A VERDADE NÃO É ABSOLUTA, MAS ENTÃO O QUE É A VERDADE, A SUA, A MINHA, OU DE NINGUÉM. É POSSÍVEL JULGAR E CONDENAR SEM A PROVA QUE FAZ A VERDADE.

A reflexão sobre a transformação do Brasil em topos (lugar) de bem-estar tanto física quanto metafisica (psíquica) do homem e da mulher, também se pode incluir bens subjetivos e infungíveis (imateriais) da felicidade e da realização.
Ora, todo ato humano possui dois pressupostos, o primeiro pressuposto é a vontade e o desejo (livre arbítrio) para executar o ato; em segundo lugar é preciso a materialidade que é a existência do ato, tanto na ação quanto na omissão, e na imperícia, negligência, e a imprudência. Logo o ato para ser bom e justo, e obter a perfeição é necessário o ato predicar com o ser.  O ser é o a substância e a potência da verdade do ato. O ser deve ser o juízo que deve ser formado pelo conhecimento que precisa entrar em sintonia e se transformar em consciência. Neste particular Angela Maria La Sala Batà  reitera  que: “Esse é o  que está oculto  por trás da aparência, por trás de tudo quanto acontece, de tudo quanto experimentamos. Mas não basta reconhecer isso com a mente, estar convencido intelectualmente. É preciso “senti-lo”, “experimentá-lo”, para poder dizer: “É verdade, eu vivi”.
O conhecimento não é válido se não se transforma em consciência. “ (LA SALA BATÀ, Angela Maria, A Procura da Verdade, p. 32, Editora Pensamento)
Sem o juízo da consciência só pode racional se estiver fundado dentro do pressuposto da universalidade e da congruência e da coerência do raciocínio. O raciocínio   possui como base a premissa da tese, depois a premissa da antítese, e por fim, ao formar o silogismo que deverá ser   elaborada a síntese.  Todas as coisas só podem ocorrer se na formação da ideia e do pensamento, já na última escada da evolução, que é a razão, os logos, que está na mente.  No caso a ideia e o pensamento parece ser sinônimo, mas não é assim. Diz bem Platão quando considera a ideia uma cópia, porque a ideia faz parte de um objetivo determinado, um ideal como por exemplo o ideal da fraternidade universal. E, o pensamento, que no caso é o que vibra em ondas cerebrais e faz nascer o conhecimento. O pensamento é a matéria, ele faz o gênio e o ignorante, porque um pensa, e outro pensa que pensa. Logo descartes, no seu Discurso do Método, onde fica evidente, o começo do racionalismo ao sentenciar: “Se penso logo existo”. Logo só pode conhecer e, efetivamente, existir, aquele que pensar. O pensar, segundo Kant faz parte da educação, quando perguntado o que é educar: “Educar é ensinar a pensar. ”
Então, o que é a verdade?
A verdade está do lado direito ou do lado esquerdo?
A verdade pode ser julgar sem conhecer os fatos e os atos, e o processo, ou fazer do julgamento um ato exorbitante e truculento como fizera Pilatos com Jesus de Nazaré?
A verdade (veritas em latim), incialmente, é preciso observar o conceito de verdade, no dizer de André Conte-Sponville que “Heidegger, costuma-se usar as duas palavras para designar duas concepções ou duas acepções diferentes da verdade; a verdade como adequação entre o pensamento e o real...”(CONTE-SPONVILLE, André, Dicionário Filosófico, p.630, Editora Martins Fontes)
Pois não foi Jesus de Nazaré que dissera: “Que a verdade vos libertará. ”  Também dissera: “Eu sou caminho, a verdade, e a vida.”
A verdade é um bem universal, ela se encontra no ser, já o caminho e a vida precisam predicar com o ser. Logo no caso a verdade é uma adequação entre o pensamento e o mundo real.
O julgamento é a verdade? Os ditadores e os autoritários, como os que se julgam soberbos e insolentes dizem que a verdade são seus fuzis e suas baionetas. Logo qualquer edito é uma sentença de morte, porque o pensamento autoritário pode também ser expresso pela dominação executada pelo poder econômico e o controle dos meios de produção, o mais grave, é que o autoritarismo tanto no fascismo quanto no nazismo, como no regime implantado em 1964, pela ruptura dos direitos e garantias fundamentais necessárias ao exercício da cidadania e civilizatório.
O julgamento se deve fazer com as provas, com igual direito de defesa, não basta o que fora feito com Sócrates, que por acusação vil fora condenado a beber cicuta. Logo o julgamento de Sócrates fora verdade, pelo que diz Platão, seu discípulo foi o que se deu em Atenas, no fim das Tiranias.
O devido processo é direito assegurado pela civilização ao homem. Sabe-se que no Brasil a questão de respeitar o contraditório não foi um princípio repassado de pai para filho, porque os pais do começo do século XX resolviam a questão da verdade pela imposição por meio de uma autoridade, às vezes falha e viciada, pelo meio do relho. A nossa cultura não determina que devemos ouvir o outro lado, pois aqui vige a regra, primeira comenda, depois faz o processo para ver as provas e julgar pela infração. Daí temos dificuldade em compreender o étimo da verdade.
A verdade está dentro de si, pois a verdade deve ser a adequação do pensamento ao real. O pensamento se encontra em nível de consciência, e ela chega por meio da intuição e da percepção, a percepção aqui está nos sentidos, e a intuição é um bem universal da alma (psique).
A interpretação que no sentido técnico se chama de hermenêutica. No caso, a hermenêutica possui leis e regras próprias. Logo não deve usar de argumentos falaciosos sem base filosófica, e por fim jurídica, que igualmente fazem parte das garantias do homem. A interpretação precisa ser feita com conhecimento da língua, e com base na regência de cada verbo.
Veja o que dizem no Senado sobre o Processo envolvendo a Presidenta, será que sabe o que uma “pedalada”, pelo que se sabe pedalada é pedalar uma bicicleta, os veículos, também possuem pedal.
Diga, é verdade?
A verdade não pode ser absoluta, mas a verdade deve ser o que se enxerga numa relação entre o pensamento e o real.
O que está posto é real?
Não sei.

 

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