrem não só de levar os ladrões ao Paraíso, senão de os levar consigo: Mecum.
Nem os reis podem ir ao paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões
podem ir ao inferno sem levar consigo os reis. Isto é o que hei de pregar. Ave
Maria.
II Levarem os reis consigo ao Paraíso ladrões
não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real,
que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que
admitiu na cruz o título de rei. Mas o que vemos praticar em todos os reinos do
mundo é tanto pelo contrário que, em vez de os reis levarem consigo os ladrões
ao Paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno. E se isto é
assim, como logo mostrarei com evidência, ninguém me pode estranhar a clareza
ou publicidade com que falo e falarei, em matéria que envolve tão soberanos respeitos,
antes admirar o silêncio, e condenar a desatenção com que os pregadores
dissimulam uma tão necessária doutrina, sendo a que devera ser mais ouvida e
declamada nos púlpitos. Seja, pois, novo hoje o assunto, que devera ser muito
antigo e mui freqüente, o qual eu prosseguirei tanto com maior esperança de
produzir algum fruto, quanto vejo enobrecido o auditório presente com a
autoridade de tantos ministros de todos os maiores tribunais, sobre cujo
conselho e consciência se costumam descarregar as dos reis.
III E para que um discurso tão importante e
tão grave vá assentado sobre fundamentos sólidos e irrefragáveis, suponho
primeiramente que sem restituição do alheio não pode haver salvação. Assim o
resolvem com Santo Tomás todos os teólogos, e assim está definido no capítulo
Si res aliena, com palavras tiradas de Santo Agostinho, que são estas:
Si res aliena propter quam peccatum est,
reddi potest, et non redditur, poenitentia non agitur sed simulatur. Si autem
veraciter agitur non remittitur peccatum, nisi restituatur ablatum, si, ut
dixi, restitui potest. Quer dizer: Se o alheio, que se tomou ou retém, se pode
restituir, e não se restitui, a penitência deste e dos outros pecados não é
verdadeira penitência, senão simulada e fingida, porque se não perdoa o pecado
sem se restituir o roubado, quando quem o roubou tem possibilidade de o
restituir. — Esta única exceção da regra foi a felicidade do Bom Ladrão, e esta
a razão por que ele se salvou, e também o mau se pudera salvar sem restituírem.
Como
ambos saíram do naufrágio desta vida despidos e pegados a um pau, só esta sua
extrema pobreza os podia absolver dos latrocínios que tinham cometido, porque,
impossibilitados à restituição, ficavam desobrigados dela. Porém, se o Bom
Ladrão tivera bens com que restituir, ou em todo, ou em parte o que roubou,
toda a sua fé e toda a sua penitência, tão celebrada dos santos, não bastara a
o salvar, se não restituísse. Duas coisas lhe faltavam a este venturoso homem
para se salvar: uma como ladrão que tinha sido, outra como cristão que começava
a ser. Como ladrão que tinha sido, faltava-lhe com que restituir; como cristão
que começava a ser, faltava-lhe o Batismo; mas assim como o sangue que derramou
na cruz lhe supriu o Batismo, assim a sua desnudez e a sua impossibilidade lhe
supriu a restituição, e por isso se salvou. Vejam agora, de caminho, os que
roubaram na vida, e nem na vida, nem na morte restituíram, antes na morte
testaram de muitos bens e deixaram grossas heranças a seus sucessores, vejam
onde irão ou terão ido suas almas, e se se podiam salvar.
Era tão rigoroso este preceito da restituição
na lei velha, que, se o que furtou não tinha com que restituir, mandava Deus
que fosse vendido, e restituísse com o preço de si mesmo: Si non habuerit quod
pro furto reddat, ipse venundabitur (Êx. 22,3).
De modo que, enquanto um homem era seu, e
possuidor da sua liberdade, posto que não tivesse outra coisa, até que não
vendesse a própria pessoa, e restituísse o que podia com o preço de si mesmo,
não o julgava a lei por impossibilitado à restituição, nem o desobrigava dela.
Que uma tal lei fosse justa não se pode duvidar, porque era lei de Deus, e
posto que o mesmo Deus na lei da graça derrogou esta circunstância de rigor,
que era de direito positivo; porém na lei natural, que é indispensável, e manda
restituir a quem pode e tem com que, tão fora esteve de variar ou moderar coisa
alguma, que nem o mesmo Cristo na cruz prometeria o Paraíso ao ladrão, em tal
caso, sem que primeiro restituísse.
Ponhamos outro ladrão à vista deste, e vejamos
admiravelmente no juízo do mesmo Cristo a diferença de um caso a outro. Assim
como Cristo, Senhor nosso, disse a Dimas: Hodie mecum eris in Paradiso: Hoje
serás comigo no Paraíso — assim disse a Zaqueu: Hodie salus domui huic facta
est (Lc. 19,9): Hoje entrou a salvação nesta tua casa. — Mas o que muito se
deve notar é que a Dimas prometeu-lhe o Senhor a salvação logo, e a Zaqueu não
logo, senão muito depois. E por que, se ambos eram ladrões, e ambos
convertidos? Porque Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir o que
roubara; Zaqueu era ladrão rico, e tinha muito com que restituir: Zacheus
princeps erat publicanorum, et ipse dives, diz o evangelista (2). E ainda que
ele o não dissera, o estado de um e outro ladrão o declarava assaz. Por quê?
Porque Dimas era ladrão condenado, e se ele fora rico, claro está que não havia
de chegar à forca; porém Zaqueu era ladrão tolerado, e a sua mesma riqueza era
a imunidade que tinha para roubar sem castigo, e ainda sem culpa.
E como
Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir, também não tinha
impedimento a sua salvação, e por isso Cristo lha concedeu no mesmo momento.
Pelo contrário, Zaqueu, como era ladrão rico, e tinha muito com que restituir,
não lhe podia Cristo segurar a salvação antes que restituísse, e por isso lhe
dilatou a promessa. A mesma narração do Evangelho é a melhor prova desta
diferença. Conhecia Zaqueu a Cristo só por fama, e desejava muito vê-lo. Passou
o Senhor pela sua terra, e como era pequeno de estatura, e o concurso muito,
sem reparar na autoridade da pessoa e do ofício: Princeps publicanorum,
subiu-se a uma árvore para o ver, e não só viu, mas foi visto, e muito bem
visto. Pôs nele o Senhor aqueles divinos olhos, chamou-o por seu nome, e
disse-lhe que se descesse logo da árvore, porque lhe importava ser seu hóspede
naquele dia:Zaqueu desce depressa, pois hoje devo ficar em sua casa.
(3) Entrou, pois, o Salvador em casa de
Zaqueu, e aqui parece que cabia bem o dizer-lhe, que então entrara a salvação
em sua casa; mas nem isto, nem outra palavra disse o Senhor. Recebeu-o Zaqueu e
festejou a sua vinda com todas as demonstrações de alegria: Excepit illum
gaudens (4), e guardou o Senhor o mesmo silêncio. Assentou-se à mesa abundante
de iguarias, e muito mais de boa vontade, que é o melhor prato para Cristo, e
prosseguiu na mesma suspensão. Sobretudo disse Zaqueu que ele dava aos pobres a
metade de todos seus bens: Ecce dimidium bonorum meorum do pauperibus.
(5) E sendo o Senhor aquele que no dia do
Juízo só aos merecimentos da esmola há de premiar com o reino do céu, quem não
havia de cuidar que a este grande ato de liberalidade com os pobres responderia
logo a promessa da salvação? Mas nem aqui mereceu ouvir Zaqueu o que depois lhe
disse Cristo. — Pois, Senhor, se vossa piedade e verdade tem dito tantas vezes
que o que se faz aos pobres se faz a vós mesmo, e este homem na vossa pessoa
vos está servindo com tantos obséquios, e na dos pobres com tantos empenhos, se
vos convidastes a ser seu hóspede para o salvar, e a sua salvação é a
importância que vos trouxe à sua casa, se o chamastes, e acudiu com tanta
diligência, se lhe dissestes que se apressasse: Festinans descende (6), e ele
se não deteve um momento, por que lhe dilatais tanto a mesma graça que lhe
desejais fazer, por que o não acabais de absolver, por que lhe não segurais a
salvação? Porque este mesmo Zaqueu, como cabeça de publicanos: Princeps
publicanorum, tinha roubado a muitos, e como rico que era: Et ipse dives, tinha
com que restituir o que roubara, e enquanto estava devedor e não restituía o
alheio, por mais boas obras que fizesse, nem o mesmo Cristo o podia absolver, e
por mais fazenda que despendesse piamente, nem o mesmo Cristo o podia salvar.
Todas as outras obras, que depois daquela venturosa vista fazia Zaqueu, eram
muito louváveis; mas enquanto não chegava a fazer a da restituição, não estava
capaz da salvação. Restitua, e logo será salvo: e assim foi. Acrescentou Zaqueu
que tudo o que tinha mal adquirido restituía em quatro dobros: Et si aliquem defraudavi,
reddo quadruplum.
(7) E no mesmo ponto o Senhor, que até ali
tinha calado, desfechou os tesouros de sua graça e lhe anunciou a salvação:
Hodie salus domui huic facta est (8). De sorte que, ainda que entrou o Salvador
em casa de Zaqueu, a salvação ficou de fora, porque, enquanto não saiu da mesma
casa a restituição, não podia entrar nela a salvação. A salvação não pode
entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se pode perdoar sem se restituir
o roubado: Non dimittitur peccatum, nisi restituatur ablatum.
e se os príncipes exigem de seus súditos o que lhes é devido de acordo com a justiça, a fim de preservar o bem comum, mesmo que a violência seja exercida; não há roubo. Mas se os príncipes extorquem indevidamente alguma coisa, é roubo, como também roubo. Portanto, eles estão destinados à restituição como ladrões. E pecam tanto mais gravemente do que os ladrões, tanto mais perigosos e mais vulgarmente agem contra a justiça do Estado, cujos tutores são colocados: Eu respondo - diz Santo Tomas - que se os príncipes tiram dos suditos o que segundo justiça lhes é devido para conversação do bem comum, ainda que executarei com violência, não é roubo ou rubo. Porem, se os príncipes tomarem por violência o que eles não devem, e roubo e furto. Donde segue que estão obrigado à restoreição, como os ladres, e que pecam so mais gravemente que os mesmos ladres,
Até
aqui acerca dos príncipes o Príncipe dos Teólogos. E por que a palavra rapina e
latrocínio, aplicada a sujeitos da suprema esfera, é tão alheia das lisonjas
que estão costumados a ouvir, que parece conter alguma dissonância, escusa
tacitamente o seu modo de falar, e prova a sua doutrina o santo Doutor com dois
textos alheios, um divino, do profeta Ezequiel, e outro pouco menos que divino,
de Santo Agostinho.
O texto de Ezequiel é parte do relatório das
culpas por que Deus castigou tão severamente os dois reinos de Israel e Judá,
um com o cativeiro dos assírios, e outro com o dos babilônios; e a causa que
dá, e muito pondera, é que os seus príncipes, em vez de guardarem os povos como
pastores, os roubavam como lobos: Principes ejus in medio illius, quasi lupi
rapientes praedam (9).Só dois reis elegeu Deus por si mesmo, que foram Saul e
Davi, e a ambos os tirou de pastores, para que, pela experiência dos rebanhos
que guardavam, soubessem como haviam de tratar os vassalos; mas seus
sucessores, por ambição e cobiça, degeneraram tanto deste amor e deste cuidado
que, em vez de os guardar e apascentar como ovelhas, os roubavam e comiam como
lobos: Quasi lupi rapientes praedam. O texto de Santo Agostinho fala geralmente
de todos os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões e injustiças, e
diz que, entre os tais reinos e as covas dos ladrões — a que o santo chama
latrocínios — só há uma diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou
ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos pequenos:
Sublata justitia, quid sunt regna, nisi magna latrocinia? Quia et latrocinia
quid sunt, nisi parva regna?
É o
que disse o outro pirata a Alexandre Magno. Navegava Alexandre em uma poderosa
armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua
presença um pirata que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o
muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, ele, que não era medroso nem
lerdo, respondeu assim. — Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? — Assim é. O
roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz
os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem
distinguir as qualidades e interpretar as significações, a uns e outros definiu
com o mesmo nome: Eodem loco pone latronem et piratam, quo regem animum
latronis et piratae habentem. Se o Rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o
que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo
lugar, e merecem o mesmo nome. Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto
de que um filósofo estóico se atrevesse a escrever uma tal sentença em Roma,
reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os
nossos oradores evangélicos, em tempo de príncipes católicos e timoratos, ou
para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam estes
eloqüentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam, que com o que
disserem, porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca e
que se não podem ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se
ofenderão, porque lhes pode tocar. Mas passemos brevemente à terceira e última
suposição, que todas três são necessárias para chegarmos ao ponto. V Suponho
finalmente que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a
pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma
sua miséria, ou escusa, ou alivia o seu pecado, como diz Salomão: Non grandis
est culpa, cum quis furatus fuerit: furatur enim ut esurientem impleat animam.
(10) O
ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão,
mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta
esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito
bem S. Basílio Magno: Non est intelligendum fures esse solum bursarum
incisores, vel latrocinantes in balneis; sed et qui duces legionum statuti, vel
qui commisso sibi regimine civitatum, aut gentium, hoc quidem furtim tollunt,
hoc vero vi et publice exigunt:
Não
são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão
banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente
merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais
já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões
roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu
risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes
furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros
homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a
enforcar uns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes a
enforcar os pequenos. — Ditosa Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas
as outras nações, se nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas! Quantas
vezes se viu Roma ir a enforcar um ladrão, por ter furtado um carneiro, e no
mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma
província. E quantos ladrões teriam enforcado estes mesmos ladrões triunfantes?
De um, chamado Seronato, disse com discreta
contraposição Sidônio Apolinar: Nou cessat simul furta, vel punire, vel facere:
Seronato está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer.
— Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo,
para roubar ele só. VI Declarado assim por palavras não minhas, senão de muito
bons autores, quão honrados e autorizados sejam os ladrões de que falo, estes
são os que disse e digo que levam consigo os reis ao inferno. Que eles fossem
lá sós, e o diabo os levasse a eles, seja muito na má hora, pois assim o
querem; mas que hajam de levar consigo os reis é uma dor que se não pode
sofrer, e por isso nem calar. Mas se os reis tão fora estão de tomar o alheio,
que antes eles são os roubados, e os mais roubados de todos, como levam ao
inferno consigo estes maus ladrões a estes bons reis? Não por um só, senão por
muitos modos, os quais parecem insensíveis e ocultos, e são muito claros e
manifestos. O primeiro, porque os reis lhes dão os ofícios e poderes com que
roubam; o segundo, porque os reis os conservam neles; o terceiro, porque os
reis os adiantam e promovem a outros maiores; e, finalmente, porque, sendo os
reis obrigados, sob pena de salvação, a restituir todos estes danos, nem na
vida, nem na morte os restituem. E quem diz isto já se sabe que há de ser Santo
Tomás. Faz questão Santo Tomás, se a pessoa que não furtou, nem recebeu ou
possui coisa alguma do furto, pode ter obrigação de o restituir. E não só
resolve que sim, mas, para maior expressão do que vou dizendo, põe o exemplo
nos reis. Vai o texto: Tenetur ille restituere, qui non obstat, cum obstare
teneatur. Sicut principes, qui tenentur custodire justitiam in terra, si per
eorum defectum latrones increscant, ad restitutionem tenentur, quia redditus,
quos habent, sunt quasi stipendia ad hoc instituta, ut justitiam conservent in
terra: Aquele que tem obrigação de impedir que se não furte, se o não impediu,
fica obrigado a restituir o que se furtou. E até os príncipes, que por sua
culpa deixarem crescer os ladrões, são obrigados à restituição, porquanto as
rendas, com que os povos os servem e assistem, são como estipêndios instituídos
e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham em
justiça. — É tão natural e tão clara esta teologia, que até Agamenão, rei
gentio, a conheceu, quando disse: Qui non vetat peccare, cum possit, jubet
(11). E se nesta obrigação de restituir incorrem os príncipes pelos furtos que
cometem os ladrões casuais e involuntários, que será pelos que eles mesmos, e
por própria eleição, armaram de jurisdições e poderes, com que roubam os mesmos
povos?
A tenção dos príncipes não é nem pode ser
essa; mas basta que esses oficiais, ou de Guerra, ou de Fazenda, ou de Justiça,
que cometem os roubos, sejam eleições e feituras suas, para que os príncipes
hajam de pagar o que eles fizeram. Ponhamos o exemplo da culpa, onde a não pode
haver. Pôs Deus a Adão no Paraíso, com jurisdição e poder sobre todos os
viventes, e com senhorio absoluto de todas as coisas criadas, excepta somente
uma árvore. Faltavam-lhe poucas letras a Adão para ladrão, e ao fruto para
furto não lhe faltava nenhuma. Enfim, ele e sua mulher — que muitas vezes são
as terceiras — aquela só coisa que havia no mundo que não fosse sua, essa
roubaram. Já temos a Adão eleito, já o temos com ofício, já o temos ladrão. E
quem foi o que pagou o furto? Caso sobre todos admirável! Pagou o furto quem
elegeu e quem deu o ofício ao ladrão. Quem elegeu e quem deu o ofício a Adão
foi Deus: e Deus foi o que pagou o furto tanto à sua custa, como sabemos. O
mesmo Deus o disse assim, referindo o muito que lhe custara a satisfação do
furto e dos danos dele: Quae non rapui, tunc exolvebam (12). Vistes o corpo
humano de que me vesti, sendo Deus; vistes o muito que padeci, vistes o sangue
que derramei, vistes a morte a que fui condenado, entre ladrões. Pois, então, e
com tudo isso, pagava o que não furtei. Adão foi o que furtou, e eu o que
paguei: Quae non rapui, tunc exolvebam. Pois, Senhor meu, que culpa teve vossa
divina Majestade no furto de Adão? — Nenhuma culpa tive, nem a tivera, ainda
que não fora Deus, porque na eleição daquele homem, e no ofício que lhe dei, em
tudo procedi com a circunspecção, prudência e providência com que o devera e deve
fazer o príncipe mais atento a suas obrigações, mais considerado e mais justo.
Primeiramente, quando o fiz, não foi com império despótico, como as outras
criaturas, senão com maduro conselho, e por consulta de pessoas não humanas,
senão divinas: Faciamus hominem ad imaginem et similitudinem nostram, et
praesit (13). As partes e qualidades que concorriam no eleito eram as mais
adequadas ao ofício que se podiam desejar nem imaginar, porque era o mais sábio
de todos os homens, justo sem vício, reto sem injustiça, e senhor de todas suas
paixões, as quais tinha sujeitas e obedientes à razão.
Só lhe faltava a experiência, nem houve
concurso de outros sujeitos na sua eleição, mas ambas estas coisas não as podia
então haver, porque era o primeiro homem, e o único. — Pois, se a vossa
eleição, Senhor, foi tão justa e tão justificada, que bastava ser vossa para o
ser, por que haveis vós de pagar o furto que ele fez, sendo toda a culpa sua? —
Porque quero dar este exemplo e documento aos príncipes, e porque não convém que
fique no mundo tão má e perniciosa conseqüência, como seria, se os príncipes se
persuadissem em algum caso que não eram obrigados a pagar e satisfazer o que
seus ministros roubassem.
VII Mas estou vendo que com este mesmo
exemplo de Deus se desculpam ou podem desculpar os reis, porque, se a Deus lhe
sucedeu tão mal com Adão, conhecendo muito bem Deus o que ele havia de ser, que
muito é que suceda o mesmo aos reis, com os homens que elegem para os ofícios,
se eles não sabem nem podem saber o que depois farão? A desculpa é aparente,
mas tão falsa como mal fundada, porque Deus não faz eleição dos homens pelo que
sabe que hão de ser, senão pelo que de presente são. Bem sabia Cristo que Judas
havia de ser ladrão; mas quando o elegeu para o ofício em que o foi, não só não
era ladrão, mas muito digno de se lhe fiar o cuidado de guardar e distribuir as
esmolas dos pobres. Elejam assim os reis as pessoas, e provejam assim os
ofícios, e Deus os desobrigará nesta parte da restituição. Porém as eleições e
provimentos que se usam não se fazem assim. Querem saber os reis se os que
provêem nos ofícios são ladrões ou não? Observem a regra de Cristo: Qui non
intral per ostium, jur est et latro (14). A porta por onde legitimamente se
entra ao ofício, é só o merecimento. E todo o que não entra pela porta, não só
diz Cristo que é ladrão, senão ladrão e ladrão: Fur est latro. E por que é duas
vezes ladrão? Uma vez porque furta o ofício, e outra vez porque há de furtar
com ele. O que entra pela porta poderá vir a ser ladrão, mas os que não entram
por ela já o são. Uns entram pelo parentesco, outros pela amizade, outros pela
valia, outros pelo suborno, e todos pela negociação. E quem negocia não há
mister outra prova: já se sabe que não vai a perder. Agora será ladrão oculto,
mas depois ladrão descoberto, que essa é, como diz S. Jerônimo, a diferença de
fur a latro.
Coisa
é certo maravilhosa ver a alguns tão introduzidos e tão entrados, não entrando
pela porta nem podendo entrar por ela. Se entraram pelas janelas, como aqueles
ladrões de que faz menção Joel: Per fenestras intrabunt quasi fur (15), grande
desgraça é que, sendo as janelas feitas para entrar a luz e o ar, entrem por
elas as trevas e os desares. Se entraram minando a casa do pai de famílias,
como o ladrão da parábola de Cristo: Si sciret pater familias qua hora fur
veniret, non sineret perfodi domum suam(16), ainda seria maior desgraça que o
sono, ou letargo do dono da casa fosse tão pesado que, minando-se-lhe as
paredes, não o espertassem os golpes. Mas o que excede toda a admiração é que
haja quem, achando a porta fechada, empreenda entrar por cima dos telhados, e o
consiga, e mais sem ter pés, nem mãos, quanto mais asas. Estava Cristo, Senhor
nosso, curando milagrosamente os enfermos dentro em uma casa, e era tanto o concurso
que, não podendo os que levavam um paralítico entrar pela porta, subiram-se com
ele ao telhado, e por cima do telhado o introduziram. Ainda e mais admirável a
consideração do sujeito, que o modo e lugar da introdução. Um homem que
entrasse por cima dos telhados, quem não havia de julgar que era caído do céu:
Tertius e caelo cecidit Cato?
(17) E o tal homem era um paralítico que não
tinha pés, nem mãos, nem sentido, nem movimento, mas teve com que pagar a
quatro homens, que o tomaram às costas, e o subiram tão alto. E como os que
trazem às costas semelhantes sujeitos estão tão pagos deles, que muito é que
digam e informem — posto que sejam tão incapazes — que lhes sobejam
merecimentos por cima dos telhados. Como não podem alegar façanhas de quem não tem
mãos, dizem virtudes e bondades. Dizem que, com seus procedimentos, cativa a
todos. E como não havia de cativar, se os comprou?
Dizem que, fazendo sua obrigação, todos lhe
ficam devendo dinheiro: e como lho não hão de dever, se lho tomaram? Deixo os
que sobem aos postos pelos cabelos, e não com as forças de Sansão, senão com os
favores de Dalila. Deixo os que, com voz conhecida de Jacó, levam a bênção de
Esaú, e não com as luvas calçadas, senão dadas ou prometidas. Deixo os que,
sendo mais leprosos que Naamã Siro, se alimparam da lepra, e não com as águas
do Jordão, senão com as do Rio da Prata. É isto, e o mais que se podia dizer,
entrar pela porta? Claro está que não. Pois se nada disto se faz: Sicut fur in
nocte (18), senão na face do sol, e na luz do meio-dia, como se pode escusar
quem ao menos firma os provimentos de que não conhecia serem ladrões os que por
estes meios foram providos? Finalmente, ou os conhecia, ou não: se os não
conhecia, como os proveu sem os conhecer? E se os conhecia, como os proveu
conhecendo-os?
Mas vamos aos providos com expresso
conhecimento de suas qualidades. VIII Dom Fulano — diz a piedade
bem-intencionada — é um fidalgo pobre: dê-se-lhe um governo. — E quantas
impiedades, ou advertidas ou não, se contém nesta piedade? Se é pobre, dêem-lhe
uma esmola honestada com o nome de tença, e tenha com que viver. Mas por que é
pobre, um governo, para que vá desempobrecer à custa dos que governar?
E para que vá fazer muitos pobres à conta de
tornar muito rico? Isto quer quem o elege por este motivo. Vamos aos do prêmio,
e também aos do castigo. Certo capitão mais antigo tem muitos anos de serviço:
dêem-lhe uma fortaleza nas conquistas. Mas se estes anos de serviço assentam
sobre um sujeito que os primeiros despojos que tomava na guerra, eram a farda e
a ração dos seus próprios soldados, despidos e mortos de fome, que há de fazer
em Sofala ou em Mascate? Tal graduado em leis leu com grande aplauso no Paço;
porém, em duas judicaturas e uma correição não deu boa conta de si: pois vá
degradado para a Índia com uma beca. E se na Beira e Além-Tejo, onde não há
diamantes nem rubis, se lhe pegavam as mãos a este doutor, que será na relação
de Goa? Encomendou el-rei D. João, o Terceiro, a S. Francisco Xavier o
informasse do estado da Índia, por via de seu companheiro, que era mestre do
Príncipe; e o que o santo escreveu de lá, sem nomear ofícios nem pessoas, foi
que o verbo rapio (19) na Índia se conjugava por todos os modos. A frase parece
jocosa em negócio tão sério, mas falou o servo de Deus como fala Deus, que em
uma palavra diz tudo. Nicolau de Lira, sobre aquelas palavras de Daniel:
Nabucodonosor rex misit ad congregandos satrapas, magistratus et judices(20),
declarando a etimologia de sátrapas, que eram os governadores das províncias,
diz que este nome foi composto de sat e de rapio: Dicuntur satrapae quasi satis
rapientes, quia solent bona inferiorum rapere: Chamam-se sátrapas, porque
costumam roubar assaz. E este assaz é o que especificou melhor S. Francisco
Xavier, dizendo que conjugam o verbo rapio por todos os modos. O que eu posso
acrescentar, pela experiência que tenho, é que não só do Cabo da Boa Esperança
para lá, mas também das partes daquém, se usa igualmente a mesma conjugação.
Conjugam por todos os modos o verbo rapio, porque furtam por todos os modos da
arte, não falando em outros novos e esquisitos, que não conheceu Donato nem
Despautério.
Tanto
que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira
informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os caminhos por
onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e
misto império, todo ele aplicam
despoticamente às execuções da rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque
aceitam quanto lhes mandam, e, para que mandem todos, os que não mandam não são
aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem e,
gabando as coisas desejadas aos donos delas, por cortesia, sem vontade, as
fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com
o daqueles que manejam muito, e basta só que ajuntem a sua graça, para serem
quando menos meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem
pretexto nem cerimônia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque
permitem que outros furtem, e estes compram as permissões. Furtam pelo modo
infinitivo, porque não tem o fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá
deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam
por todas as pessoas, porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os
seus criados, e as terceiras quantas para isso têm indústria e consciência.
Furtam juntamente por todos os tempos, porque do presente — que é o seu tempo —
colhem quanto dá de si o triênio; e para incluírem no presente o pretérito e
futuro, do pretérito desenterram crimes, de que vendem os perdões, e dívidas
esquecidas, de que se pagam inteiramente, e do futuro empenham as rendas e
antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas
mãos. Finalmente, nos mesmos tempos, não lhes escapam os imperfeitos,
perfeitos, plus quam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram,
furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma, que o
resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a
furtar para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as
miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito
grandes serviços, tornam carregados de despojos e ricos, e elas ficam roubadas e
consumidas. É certo que os reis não querem isto, antes mandam em seus
regimentos tudo o contrário; mas como as patentes se dão aos gramáticos destas
conjugações, tão peritos ou tão cadimos nelas, que outros efeitos se podem
esperar dos seus governos? Cada patente destas, em própria significação, vem a
ser uma licença geral in scriptis, ou um passaporte para furtar. Em Holanda,
onde há tantos armadores de corsários, repartem-se as costas da África, da Ásia
e da América com tempo limitado, e nenhum pode sair a roubar sem passaporte, a
que chamam carta de marca. Isto mesmo valem as provisões, quando se dão aos que
eram mais dignos da marca que da carta. Por mar padecem os moradores das
conquistas a pirataria dos corsários estrangeiros, que é contingente; na terra
suportam a dos naturais, que é certa e infalível. E se alguém duvida qual seja
maior, note a diferença de uns a outros. O pirata do mar não rouba aos da sua
república: os da terra roubam os vassalos do mesmo rei, em cujas mãos juraram
homenagem; do corsário do mar posso me defender: aos da terra não posso
resistir; do corsário do mar posso fugir: dos da terra não me posso esconder; o
corsário do mar depende dos ventos; os da terra sempre têm por si a monção;
enfim, o corsário do mar pode o que pode: os da terra podem o que querem, e por
isso nenhuma presa lhes escapa. Se houvesse um ladrão onipotente, que vos
parece que faria a cobiça junta com a onipotência? Pois isso é o que fazem
estes corsários. IX Dos que obram o contrário com singular inteireza de justiça
e limpeza de interesse, alguns exemplos temos, posto que poucos. Mas folgara eu
saber quantos exemplos há, não digo já dos que fossem justiçados como tão
insignes ladrões, mas dos que fossem privados do governo por estes roubos.
Pois, se eles furtam com os ofícios, e os consentem e conservam nos mesmos
ofícios, como não hão de levar consigo ao inferno os que os consentem?
O meu Santo Tomás o diz, e alega com o texto
de São Paulo: Digni sunt morte, non solum qui faciunt, sed etiam qui
consentiunt facientibus.
(21) E
porque o rigor deste texto se entende não de qualquer consentidor, senão
daqueles que, por razão de seu ofício ou estado, tem obrigação de impedir, faz
logo a mesma limitação o santo Doutor, e põe o exemplo nomeadamente nos
príncipes: Sed solum quando incumbit alicui ex officio, sicut principibus
terrae.
(22) Verdadeiramente não sei como não reparam
muito os príncipes em matéria de tanta importância, e como os não fazem reparar
os que no foro exterior, ou no da alma, têm cargo de descarregar suas
consciências. Vejam uns e outros como a todos ensinou Cristo, que o ladrão que
furta com o oficio, nem um momento se há de consentir ou conservar nele. Havia
um senhor rico, diz o divino Mestre, o qual tinha um criado, que com ofício de
ecônomo ou administrador, governava as suas herdades — tal é o nome no original
grego, que responde ao villico da Vulgata. — Infamado pois o administrador de
que se aproveitava da administração e roubava, tanto que chegou a primeira
notícia ao Senhor, mandou-o logo vir diante de si, e disse-lhe que desse
contas, porque já não havia de exercitar o ofício. Ainda a resolução foi mais
apertada, porque não só disse que não havia, senão que não podia: Jam enim non
poteris villicare.
(23). Não tem palavra esta parábola que não
esteja cheia de notáveis doutrinas a nosso propósito. Primeiramente diz que
este senhor era um homem rico: Homo quidem erat dives (Lc. 16,1), porque não
será homem quem não tiver resolução, nem será rico, por mais herdades que
tenha, quem não tiver cuidado, e grande cuidado, de não consentir que lhas
governem ladrões. Diz mais que, para privar a este ladrão do ofício, bastou
somente a fama, sem outras inquirições: Et hic diffamatus est apud illum (24),
porque se em tais casos houverem de mandar buscar informações à Índia ou ao
Brasil, primeiro que elas cheguem, e se lhes ponha remédio, não haverá Brasil
nem Índia. Não se diz, porém, nem se sabe quem fossem os autores ou delatores
desta fama, porque a estes há-lhes de guardar segredo o senhor inviolavelmente,
sob pena de não haver quem se atreva a o avisar, temendo justamente a ira dos
poderosos. Diz mais, que mandou vir o delatado diante de si: Et vocavit eum,
porque semelhantes averiguações, se se cometem a outros, e não as faz o mesmo
senhor por sua própria pessoa, com dar o ladrão parte do que roubou, prova que
está inocente. Finalmente, desengana-o e notifica-lhe que não há de exercitar
jamais o ofício, nem pode: Jam enim non poteris villicare, porque nem o ladrão
conhecido deve continuar o ofício em que foi ladrão, nem o senhor, ainda que
quisesse, o pode consentir e conservar nele, se não se quer condenar. Com tudo
isto ser assim, eu ainda tenho uns embargos que alegar, por parte deste ladrão,
diante do Senhor e autor da mesma parábola, que é Cristo. Provará que nem o
furto, por sua quantidade, nem a pessoa, por seu talento, parecem merecedores
de privação do ofício para sempre. Este homem, Senhor, posto que cometesse este
erro, é um sujeito de grande talento, de grande indústria, de grande
entendimento e prudência, como vós mesmo confessastes, e ainda louvastes, que é
mais:
Laudavit Dominus villicum iniquitatis, quia
prudenter fecisset (25); pois, se é homem de tanto préstimo, e tem capacidade e
talentos para vos tornardes a servir dele, por que o haveis de privar para
sempre do vosso serviço: Jam enim non poteris villicare? Suspendei-o agora por
alguns meses, como se usa, e depois o tomareis a restituir, para que nem vós o
percais, nem ele fique perdido. -Não, diz Cristo. Uma vez que é ladrão
conhecido, não só há de ser suspenso ou privado do ofício ad tempus, senão para
sempre e para nunca jamais entrar ou poder entrar: Jam enim non poteris, porque
o uso ou abuso dessas restituições, ainda que parece piedade, é manifesta
injustiça. De maneira que, em vez de o ladrão restituir o que furtou no ofício,
restitui-se o ladrão ao ofício, para que furte ainda mais? Não são essas as
restituições pelas quais se perdoa o pecado, senão aquelas por que se condenam
os restituídos, e também quem os restitui. Perca-se embora um homem já perdido,
e não se percam os muitos que se podem perder e perdem na confiança de
semelhantes exemplos. Suposto que este primeiro artigo dos meus embargos não
pegou, passemos a outro.
Os
furtos deste homem foram tão leves, e a quantidade tão limitada, que o mesmo
texto lhes não dá nome de furtos absolutamente, senão de quase furtos: Quasi
dissipasset bona ipsius.
(26)
Pois em um mundo, Senhor, e em um tempo em que se vêm tolerados nos ofícios
tantos ladrões, e premiados, que é mais, os plus quam ladrões, será bem que
seja privado do seu ofício, e privado para sempre, um homem que só chegou a ser
quase ladrão? — Sim, torna a dizer Cristo, para emenda dos mesmos tempos, e
para que conheça o mesmo mundo quão errado vai. Assim como nas matérias do
sexto Mandamento teologicamente não há mínimos, assim os deve não haver
politicamente nas matérias do sétimo, porque quem furtou e se desonrou no
pouco, muito mais facilmente o fará no muito. E se não, vede-o nesse mesmo
quase ladrão. Tanto que se viu notificado para não servir o ofício, ainda teve
traça para se servir dele e furtar mais do que tinha furtado. Manda chamar
muito à pressa os rendeiros, rompe os escritos das dívidas, faz outros de novo
com antedatas, a uns diminui a metade, a outros a quinta parte, e por este
modo, roubando ao tempo os dias, às escrituras a verdade, e ao amo o dinheiro,
aquele que só tinha sido quase ladrão, enquanto encartado no ofício, com a
opinião que só tinha de o ter, foi mais que ladrão depois. Aqui acabei de
entender a ênfase com que disse a pastora dos Cantares: Tulerunt pallium meum
mihi (Cânt. 5,7): Tomaram-me a minha capa a mim — porque se pode roubar a capa
a um homem, tomando-a não a ele, senão a outrem. Assim o fez a astúcia deste
ladrão, que roubou o dinheiro a seu amo, tomando-o não a ele senão aos que lho
deviam. De sorte que o que dantes era um ladrão, depois foi muitos ladrões, não
se contentando de o ser ele só, senão de fazer a outros. Mas vá ele muito
embora ao inferno, e vão os outros com ele, e os príncipes imitem ao Senhor,
que se livrou de ir também, com o privar do ofício tão prontamente.
X Esta doutrina em geral, pois é de Cristo,
nenhum entendimento cristão haverá que a não venere. Haverá, porém, algum
político tão especulativo que a queira limitar a certo gênero de sujeitos, e
que funde as exceções no mesmo texto. O sujeito em que se fez esta execução,
chama-lhe o texto villico: logo, em pessoas vis, ou de inferior condição, será
bem que se executem estes e semelhantes rigores, e não em outras de diferente
suposição, com as quais, por sua qualidade e outras dependências, é lícito e
conveniente que os reis dissimulem. Oh! como está o inferno cheio dos que com
estas e outras interpretações, por adularem os grandes e os supremos, não
reparam em os condenar! Mas, para que não creiam a aduladores, creiam a Deus, e
ouçam. Revelou Deus a Josué que se tinha cometido um furto nos despojos de
Jericó, depois de lho ter bem custosamente significado, com o infeliz sucesso
do seu exército. E mandou-lhe que, descoberto o ladrão, fosse queimado. Fez-se
diligência exata, e achou-se que um, chamado
Acã tinha furtado uma capa de grã, uma regra de ouro, e algumas moedas de
prata, que tudo não valia cem cruzados. Mas quem era este Acã? Era porventura
algum homem vil, ou algum soldadinho da fortuna, desconhecido e nascido das
ervas? Não era menos que do sangue real de Judá, e por linha masculina, quarto
neto seu. Pois, uma pessoa de tão alta qualidade, que ninguém era ilustre em
todo Israel, senão pelo parentesco que tinha com ele, há de morrer queimado por
ladrão? E por um furto, que hoje seria venial, há de ficar afrontada para
sempre uma casa tão ilustre? Vós direis que era bem se dissimulasse; mas Deus,
que o entende melhor que vós, julgou que não. Em matéria de furtar não há
exceção de pessoas, e quem se abateu a tais vilezas, perdeu todos os foros.
Executou-se com efeito a lei, foi justiçado e queimado Acã, ficou o povo
ensinado com o exemplo, e ele foi venturoso no mesmo castigo, porque, como
notam graves autores, comutou-lhe Deus aquele fogo temporal pelo que havia de
padecer no inferno, felicidade que impedem aos ladrões os que dissimulam com
eles. E quanto à dissimulação que se diz devem ter os reis com pessoas de
grande suposição, de quem talvez depende a conservação do bem público, e são
mui necessárias a seu serviço, respondo com distinção. Quando o delito é digno
de morte, pode-se dissimular o castigo e conceder-se às tais pessoas a vida;
mas quando o caso é de furto, não se lhes pode dissimular a ocasião, mas logo logo
devem ser privadas do posto. Ambas estas circunstâncias concorreram no crime de
Adão. Pôs-lhe Deus preceito que não comesse da árvore vedada, sob pena de que
morreria no mesmo dia: In quocumque die comederis, morte morieris.
(27)
Não guardou Adão o preceito, roubou o fruto, e ficou sujeito, ipso facto, à
pena de morte. Mas, que fez Deus neste caso? Lançou-o logo do Paraíso, e
concedeu-lhe a vida por muitos anos. Pois, se Deus o lançou do Paraíso pelo
furto que tinha cometido, por que não executou também nele a pena de morte a
que ficou sujeito? Porque da vida de Adão dependia a conservação e propagação
do mundo, e quando as pessoas são de tanta importância, e tão necessárias ao
bem público, justo é que, ainda que mereçam a morte, se lhes permita e conceda
a vida. Porém, se juntamente são ladrões, de nenhum modo se pode consentir nem
dissimular que continuem no posto e lugar onde o foram, para que não continuem
a o ser. Assim o fez Deus, e assim o disse. Pôs um querubim com uma espada de
fogo à porta do Paraíso, com ordem que de nenhum modo deixasse entrar a Adão. E
por quê? Porque assim como tinha furtado da árvore da ciência, não furtasse
também da árvore da vida: Ne forte mittat manum suam, et sumat etiam de ligno
vitae(28), Quem foi mau uma vez, presume o Direito que o será outras, e que o
será sempre. Saia pois Adão do lugar onde furtou, e não torne a entrar nele,
para que não tenha ocasião de fazer outros furtos, como fez o primeiro. E notai
que Adão, depois de ser privado do Paraíso, viveu novecentos e trinta anos.
Pois, a um homem castigado e arrependido, não lhe bastaram cem anos de privação
do posto, não lhe bastarão duzentos ou trezentos? Não. Ainda que haja de viver
novecentos anos, e houvesse de viver nove mil, uma vez que roubou, e é conhecido
por ladrão, nunca mais deve ser restituído, nem há de entrar no mesmo posto. XI
Assim o fez Deus com o primeiro homem do mundo, e assim o devem executar com
todos os que estão em lugar de Deus. Mas que seria se não só víssemos os
ladrões conservados nos lugares onde roubam, senão, depois de roubarem,
promovidos a outros maiores?
Acabaram-se-me aqui as Escrituras, porque não
há nelas exemplo semelhante. De reis que mandassem conquistar inimigos, sim,
mas de reis que mandassem governar vassalos, não se lê tal coisa. Os Assueros,
os Nabucos, os Ciros, que dilatavam por armas os seus impérios, desta maneira
premiavam os capitães, acrescentando em postos os que mais se sinalavam em
destruir cidades e acumular despojos, e daqui se faziam os Nabusardões, os
Holofernes, e os outros flagelos do mundo. Porém os reis, que tratam os
vassalos como seus, e os Estados, posto que distantes, como fazenda própria, e
não alheia, lede o Evangelho, e vereis quais são os sujeitos, e quão úteis a
quem encomendam o governo deles. Um rei, diz Cristo, Senhor nosso, fazendo
ausência do seu reino à conquista de outro, encomendou a administração da sua
fazenda a três criados. O primeiro acrescentou-a dez vezes mais do que era, e o
rei, depois de o louvar, o promoveu ao governo de dez cidades: Euge bone serve,
quia in modico fuisti fidelis, eris potestatem habens super decem civitates
(29). O segundo também acrescentou à parte que lhe coube cinco vezes mais, e
com a mesma proporção o fez o rei governador de cinco cidades: Et tu esto super
quinque civitates(30). De sorte que os que o rei acrescenta e deve acrescentar
nos governos, segundo a doutrina de Cristo, são os que acrescentam a fazenda do
mesmo rei, e não a sua. Mas vamos ao terceiro criado. Este tornou a entregar
quanto o rei lhe tinha encomendado, sem diminuição alguma, mas também sem
melhoramento, e no mesmo ponto, sem mais réplica, foi privado da administração:
Auferte ab illo mnam.
(31)
Oh! que ditosos foram os nossos tempos, se as culpas por que este criado foi
privado do ofício foram os serviços e merecimentos por que os dagora são
acrescentados! Se o que não tomou um real para si, e deixou as coisas no estado
em que lhas entregaram, merece privação do cargo, os que as deixam destruídas e
perdidas, e tão diminuídas e desbaratadas, que já não têm semelhança do que
foram, que merecem? Merecem que os despachem, que os acrescentem e que lhes
encarreguem outras maiores, para que também as consumam e tudo se acabe? Eu
cuidava que, assim como Cristo introduziu na sua parábola dois criados que
acrescentaram a fazenda do rei, e um que a não acrescentou, assim havia de
introduzir outro que a roubasse, com que ficava a divisão inteira.
Mas não introduziu o divino Mestre tal
criado, porque falava de um rei prudente e justo, e os que têm estas qualidades
— como devem ter, sob pena de não serem reis — nem admitem em seu serviço, nem
fiam a sua fazenda a sujeitos que lha possam roubar: a algum que não lha
acrescente, poderá ser, mas um só; porém a quem lhe roube, ou a sua, ou a dos
seus vassalos — que não deve distinguir da sua — não é justo, nem reis quem tal
consente. E que seria se estes, depois de roubarem uma cidade, fossem
promovidos ao governo de cinco, e, depois de roubarem cinco, ao governo de dez?
Que mais havia de fazer um príncipe cristão,
se fora como aqueles príncipes infiéis, de quem diz Isaías: Principes tui
infideles, socii furum (Is. 1, 23):
Os
príncipes de Jerusalém não são fiéis, senão infiéis, porque são companheiros
dos ladrões. — Pois saiba o profeta que há príncipes fiéis e cristãos, que
ainda são mais miseráveis e mais infelizes que estes, porque um príncipe que
entrasse em companhia com os ladrões: Socii furum, havia de ter também a sua
parte no que se roubasse; mas estes estão tão fora de ter parte no que se
rouba, que eles são os primeiros, os mais roubados. Pois, se são os roubados
estes príncipes, como são ou podem ser companheiros dos mesmos ladrões:
Principes tui socii furum? Será porventura porque talvez os que acompanham e
assistem aos príncipes são ladrões? Se assim fosse, não seria coisa nova.
Antigamente os que assistiam ao lado dos príncipes, chamavam-se laterones. E
depois, corrompendo-se este vocábulo, como afirma Marco Varro, chamaram-se
latrones. E que seria se assim, como se corrompeu o vocábulo, se corrompessem
também os que o mesmo vocábulo significa? Mas eu nem digo nem cuido tal coisa.
O que só digo e sei, por ser teologia certa, é que em qualquer parte do mundo
se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: Principes tui
socii furum: Os teus príncipes são companheiros dos ladrões. — E por quê? São
companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões,
porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e
os poderes; são companheiros dos ladrões porque talvez os defendem, e são,
finalmente, seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao
inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo. Ouvi a ameaça e sentença de
Deus contra estes tais: Si videbas furem, currebas cum eo (32); o hebreu lê
concurrebas, e tudo é, porque há príncipes que correm com os ladrões e
concorrem com eles. Correm com eles, porque os admitem à sua familiaridade e
graça, e concorrem com eles, porque, dando-lhes autoridade e jurisdições,
concorrem para o que eles furtam. E a maior circunstância desta gravíssima
culpa consiste no Si videbas. Se estes ladrões foram ocultos, e o que corre e
concorre com eles não os conhecera, alguma desculpa tinha; mas se eles são
ladrões públicos e conhecidos, se roubam sem rebuço e à cara descoberta, se
todos os vêem roubar, e o mesmo que os consente e apóia o está vendo:
Si videbas furem, que desculpa pode ter
diante de Deus e do mundo? Existimasti inique quod ero tui similis (Sl. 49,
21):
Cuidas
tu, ó injusto — diz Deus — que hei de ser semelhante a ti — e que, assim como
tu dissimulas com estes ladrões, hei eu de dissimular contigo? — Enganas-te.
Arguam te, et statuam contra faciam tuam: Dessas mesmas ladroíces, que tu vês e
consentes, hei de fazer um espelho em que te vejas — e quando vires que és tão
réu de todos esses furtos, como os mesmos ladrões, porque os não impedes, e
mais que os mesmos ladrões, porque tens obrigação jurada de os impedir, então
conhecerás que tanto, e mais justamente que a eles, te condeno ao inferno. Assim
o declara com última e temerosa sentença a paráfrase caldaica do mesmo texto:
Arguam te in hoc saeculo, et ordinabo judicium Gehennae in futuro coram te:
Neste mundo argüirei a tua consciência, como agora a estou argüindo, e no outro
mundo condenarei a tua alma ao inferno, como se verá no dia do Juízo. XII
Grande lástima será naquele dia, senhores, ver como os ladrões levam consigo
muitos reis ao inferno; e para que esta sorte se troque em uns e outros,
vejamos agora como os mesmos reis, se quiserem, podem levar consigo os ladrões
ao Paraíso. Parecerá a alguém, pelo que fica dito, que será coisa muito
dificultosa, e que se não pode conseguir sem grandes despesas, mas eu vos
afirmo, e mostrarei brevemente, que é coisa muito fácil, e que sem nenhuma
despesa de sua fazenda, antes com muitos aumentos dela, o podem fazer os reis.
E de que modo? Com uma palavra, mas palavra de rei. Mandando que os mesmos
ladrões, os quais não costumam restituir, restituam efetivamente tudo o que
roubaram. Executando-o assim, salvar-se-ão os ladrões e salvar-se-ão os reis.
Os ladrões salvar[1]se-ão, porque restituirão o que têm roubado,
e os reis salvar-se-ão também, porque restituindo os ladrões, não terão eles
obrigação de restituir. Pode haver ação mais justa, mais útil e mais necessária
a todos? Só quem não tiver fé, nem consciência, nem juízo, o pode negar. E
porque os mesmos ladrões se não sintam de haverem de perder por este modo o
fruto das suas indústrias, considerem que, ainda que sejam tão maus como o mau
ladrão, não só deviam abraçar e desejar esta execução, mas pedi-la aos mesmos
reis. O bom ladrão pediu a Cristo, como a rei, que se lembrasse dele no seu
reino, e o mau ladrão, que lhe pediu? Si tu es Christus, salvum fac temetipsum
et nos (Lc. 23,39): Se sois o rei prometido, como crê meu companheiro,
salvai-vos a vós e a nós. — Isto pediu o mau ladrão a Cristo, e o mesmo devem
pedir todos os ladrões a seu rei, posto que sejam tão maus como o mau ladrão.
Nem Vossa Majestade, Senhor, se pode salvar, nem nós nos podemos salvar sem
restituir: nós não temos ânimo nem valor para fazer a restituição, como nenhum
a faz, nem na vida, nem na morte; mande-a, pois, fazer executivamente Vossa
Majestade, e, por este modo, posto que para nós seja violento, salvar-se-á
Vossa Majestade a si, e mais a nós: Salvum fac temetipsum et nos. Creio que
nenhuma consciência haverá cristã, que não aprove este meio. E para que não
fique em generalidade, que é o mesmo que no ar, desçamos à prática dele, e
vejamos como se há de fazer. Queira Deus que se faça! O que costumam furtar
nestes ofícios e governos os ladrões de que falamos, ou é a fazenda real, ou a
dos particulares, e uma e outra têm obrigação de restituir depois de roubada,
não só os ladrões que a roubaram, senão também os reis, ou seja porque dissimularam
e consentiram os furtos quando se faziam, ou somente — que isto basta — por
serem sabedores deles depois de feitos. E aqui se deve advertir uma notável
diferença — em que se não repara — entre a fazenda dos reis e a dos
particulares. Os particulares, se lhes roubam a sua fazenda, não só não são
obrigados à restituição, antes terão nisso grande merecimento, se o levarem com
paciência, e podem perdoar o furto a quem os roubou. Os reis são de muito pior
condição nesta parte, porque, depois de roubados, têm eles obrigação de
restituir a própria fazenda roubada, nem a podem dimitir ou perdoar aos que a
roubaram. A razão da diferença é porque a fazenda do particular é sua: a do rei
não é sua, senão da República. E assim como o depositário, ou tutor, não pode
deixar alienar a fazenda que lhe está encomendada e teria obrigação de a
restituir,assim tem a mesma obrigação o rei, que é tutor e como depositário dos
bens e erário da República, a qual seria obrigado a gravar com novos tributos,
se deixasse alienar ou perder as suas rendas ordinárias. O modo pois com que as
restituições da fazenda real se podem fazer facilmente, ensinou aos reis um
monge, o qual, assim como soube furtar, soube também restituir. Refere o caso
Mayolo, Crantzio e outros. Chamava-se o monge frei Teodorico, e porque era
homem de grande inteligência e indústria, cometeu-lhe o imperador Carlos Quinto
algumas negociações de importância, em que ele se aproveitou de maneira que
competia em riquezas com os grandes senhores. Advertido o imperador, mandou-o
chamar à sua presença, e disse-lhe que se aparelhasse para dar contas. Que
faria o pobre, ou rico monge? Respondeu sem se assustar que já estava
aparelhado, que naquele mesmo ponto as daria, e disse assim: — Eu, César,
entrei no serviço de Vossa Majestade com este hábito, e dez ou doze tostões na
bolsa, da esmola das minhas Missas; deixe-me Vossa Majestade o meu hábito e os
meus tostões, e tudo o mais que possuo, mande-o Vossa Majestade receber, que é
seu, e tenho dado contas. — Com tanta facilidade como isto fez a sua
restituição o monge, e ele ficou guardando os seus votos, e o imperador a sua
fazenda. Reis e príncipes mal servidos, se quereis salvar a alma e recuperar a
fazenda, introduzi, sem exceção de pessoas, as restituições de frei Teodorico.
Saiba-se com que entrou cada um; o de mais torne para donde saiu, e salvem-se
todos. XIII A restituição que igualmente se deve fazer aos particulares parece
que não pode ser tão pronta nem tão exata, porque se tomou a fazenda a muitos e
a províncias inteiras. Mas como estes pescadores do alto usaram de redes
varredouras, use-se também com eles das mesmas. Se trazem muito, como
ordinariamente trazem, já se sabe que foi adquirido contra a lei de Deus, ou
contra as leis e regimentos reais, e por qualquer destas cabeças, ou por ambas,
injustamente. Assim se tiram da Índia quinhentos mil cruzados, de Angola
duzentos, do Brasil trezentos, e até do pobre Maranhão mais do que vale todo
ele. E que se há de fazer desta fazenda? Aplicá-la o rei à sua alma e às dos
que a roubaram, para que umas e outras se salvem. Dos governadores que mandava
a diversas províncias o Imperador Maximino, se dizia com galante e bem
apropriada semelhança, que eram esponjas. A traça ou astúcia com que usava
destes instrumentos era toda encaminhada a fartar a sede da sua cobiça, porque
eles, como esponjas, chupavam das províncias que governavam tudo quanto podiam,
e o imperador, quando tornavam, espremia as esponjas, e tomava para o fisco
real quanto tinham roubado, com que ele ficava rico, e eles castigados. Uma
coisa fazia mal este imperador, outra bem, e faltava-lhe a melhor. Em mandar
governadores às províncias homens que fossem esponjas fazia mal; em espremer as
esponjas quando tornavam, e lhes confiscar o que traziam, fazia bem, e justamente;
mas faltava-lhe a melhor, como injusto e tirano que era, porque tudo o que
espremia das esponjas não o havia de tomar para si, senão restituí-lo às mesmas
províncias donde se tinha roubado. Isto é o que são obrigados a fazer em
consciência os reis que se desejam salvar, e não cuidar que satisfazem ao zelo
e obrigação da justiça, com mandar prender em um castelo o que roubou a cidade,
a província, o estado.
Que importa que por alguns dias ou meses se
lhe dê esta sombra de castigo, se passados eles se vai lograr do que trouxe
roubado, e os que padeceram os danos não são restituídos. Há nesta, que parece
justiça, um engano gravíssimo, com que nem o castigado, nem o que castiga se
livram da condenação eterna; e para que se entenda ou queira entender este
engano, é necessário que se declare. Quem tomou o alheio fica sujeito a duas
satisfações: à pena da lei e à restituição do que tomou. Na pena, pode
dispensar o rei como legislador; na restituição não pode, porque é
indispensável. E obra-se tanto pelo contrário, ainda quando se faz ou se cuida
que se faz justiça, que só se executa a pena, ou alguma parte da pena, e a
restituição não lembra, nem se faz dela caso. Acabemos com Santo Tomás. Põe o
Santo doutor em questão: Utrum sufficiat restituere simplim quod injuste
ablatum est: Se, para satisfazer à restituição, basta restituir outro tanto
quanto foi o que se tomou? — E depois de resolver que basta, porque a
restituição é ato de justiça, e a justiça consiste em igualdade, argumenta
contra a mesma resolução, com a lei do capítulo vinte e dois do Êxodo, em que
Deus mandava que quem furtasse um boi restituísse cinco; logo, ou não basta
restituir tanto por tanto, senão muito mais do que se furtou; ou, se basta,
como está resoluto, de que modo se há de entender esta lei? Há-se de entender,
diz o santo, distinguindo na mesma lei duas partes: uma enquanto lei natural,
pelo que pertence à restituição, e outra enquanto lei positiva, pelo que
pertence à pena. A lei natural, para guardar a igualdade do dano, só manda que
se restitua tanto por tanto; a lei positiva, para castigar o crime do furto,
acrescentou em pena mais quatro anos, e por isso manda pagar cinco por um.
Há-se porém de advertir, acrescenta o santo Doutor, que entre a restituição e a
pena há uma grande diferença, porque à satisfação da pena não está obrigado o
criminoso antes da sentença, porém à restituição do que roubou, ainda que o não
sentenciem nem obriguem, sempre está obrigado. Daqui se vê claramente o
manifesto engano ainda dessa pouca justiça, que poucas vezes se usa. Prende-se
o que roubou, e mete-se em livramento. Mas que se segue daí? O preso, tanto que
se livrou da pena do crime, fica muito contente; o rei cuida que satisfez à
obrigação da justiça, e ainda se não tem feito nada, porque ambos ficam
obrigados à inteira restituição dos mesmos roubos, sob pena de se não poderem
salvar. O réu porque não restitui, e o rei porque o não faz restituir. Tire,
pois, o rei executivamente a fazenda a todos os que a roubaram, e faça as
restituições por si mesmo, pois eles as não fazem, nem hão de fazer, e deste
modo — que não há, nem pode haver outro — em vez de os ladrões levarem os reis
ao inferno, como fazem, os reis levarão os ladrões ao Paraíso, como fez Cristo:
Hodie mecum eris in Paradiso. XIV Tenho acabado, senhores, o meu discurso, e
parece-me que demonstrado o que prometi, de que não estou arrependido. Se a
alguém pareceu que me atrevi a dizer o que fora mais reverência calar, respondo
com Santo Hilário: Quae loqui non audemus, silere non possumus: Oque se não
pode calar com boa consciência, ainda que seja com repugnância, é força que se
diga. — Ouvinte coroado era aquele a quem o Batista disse: Non licet tibi (33),
e coroado também, posto que não ouvinte, aquele a quem Cristo mandou dizer:
Dicite vulpi illi.
(34)
Assim o fez animosamente Jeremias, porque era mandado por pregador Regibus
Juda, et Principibus ejus (35). E se Isaías o tivera feito assim, não se
arrependera depois, quando disse: Vae mihi, quia tacui.
(36) Os médicos dos reis com tanta e maior
liberdade lhes devem receitar a eles o que importa à sua saúde e vida, como aos
que curam nos hospitais. Nos particulares, cura-se um homem; nos reis, toda a
República. Resumindo pois o que tenho dito, nem os reis, nem os ladrões, nem os
roubados se podem molestar da doutrina que preguei, porque a todos está bem.
Está bem aos roubados, porque ficarão restituídos do que tinham perdido; está
bem aos reis, porque sem perda, antes com aumento da sua fazenda,
desencarregarão suas almas. E, finalmente, os mesmos ladrões, que parecem os
mais prejudicados, são os que mais interessam. Ou roubaram com tenção de
restituir, ou não: se com tenção de restituir, isso é o que eu lhes digo, e que
o façam a tempo. Se o fizeram sem essa tenção, fizeram logo conta de ir ao inferno,
e não podem estar tão cegos que não tenham por melhor ir ao Paraíso. Só lhes
pode fazer medo haverem de ser despojados do que despojaram aos outros, mas,
assim como estes tiveram paciência por força, tenham-na eles com merecimento.
Se os esmoleres compram o céu com o próprio, por que se não contentarão os
ladrões de o comprar com o alheio? A fazenda alheia e a própria toda se alija
ao mar, sem dor, no tempo da tempestade. E quem há que, salvando-se do
naufrágio a nado e despido, não mande pintar a sua boa fortuna, e a dedique aos
altares com ação de graças? Toda a sua fazenda dará o homem de boa vontade por
salvar a vida, diz o Espírito Santo, e quanto de melhor vontade deve dar a
fazenda, que não é sua, por salvar, não a vida temporal, senão a eterna? O que
está sentenciado à morte e à fogueira, não se teria por muito venturoso, se lhe
aceitassem por partido a confiscação só dos bens? Considere-se cada um na hora
da morte, e com o fogo do inferno à vista, e verá se é bom partido o que lhe
persuado. Se as vossas mãos e os vossos pés são causa de vossa condenação,
cortai-os, e se os vossos olhos, arrancai-os, diz Cristo, porque melhor vos
está ir ao Paraíso manco, aleijado e cego, que com todos os membros inteiros ao
inferno. É isto verdade, ou não?
Acabemos
de ter fé, acabemos de crer que há inferno, acabemos de entender que sem
restituir ninguém se pode salvar. Vede, vede, ainda humanamente, o que perdeis,
e por quê. Nesta restituição, ou forçosa, ou forçada, que não quereis fazer,
que é o que dais e o que deixais? O que dais, é o que não tínheis; o que
deixais é o que não podeis levar convosco, e por isso vos perdeis. Nu entrei
neste mundo, e nu hei de sair dele, dizia Jó, e assim saíram o bom e o mau
ladrão. Pois, se assim há de ser, queirais ou não queirais, despido por
despido, não é melhor ir com o bom ladrão ao Paraíso, que com o mau ao inferno?
Rei dos reis e Senhor dos senhores, que morrestes entre ladrões para pagar o
furto do primeiro ladrão, e o primeiro a quem prometestes o Paraíso foi outro ladrão,
para que os ladrões e os reis se salvem, ensinai com vosso exemplo, e inspirai
com vossa graça a todos os reis, que, não elegendo, nem dissimulando, nem
consentindo, nem aumentando ladrões, de tal maneira impidam os furtos futuros,
e façam restituir os passados, que em lugar de os ladrões os levarem consigo,
como levam, ao inferno, levem eles consigo os ladrões ao Paraíso, como vós
fizestes hoje: Hodie mecum eris in Paradiso.
(1) Senhor, lembra-te de mim quando entrares
no teu reino: Hoje serás comigo no Paraíso (Lc. 23,42s).
(2) Zaqueu era um dos principais entre os
publicanos, e pessoa rica (Lc. 19,2).
(3) Zaqueu, desce depressa, porque importa
que eu fique hoje em tua casa (Lc. 19,5).
(4)
Recebeu-o alegremente (Lc. 19,6).
(5) Eu
estou para dar aos pobres a metade de meus bens (Lc. 19,8).
(6) Desce depressa (Lc. 19,5).
(7) Naquilo em que eu tiver defraudado a
alguém, pagar-lho-ei quadruplicado (Lc. 19,8).
(8)
Hoje entrou a salvação nesta casa (Lc. 19,9).
(9) Os
seus príncipes eram no meio dela como uns lobos que arrebatam a sua presa (Ez.
22,27).
(10)
Não é grande furta quando algum furtar porque furtar para saciar a sua
esfaimada alma (Prov. 6,30).
(11) Quem, podendo, não impede o pecado,
ordena-o.
(12)
Paguei então o que não tinha roubado (Sl. 68,5).
(13) Façamos o homem à nossa imagem e
semalhança, o qual presida (Gên. 1,26).
(14) O
que não entra pela porta, esse é ladrão e roubador (Jo. 10,1).
(15) Entrarão pelas janelas como um ladrão
(Jl. 2,9)
(16) Se o pai de famílias soubesse a hora em
que viria o ladrão, não deixaria minar a sua casa (Lc. 12,39).
(17)
Caiu-nos do céu um terceiro Catão (Juvenal, Sátira II, v. 40).
(18) Como um ladrão de noite (1 Tes. 5,2).
(19) Furtar.
(20) Despachou o rei Nabucodonosor correios
para que se ajustem os sátrapas, os magistrados e os juízes (Dan. 3,2).
(21) São dignos de morte, não somente os que
estas coisas fazem, senão também os que consentem aos que as fazem (Rom. 1,32).
(22) Somente, porém, quando obriga a alguém
ex officio, como aos príncipes da terra.
(23) Pois já não poderais ser meu feitor (Lc.
16,2).
(24) E este foi acusado diante dele (Lc.
16,1).
(25) E o amo louvou este feitor iníquo, por
haver obrado como homem de juízo (Lc. 16,8).
(26) Como quem havia dissipado os seus bens
(Lc. 16,1).
(27)
Em qualquer dia que comeres dele, morrerás de morte (Gên. 2,17).
(28) Para que não suceda que ele lance a sua
mão, e tome também da árvore da vida (Gên. 3,22).
(29)
Está bem, servo bom: porque foste fiel no pouco, serás governador de dez
cidades (Lc. 19,17).
(30)
Sê tu também governador de cinco cidades (Lc. 19,19).
(31) Tirai-lhe o marco de prata (Lc. 19,24).
(32) Se vias um bom ladrão, corrias com ele
(Sl. 49,18).
(33)
Não te é lícito (Mc. 6,18).
(34) Dizei a esse raposo (Lc. 13,32).
(35)
Aos reis de Judá e aos seus príncipes (Jer. 1,18).
(36) Ai de mim, porque me calei (Is. 6).
DO PEDIDO:
Roguemos pelo sabedoria e conhecimento do
Padre Antônio Vieira, que o Sagrado Coração de Jesus tenha compaixão de todos
nós, e que generosamente, nos proteja de todos os perigos, e dos inimigos, e
pela intercessão de Nossa Senhora da Connceição Aparecida, Santa Mãe de Deus e
Nossa, que com o auxílio de São Miguel
Arcanjo nos defendam do espírito maligno, e das ciladas do diabo e
demônio, e de seus sócios taça de
víboras, aves de rapina, lobos, e tubarões, sócios e proprietários do
puchadinho no inferno pelo poder e dinheiro surrupiado, fruto de perseguição,
atentado, violência, futo e extorsão contra idosos, às mulheres, crianças, e
vítimas de limitações permanetes e seres humanos comm alguma formam de
deficiência, todos definidos no Párágrafo único, do Art. 5º, da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2.015, que a
proteção e defesa seja estendida aos membros do magistério, especialmente do
ensino fundamental e médio, e todos os servidores e trabalhadores, feitos como
bode expiatório da ganância de poder e dinheiro, pois como ensina o Padre
Vieira, mantem-se fiel aos princípios do universo e se conta com a graça do
Pai, Filho e Espírito Santo, e com intercessão da Santa Mãe de Deus, com auxílio
do guardião da terra São Miguel Arcanjo, e Santa Rita de Cássia, das causas
impssíveis, Santa Clara de Assis, santa do desapego, e Santa Catarina de Sena,
santa da unidade, e São José de Anchieta, patrono da educação e dos
Brasileiros, conforme o que consnta em Mateus 17:21 e 26:40-41, por meio da
vigilância, oração e jejus, por isto, que é devoção navioal à consagração à
Nossa Senhora, como Mae e consoladora
dos Aflitos, e Auxílio dos Cristãos, e que Nossa Senhora da Connceição
Aparecida e os Apóstolos São Pedro e São
Paulo, e todos os santos vítimas da injustiça, violência, crueldade, e martírio,
que roguem por nós. Amém!
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