Discurso – Meu Caro Amigo as Coisas estão Pretas.

Gilson Gomes

Advogado

Meu caro amigo, as coisas aqui estão ficando pretas:

A experiência por certo é lanterna que guia nossos caminhos, podendo ter sido  talvez nossa odisséia na procura do nosso próprio método. Existem homens  bons e maus, bipolares com certeza, mas há os que não o são, já que toda regra há a exceção. Pois a  exceção nesse caso pode ser sua ilustre pessoa dentro de tantos surtados no planeta. Na juventude tivemos a intenção e desejo de roformar o mundo, ao menos aquele mundo que se  encontra dentro das nossas idéias  e alucinações durante nosso estado de sono. O certo é que queremos  conquistar o nosso objeto, e depois da conquista, perdemos o interesse, até aprece que vivemos sob o efeito  de alguma idéia inovadora de algum adolescente  ainda  com efeito da mamadeira.

Jamais perderemos a esperança, ela é a última que morre, mas morre, às vezes  pelo  cansaço.

Os parentes são ótimos na  nossa vida, desde que se tenha dinheiro para pagar a conta, afinal a gente não os escolhe, a gente os tem. Parente ao vir na sua casa, chega na hora do almoço só para filar o almoço, já que as mulheres hodiernas  não  cozinham nem um ovo frito, a fim de sujar louças, e não ter que lavá-las, nem enxugá-las, sendo mais fácil fazer sujeira na casa dos outros.

Os homens atualmente precisam assumir os afazeres domésticos, afinal existe na sociedade a ditadura feminista, colocando o homem entre a cruz e a espada, eles precisam lavar roupa, passar pano no banheiro, preparar alimentos, porque hoje as damas dizem que se trata da igualdade, que a mulher não é Amélia, como se comer e beber fosse  apenas coisa do sexo  masculino. Hoje a prole é um tormento, especialmente pelo fato da lei de proteção a criança não permitir a disciplina corretiva, pois se o praticar correrá o risco de enfrentar os tribunais.

Mulher é bom, especialmente para  os homens normais que  gostam delas. Agora se há os que não gostam a gente respeita, não é? Pois a gente convive num  país  democrático, ao menos presumimos que assim seja.

Bom em todo caso,  existe a ditadura da beleza a qualquer custo, da unha, dos pés, dos cabelos, do corpo magro, e aquela que sofre com o corpo gordo, como também existe a ditadura da cor branca, preta, amarela, e do cabelo liso ou encaracolado, aquele crespo, que para manter o absolutismo precisam alisar diuturnamente.

Pois na  egípcia se  fazia maquiagem e pintava as unhas. Claro que as unhas pintadas eram para demonstrar aos deuses sua vaidade e conviver em eterna alegoria, crendo que o corpo mumificado  estava preparado ao encontro com a eternidade. Na tumba dentro de alguma pirâmide o morto mumificado levava consigo seus pertences pessoais, até uma cervejaria.

Minha unha quebrou, ela chora, imagine que ditadura, é como ganhar os quilinhos e tiver de  desfilar nas areias da praia do sul num dia de sol de verão.

Não temos nada contra os desejos humanos, mas nem a favor,  já que o gosto de cada ser  não se deve  discutir, cada  qual  sabe onde aperta o seu calo. Apesar de que o gosto é herança cultural, embora digam que não,sendo igual a opinião, que não pode ser ciência, nem possuir validação pela lei e pela experiência, mas se trata de direito, e cada qual possui a sua, sem exceção.

No entanto, parasitar não parece ser coerente, ficar só nas costas do semelhante, com a desculpa de que não pode estragar isso ou aquilo, mas, se fizer sua comida não irá destruir as mãos, nem pés, mas apenas satisfazer seus desejos mais  íntimos como a sua  gula. Nada como agradar pelo estomago, então, perder para sempre, já que o saco vazio não para de pé, pois o ser humano vazio de conteúdo e do alimento para seu  equilíbrio físico e espiritual parece necessário à preservação da espécie.

Na nossa trajetória humana é sabido que tudo  possui o começo e o fim. A morte é a lei mais certa da vida, ninguém conseguiu revogar  essa lei, até se  tenta prolongar a vida com os avanços da medicina, mas a morte é um lei cruel e democrática, tanto ao pobre como ao rico, belo e ao feio, todos sem exceção acabam servindo de alimentos aos vermes da terra, mesmo as cinzas, que em regra serve de adubo à fertilidade da terra mãe.

Não se entende e nem compreende  qual a razão de se complica as coisas da vida, qual o dividendo que se ganha com esse comportamento sórdido e iníquo contra o semelhante. Há em todos os comportamentos um pouco de  masoquismo e sadismo, ambos ao mesmo tempo, uma espécie de compensação malévola imposta pela força da ganância e do poder.

Nós na vida queremos ser bons e honestos, porque sabemos que ser bom é mais barato, possui menos custo, o desvio da ilegalidade é demais  custoso e caro, embora, aqui  se trate de muito papel para poouco resultado, não é como em outros lugares que se recolhe corretamente os impostos e se tem a contrapartida em bons serviços, aqui não, se convive o estado de  - engana  -  tributos da Inglaterra e serviços de gana, pode ser que esse jargão seja obra do então Ministro Delfin Neto, mesmo que o étimo do Delfin seja  peixe, é certo que aqui se nada, e se morre na praia. Não se deve pregar uma coisa e fazer outra, ser como o velho vigário que dizia ao fiel, faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço.

O bem não possui resultado prático já que o usual  sempre será fazer o contrário. O certo é errado, democracia não é democracia, direito de expressão não é assim, mas apenas outra coisa. Não há exceção, todos nos querem o bem, desde que seja o bem deles mesmos, já que não admitem o contraditório  e nem a ampla defesa. Pois ser virtuoso aqui é complicado, nada é, sempre não é, basta contrariar algum interesse ou a conveniência.

Aliás,  ninguém quer perder espaço, quando se sentem ameaçados, perdem os dedos e os anéis, quando o certo é entregar os anéis para não perder os dedos, mas não é assim, os seres humanos adquirem ao longo da existência arquétipos, certo ou errados, não importa, e ficam pendurados nos mesmos como se tal premissa fosse válida, e o mundo acabasse e nascesse ali, é a velho paradoxo do dualismo entre o bem e o mal, sendo a farinha pouca para o meu pirão primeiro. O egoísmo humano é sinal da sua fragilidade, quando é sabido que  o homem universal e do bem deseja o compartilhamento, a interação entre os demais homens, indistintamente.

Pois o idoso dizer que é abandonado pelos filhos, pela experiência se percebe qe o que ocorre com os idosos, é o fato que os mesmos não fizeram a sua parte, não tiveram tempo para construir amizades, mas apenas foram ao longo da vida censores e carrascos contra o bem maior que a formação do caráter. Na verdade a geração não semeara para obter uma colheita, em regra colhera o plantara sem eesforço e empenho algum. O bem que temos está na poupança e no investimento que fizermos ao longo da nossa existência. O homem de bem é aquele possui consiciência entre aquilo que é bom, o dever ser, e aquilo que é ruim, não dever ser. A ausência de reflexão tem levado muitos homens a matarem a galinha dos ovos de ouro, o que é normal numa terra onde a ignorância  tem status de deusa do império humano.

Não se pode ficar arrependido pelo bem feito, já que a justiça como o direito são  predicados de Deus, não matar o Deus da esperança que  há dentro da  cabeça de cada um, já que esse Deus pode ser até uma invenção do homem, mas se não tivesse inventado o que seria do homem? Certamente, inventaria o diabo, não? Pois o homem não pode ficar sem complicar aquilo que está posto.

Ora, dizer que o cego teria de reparar a mãe pelo fato ter  sido gerado cego, não parece razoável  dentro do bom senso, já que a pessoa com alguma forma de deficiência não pde para nascer com tal seqüela e limitação.

As escolhas dos seres humanos é preciso respeitá-las incondicionalmente, ainda que não obtenha sucesso e fracasse no empreendimento, o importante é ter lutado e acreditado na vida, não devemos impor sanção a vida alheia, MS devemos sim oferecer a solidariedade, já que nos tempos atuais estamos carentes de virtudes.

É, eu sou aquilo que sou, não essa a definição de Deus, assim é o homem, não há divergência quanto ao gênero, pode haver quanto a espécie, já que o bicho homem  mata seu semelhante, especialmente, se não gostar da cor, do sexo, do estado social, enfim, aquele  ser representar risco ao seu bem estar social. Por isso existe na sociedade a o preconceito e a discriminação contra as diferenças humanas, como se todos não tivessem o mesmo destino, a terra fofa. O ser humano não se olha no espelho, e só diz – Há controvérsias, quando as há.

Por último, entre mortos e feridos, a humanidade segue a sua trajetória, com ou sem a minha vontade ou desejo. Pois se eu não estiver em sintonia com o cosmos serei certamente o mais sem graça dos homens, e terei perdido o meu tempo ter vivivo aqui por algum tempo, já que nada sei disso,  nem tive informações seguras sobre o futuro, tudo é um grande ato falho, o buraco negro, coisa que  não se sabe ao certo o que é.

Então, uma coisa a gente sabe,  todos queremos diversão, bebida, e arte, mas  também se for possível, um pouquinho de amor, e menos  violência. Pois que todos tenham a paz, e a paz em abundancia.

O resto são coisas da vida, nada mais, e pelo visto a coisa aqui está preta, muita corrupção, violência, e uma enorme cara  de pau, ainda  que, -  o óleo de peroba fica bem.