Reflexão – Por que caiu o Presidente?
Gilson Gomes
Advogado
“A política
tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.”
Voltaire
Depois de decorridos vinte anos
da votado pela Câmara dos Deputados do
Impeachment do então Presidente Fernando Collor, exatamente no dia 29 de
setembro de 1992.
Pois naqueles dias de setembro movido pela força da geração – cara pintada -, no pleno
exercício de cidadania, repercutida na Câmara dos Deputados o clamor
popular contra a percepção de impunidade
exercida pela organização criminosa, comandada pelo PC Farias.
É certo que o então Presidente não
possuía maioria parlamentar no Congresso Nacional. É certo, também, que o
supremo magistrado da nação tomara medidas extremamente desastradas, como
foi o caso do confisco do dinheiro dos poupadores em
caderneta de poupança, também o falacioso
discurso de extirpação do cenário nacional dentro do quadro de
servidores públicos – os marajás -, quando na verdade, o que fizera fora a
destruição de conquistas secular dos
servidores públicos, com o afastamento pela péssima remuneração dos exemplares
servidores públicos do País.
Hoje, há privilegiados no serviço
público que percebem uma remuneração invejada pelos marajás, o servidor de
baixa renda, ou na linha da miséria paga a conta e o pato.
No Governo daquele período foram tomadas medidas meritórias, como por
exemplo a quebra da reserva de mercado, que existia no Brasil para alguns
setores da economia, o que impdia o ingresso da tecnologia nova no mercado
nacional, o exemplo mais gritante era o da informática, sem falar de outros
mercados, como o ingresso de veículos importados no mercado interno.
“Não há nada de errado com aqueles
que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles gostam.”
Platão
Do ponto de vista da razão o Governo
do Presidente Collor não fora um governo pautado dentro da organização da lógica de Aristóteles, nem da idéia de governo de
Platão, e menos ainda do verticalismo de Hegel. O Governo descartara o espírito das Leis de
Montesquieu, e o bem comum e geral do contrato social de Rousseau, e a critica
da razão pura e prática de Kant.
É preciso detectar como
preliminar dentro do estado de direito democrático a
estratégia de apoio parlamentar, o apoio
parlamentar não pode ser feita pela vulnerabilidade da cooptação pela compra da
consciência do detentor do voto, como fizera nos tempos recentes o Governo do
PT, julgados na Ação Penal 470; A
maioria parlamentar deve ser construída com base no programa de
governabilidade, e no interesse da soberania nacional e do bem comum e geral,
fundados nos princípios e na premissa válida.
Para atingir esse fim, a base é universal e filosófica, e não apenas na
dimensão restrita da ideologia.
“O castigo dos bons que não fazem
política é ser governados pelos maus.”
Platão
A ausência de cooptação pela conpra
dos parlamentares é visível na forma Parlamentarista, onde o Conselho de Ministros ´formado pela maioria
parlamentar, e pela existência do voto de desconfiança, e pela queda do Gabinete com o voto de
desconfiança, e a convocação de eleições parlamentares, a fim de se formar
maioria sólida.
O Presidencialismo, nos moldes existente no Brasil traz consigo as
regras imperialista, na verdade, o povo
elege é um imperador, e nem presidente da república. Pois aqui o Presidente tem
o poder de nomear Ministro para compor a mais alta Corte Constitucional, e político
tem fórum privilegiado, sendo considerado uma casta de homens com predicado da
imortalidade.
Ora se há o vicio na origem, como
poderemos observar o uso da razão, como a organização política de Aristóteles,
o governo do mais sábio de Platão, e por efeito buscar como meta o bem geral e
comum contido na obra o contrato de social de Rousseau, muito menos a razão
descrita pelo Evangelho de João, ao
iniciar sua narrativa pelo Verbo, o
Logos, a razão.
É claro que o Governo usa em síntese
o pensamento de Maquiavel, mesmo que - O
Príncipe - fora escrito para o súdito se
livrar da armação do príncipe, mas o Estado usa exatamente esse conhecimento
contra o súdito, parece paradoxal, ma é assim.
Todavia, fica a indagação, mas como o
Presidencialismo funciona nos USA. Ora, nos USA existe um sistema de controle
do parlamento muito eficiente. Na
pratica o Presidente dos USA só pode fazer aquilo que o congresso dos USA
autorizar. O embargo econômico imposto
contra a ilha cubana não é revogado porque não
vontade do congresso Americano. O dinheiro dado do tesouro Americano à
GM fora por autorização do parlamento. O presidente abre a sessão do ano
legislativo, segundo se sabe, a presidência do Senado é função do Vice
Presidente da República. Como s se pode observar na pratica o Presidencialismo
dos USA. É certo que o Presidente americano é poderoso, mas não o é, sem a anuência do parlamento.
Pois o imperialismo americano está na
implementação da sua política, de cunho
universal, no sentido de garantir segurança à América. Não se trata de
imperialismo do poder do presidente para
oprimir seus cidadãos, MS de um imperialismo da América, tendo como base a universalidade,
e dentro do seu território existe um
consenso geral.
Por isso não há como usar como exemplo o modelo americano, pode
até ter servido como inspiração, mas um modelo não explica e nem justifica o
outro, já que aqui, o imperador ´de cunho personalista, pessoal, sendo que o
poder se origina e tem seu fim na figura do Presidente, como no governador e no
prefeito. O poder legislativo na teoria autônomo e independente, mas na prática
é um apêndice do Poder Executivo. Nós temos um executivo forte.
Por último, no Brasil, os vícios são
visíveis, e salta aos olhos, ninguém quer mudar nada, assim está bom. Pois a cooptação
partidário, a sigla de aluguel, a corrupção eleitoral só irá acabar no dia em
que mudar a forma de governo presidencialista, para a forma compartilhada de
direitos e obrigações, bem como a responsabilidade objetiva e subjetiva entre
os poderes institucionais do Estado.
No Brasil republicano, posterior ao império tem
dado formidável luminosidade a figura singular da pessoa do
Presidente da República, como se
tivéssemos um avatar no supremo comando
da nação, e não um homem. Pois o povo dá nomes como o pai dos pobres, também tendo outorgado poderes discricionários
como a edição de Decreto Lei, autorizado na
CF de 37, 46, 67, com a EC nº 1/69. Na CF de 88, a Medida Provisória,
sendo é editada MP até para comparecer
no banheiro. O Presidente da República
da Republica Federativa do Brasil é um ser com poderes quase divinos, isso que
o Brasil é um País laico.
“A política é uma guerra sem
derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue.”
Mao Tse-Tung
Deduz-se pelos fatos da nossa
história recente, pela forma com que se dá um golpe de Estado no Brasil, a eliminação dos adversários políticos e o hostracismo imposto ao pensador, sem o respeito a princípios
e premissas orientadoras de todo processo civilizatório humanidade,
sendo desprezada a força da virtude. Aristóteles, a sua obra – A Política –
ensina que a política é arte de administrar a cidade, o melhor ciência, sendo o melhor caminho – o meio -, cujo fim é o súdito, por meio da
justiça. Pois a busca da retidão e da
justiça o resto será acrescentado, sendo
isso a base do ensinamento do Nazareno.
Assim, enquanto não existir um modelo
de Estado compartilhado entre os poderes, sendo que a sua harmonia e a
independência tenham como essência e potência e a responsabilidade objetiva e
subjetiva.
No entanto, o Estado como ser não
pode existir como fruto da ideologia,
mas sim, da natureza da filosofia. O Estado contemporâneo não pode ficar
distante das ruas, mesmo sobre os olhos
eletrônicos das câmaras nas ruas da cidade, mas sim, como presença efetiva como
servidor do homem. Não cabe ao Estado a criação da riqueza, mas ao homem, sendo
que ao Estado cabe estimular a criatividade humana, e o empreendimento de novos
produtos a ser inserido no mercado de consumo. Mas o principal fim do Estado
está na oferta de saúde e educação
dignas, aí reside o principal
investimento no homem.
“A política não se faz com discursos,
festas populares e canções; ela faz-se apenas com sangue e ferro.”
Otto Bismarck
Pense.
ACADEMIA CRICIUMENSE DE FILOSOFIA –
ACF.
Comentários